sábado, 30 de abril de 2011

Atividades sustentáveis para o desenvolvimento da Caatinga

Com uma população de 28 milhões de pessoas, a Caatinga é a região semiárida mais populosa do mundo. No bioma, o único exclusivamente brasileiro, o grande desafio é promover o desenvolvimento da região com a proteção do meio ambiente.

E é para chamar a atenção para a importância do bioma para o Brasil que no dia 28 de abril é comemorado o Dia Nacional da Caatinga. Audiência Pública vai discutir a situação do bioma nesta quinta-feira (28), no plenário 8 da Câmara dos Deputados.

O bioma Caatinga tem uma área de 850 mil km², o que equivale a 11% do território nacional.

Além de estar presente nos nove estados nordestinos, a Caatinga também é encontrada no norte do Estado de Minas Gerais. Os dados do desmatamento do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite mostram que o bioma ainda possui 55% de vegetação remanescente (dados do período entre 2002 e 2008).

A região da Caatinga tem dependência do recurso florestal para o desenvolvimento. “É preciso combinar ações que proporcionem o desenvolvimento da região, o bem-estar social e a proteção da fauna e da flora. É importante que se avancem as alternativas sociais e econômicas de inclusão e geração de renda para aqueles que vivem, dependem de recursos da Caatinga”, disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, na abertura da Semana Nacional da Caatinga, na segunda-feira (25), em Fortaleza(CE).

Na região onde está o maior número de propriedades rurais do Brasil, a participação social é fundamental para o desenvolvimento da região. “É importante que a população tenha o interesse de preservar a caatinga, e de criar mecanismos inovadores de conservação da biodiversidade que permitam, além da proteção da natureza, a geração de renda para as comunidades que vivem nessas localidades”, disse.

Desde 1995, está em tramitação no Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que transformará a Caatinga e o Cerrado em patrimônios nacionais. Para a ministra, o desafio é fazer com que a Caatinga seja reconhecida e, consequentemente, protegida. Nós estamos junto com o Governo do Estado para aprovar a emenda que coloca a Caatinga e o Cerrado como patrimônios nacionais. Este é o bioma que detém o menor status de conservação em áreas protegidas .

Na Caatinga, são 144 unidades de conservação que representam 7% da área total do bioma, mas apenas 1% das unidades é de proteção integral. Os dados são do Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas da Caatinga, produzido em parceria entre Ministério do Meio Ambiente e The Nature Conservancy.

Uso Sustentável - Um dos problemas da Caatinga é o desmatamento causado pelo uso da madeira para energia. Um terço da energia da região é à lenha. De acordo com o diretor de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, é possível atender à demanda de lenha da indústria com a realização de manejo florestal sustentável. É preciso uma área de 2,5 milhões de hectares para atender a demanda de lenha, utilizando 170 mil hectare por ano , explicou. Para realizar o manejo, a área é dividida em 15. A cada ano, é retirada a madeira de uma parte. Depois essa área é reflorestada e é usada a madeira de outra divisão.

Estudo da Rede de Manejo Florestal da Caatinga, que tem a participação da Embrapa, universidades e ONGs, mostraram que em área de manejo florestal sustentável foram registradas a mesma biodiversidade que em áreas preservadas. A sociedade precisa entender que é possível desenvolver com o manejo sustentável , explicou Campello.

O uso sustentável dos recursos naturais apresenta grandes perspectivas no semiárido brasileiro. A Caatinga dispõe de modelos já testados e com bons resultados para o manejo agrosilvopastoril, a integração do uso sustentável de produtos madeireiros e não-madeireiros e o manejo da vegetação para pecuária e agricultura. A valorização dos produtos da sociobiodiversidade e a criação de mecanismos de financiamento de atividades sustentáveis, aliados à tecnologia sustentável e aos conhecimentos tradicionais são outras possibilidades para modificar o perfil de uso da Caatinga.

A conservação da Caatinga também está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 95% das áreas suscetíveis à desertificação estão na Caatinga. Por isso, combater o desmatamento e ampliar atividades sustentáveis são focos de ações para conter a desertificação e proteger a caatinga.

A proteção da Caatinga é trabalhada no Ministério do Meio Ambiente com as estratégias de proteção, na Secretaria de Biodiversidade e Florestas, e com as alternativas de uso sustentável, na Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável. (Fonte: Carlos Américo/ MMA)

Ações ambientais.

Muitos pesquisadores colocam que enquanto existir uma consciência de consumo amplamente difundida, a produção de lixo e poluentes será muito maior do que se pode reduzir o impacto.
No corrente mundo existem diversas ações realizadas para que o impacto dessas mudanças sejam de fato atenuadas ou mesmo neutralizadas dentro do que é possível. O que se deve ter em mente, segundo pesquisadores é que tais mudanças não são precisamente algo referente unicamente ao processo que se seguiu junto a revolução industrial e por conseguinte, mas também a todo um comportamento humano.

Em parte, tal situação se deve ao constante crescimento do consumo de energia que gerou grandes quantidades de carbono além de todas as outras formas de consumo. O acelerado processo industrial trouxe consigo uma produção massiva de poluentes e além disso tal energia produtora é bastante anterior a consciência “ecologicamente correta” por assim dizer.

Uma das grandes novidades de nossos tempos é, seguramente a preocupação com produtos que tenham uma origem ambientalmente correta, conceito esse que surgiu primeiramente com força na Alemanha, onde a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis institucionais consideravelmente fortes.

Alguns mitos se criaram em relação a isso e geraram uma enorme discussão. O primeiro ponto de incongruência em relação a isso é o fato de ser ecologicamente correto é um processo que não é realizado em uma escala grande como são as linhas de produção chinesas, em modelo muito mais antigo e bem assentado e portanto está bastante distante a ser uma forma economicamente acessível. Outro fator que gera grandes discussões é que ser ecologicamente acessível está muito mais em ter uma consciência a esse fator que necessariamente em uma atitude relacionada a uma mega estrutura de eventos.

Muitos pesquisadores colocam que enquanto existir uma consciência de consumo amplamente difundida, a produção de lixo e poluentes será muito maior do que se pode reduzir o impacto.

Outro grande diferencial de nossos tempos é a mudança pela economia, se outrora era mais barato ser poluente como antigamente agora, ambas as formas estão equiparadas e isso não se trata de forma alguma em uma tomada de consciência coletiva mas sim por que também em breve não haverá mais humanidade para negociar, como em outros tempos disse Carl Sagan em “Pálido Ponto Azul”. Um desses mecanismos é o comércio de créditos de carbono, que visa negociar a emissão que uma determinada empresa pode poluir e outro é o o uso das MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo) que são projetos claramente definidos quanto a sua produção, metodologia, matéria prima e finalização de acordo com o que consta no Protocolo de Quioto, bem como o mercado de carbono.

Aquecimento Global e o Mercado de Créditos de Carbono

As seguintes situações poderão se constituir em obtenção de créditos de carbono, como por exemplo, a substituição da matriz energética de geração de eletricidade de uma empresa, à base de derivados do petróleo, por outra que utilize gás natural.
A humanidade tem sentido na pele os resultados da intervenção danosa do homem sobre a natureza, sobretudo quanto às mudanças climáticas provocadas pela excessiva emissão e concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, gerados pelas indústrias, veículos automotivos, queimadas, dentre outras fontes, que levam ao aquecimento de nosso planeta.

Muitos especialistas têm mostrado resultados assustadores da degradação ambiental causada pela ação antrópica sobre o Planeta, o que levou vários governantes mundiais, em 11 de dezembro de 1997, na cidade japonesa de Quioto, a proporem o estabelecimento do um tratado que leva o nome da cidade. Esse protocolo decreta que os países industrializados devam reduzir, entre 2008 e 2012, as emissões de gases que provocam o efeito estufa, como o carbônico, metano, óxido de nitrogênio e clorofluorcarbono (CFC), em pelo menos 5,2% abaixo dos níveis registrados em 1990, o que equivale a cerca de 714 milhões de toneladas de gases por ano.

A redução na emissão desses gases significa, primariamente, a contenção do crescimento industrial, o que poderá levar à retração das diferentes economias dos países desenvolvidos, motivo pelo qual os Estados Unidos, maior poluidor mundial, não aderiu, até então, apesar de estarem sofrendo intensas pressões internas nesse sentido. Atualmente, 126 países são signatários deste protocolo e já vêm mostrando bons resultados em atingirem suas metas de redução .

Dentre os avanços conseguidos com o protocolo de Quioto, está o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Este instrumento propõe que os países desenvolvidos, caso não consigam ou não desejem cumprir suas metas de redução de emissão de gases, podem comprar dos demais países títulos conhecidos como créditos de carbono. Portanto, o texto do protocolo prevê a criação do primeiro mercado internacional oficial para o comércio de créditos de carbono.

Os créditos de carbono são certificados outorgados às indústrias e às empresas que comprovadamente reduzam a emissão de gases causadores do efeito estufa durante a obtenção de seus produtos. Cada crédito de carbono pode valer de U$ 3,00 a 40,00 dólares (R$ 8,00 a 104,00 reais), mas, em média, fica entre US$ 15,00 e US$ 20,00 (R$ 39,00 a 52,00 reais).

Quem define o preço de cada crédito de carbono é a característica do projeto executado, ou seja, uma empresa que realiza reflorestamento em um local degradado por suas atividades, capta créditos mais baratos do que aqueles provenientes da instalação de um equipamento de alta tecnologia para reduzir a emissão de gases poluentes. As empresas que mais negociam esses créditos são aquelas instaladas em países desenvolvidos.

A maioria dos países que aderiu ao Protocolo de Quioto já está se preparando para se adequar a suas normas. A iniciativa mais contundente partiu da União Européia, onde um projeto que foi analisado pelo Parlamento Europeu estabeleceu limites para as emissões de gases, independente da entrada em vigor do Protocolo.

O Brasil, a exemplo de outros países, também está preparando uma legislação específica adequada ao Protocolo. Trata-se da chamada Resolução nº. 1 da Comissão Interministerial de Mudança do Clima, que vem sendo concebida com o objetivo de enquadrar o país no MDL previsto no Protocolo. Além desta resolução, o Brasil previu uma série de programas oficiais relativos às mudanças climáticas, como é o caso do Pró-Carbono e o Pró-Ambiente, inserido em seu Plano Plurianual (PPA) que reúne os principais projetos de longo prazo do país.

Nosso país é responsável por uma parcela mínima da poluição mundial e não tem metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, segundo o Protocolo de Quioto, portanto, o MDL é uma excelente oportunidade para reduzir ainda mais nossos níveis de emissões e, além disso, poder captar recursos com a negociação de créditos de carbono com países desenvolvidos estimulando, assim, o desenvolvimento local. Somado a isso, insere, de maneira concreta, o Brasil no contexto da proteção ao meio ambiente.

Algumas das seguintes situações poderão se constituir em obtenção de créditos de carbono, como por exemplo, a substituição da matriz energética de geração de eletricidade de uma empresa, à base de derivados do petróleo, por outra que utilize gás natural; o aproveitamento do gás metano produzidos em aterros sanitários na geração de eletricidade; e até mesmo o reflorestamento de áreas degradadas, uma vez que se considera que a vegetação, no processo fotossintético, absorve gás carbônico da atmosfera, portanto reduzindo sua concentração na na mesma.

Um exemplo prático da inserção do Brasil no mercado de carbono se deu com o projeto desenvolvido pela siderúrgica Mannesmann, sediada na Bahia. Trata-se de uma operação com o International Financial Corporation (braço privado do Banco Mundial) em nome do governo da Holanda, que negociou cerca de cinco milhões de toneladas de carbono equivalente a um preço aproximado de três euros a tonelada. Depois disso, uma outra quantidade menor, cerca de quatro milhões de toneladas de carbono, foi comercializada para a Toyota Tsusho Coporation.

A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em seis de dezembro de 2004, lançou o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), primeiro mercado a ser implantado em um país em desenvolvimento, que irá negociar ativos que venham a ser gerados por projetos que promovam a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa em nosso país.

Até agora tudo parece estar em pleno acordo com as regras do capitalismo, porém há muitas perguntas sem respostas. Quem são os donos, os avalistas e os auditores dos créditos de carbono? Quem será beneficiado pelos créditos? Esse modelo irá beneficiar o meio ambiente e as camadas mais pobres da população ou os empresários e donos do poder político e econômico dos países mais ricos?

É importante deixar claro que o Protocolo de Quioto parece ser mais um acordo de cavalheiros do que um documento contratual com regras rígidas e impositivas. Nele não é prevista nenhuma penalidade aos países, que por ventura, venham a descumprir o referido acordo.



* Antônio Gilson Gomes Mesquita é Professor Adjunto do Departamento de Ciências da Natureza da UFAC, Doutor em Genética e melhoramento vegetal. E-mail: mesquitaagg@ufac.br.

8 pessoas decidirão sobre os alimentos transgênicos

Os organismos geneticamente modificados (OGM) tanto podem estar aí para o bem, como para o mal. Há diversos casos na ciência que demonstram isto. No caso da soja transgênica temos um caso que não somente se deriva para o mal - devido às incertezas científicas que a cerca -, como temos o risco do monopólio econômico, do aumento da concentração de renda e da desigualdade social. Se associarmos esses fatos à monocultura, pode-se constatar um quadro trágico de degradação ambiental e exclusão social no campo. Este modelo, somado à atual estiagem do Sul, já quebrou dezenas de agricultores familiares que não diversificaram suas culturas, acreditando no "canto de sereia" (leia-se Monsanto e outras) do lucro imediato. A cada ano a perda de solo e a contaminação dos lençóis freáticos comprovam a falência da agricultura convencional.

Com a aprovação pela Câmara do Projeto de Lei de Biossegurança, para liberação dos transgênicos no Brasil, fica facultativo o licenciamento ambiental, eliminando a obrigatoriedade da apresentação de estudos de impacto no ambiente e na saúde. Portanto, o Presidente Lula poderá vetar o PL e nos livrar das chamadas "comidas frankenstein". Em outras palavras, Lula pode decidir se os brasileiros terão alimentos transgênicos legalizados na mesa ou não.

Fora de que o PL poderia ser considerado inconstitucional, uma vez que ignora a Lei de Proteção a Biodiversidade, ele ainda concede todo o poder à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) - órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia - para decidir sobre os OGMs, retirando as competências dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura sobre cada um dos casos.

Assim ficamos apenas com um grupo de apenas 27 membros "escolhidos a dedo" pelo Ministro de Ciência e Tecnologia para serem somente eles os que decidirão sobre o tipo de comida a que milhões de brasileiros terão acesso. O agravante é que as reuniões dos super-poderosos da CTNBio podem se realizar com apenas a metade dos membros mais um (14) e as aprovações podem acontecer com voto favorável de apenas 8 membros, mesmo para aprovação de plantios comerciais.

Quatro dos 8 pesquisadores titulares da CTNBio desenvolvem plantas transgênicas, são especialistas em biotecnologia, sendo que dois deles são Conselheiros do CIB, ONG financiada pela Monsanto e pelas demais indústrias da biotecnologia. Os outros 4 pesquisadores titulares são especialistas em áreas que não a biossegurança. Essa parcialidade da Comissão aliada à falta de especialistas em impacto dos OGM mostra que a CTNBio não pode ser a instância final de decisão sobre transgênicos.

A parcialidade aqui fica evidente na histórica luta contra e a favor dos transgênicos, uma vez que esta Comissão é acusada de se colocar sempre na posição de defesa da biotecnologia, tentando apressar a liberação dos transgênicos.

Não se trata somente da ameaça de contaminação de produções de alimentos convencionais e orgânicos por parte do cultivo de transgênicos (já comprovado em inúmeros casos nos Estados Unidos e Canadá), mas também há o problema da saúde humana estar sendo afetada. Isto ficou claro em diversos estudos e, particularmente, através do artigo "Safety Testing and Regulation of Genetically Engineered Foods", publicado na revista "Biotechnology and Genetic Engineering Reviews", de Novembro de 2004, onde os cientistas David Schubert e William Freese denunciaram que um tipo de milho - MON810 da Monsanto - produzido nos Estados Unidos, podia causar alergia alimentar as pessoas. O caso também envolvia a EPA (Environmental Protection Agency), órgão equivalente ao nosso Ministério do Meio Ambiente, acusada de ignorar estudos que comprovavam a alergia resultante deste tipo de milho.

A legislação brasileira, através de Decreto, também exige que produtos que contenham mais de 1% de matéria-prima transgênica apresentem em seus rótulos a devida informação. No entanto, o que se vê é uma total ausência do Estado para se garantir a fiscalização de que isto esteja sendo cumprido. A sociedade brasileira é refém de grandes corporações que se julgam acima da Lei, sendo que a Monsanto é uma delas.

Deveria ser dever do Estado aplicar o Princípio de Precaução da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade no caso de haver dúvidas quanto aos riscos ambientais e de saúde aos quais poderá ficar exposta a sociedade brasileira; devia ser dever do Governo brasileiro impedir as táticas de monopólio empregadas pelas grandes empresas do agronegócio. Deveria ser dever do Presidente Lula defender os ideais democráticos do PT, garantindo que uma Comissão inter e multidisciplinar possa decidir sobre os transgênicos e não apenas meia dúzia de gatos pingados que podem estar "transgenicamente cooptados"!

A alternativa que resta à sociedade civil é protestar. Afinal, mais de 80% dos brasileiros se declararam contra liberação dos transgênicos numa pesquisa do Greenpeace/ISER. Há várias organizações que colocam seus sites a disposição para isto, como por exemplo: http://www.greenpeace.org.br/brasilmelhor.

Direitos e deveres muitas vezes se confundem. Protestar é um direito, assim como agir para garantir que a democracia seja praticada é um dever.

Por Eloy F. Casagrande Jr, PhD em Engenharia de Recursos Minerais e Meio Ambiente.

MPF diz que acordo sobre diesel menos poluente será cumprido no prazo

A Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a indústria automobilística estão cumprindo os prazos para a comercialização de um diesel menos poluente, com menos enxofre, a partir de janeiro de 2012. Foi o que prometeram ao Ministério Público Federal, com quem assinaram um acordo em 2008.

A previsão é que a partir de janeiro do ano que vem, os postos de combustíveis vendam um diesel com limite de 50 partes por milhão (ppm) de enxofre, o chamado S-50. Atualmente, a concentração do mineral no diesel brasileiro é de 500 ppm nas regiões metropolitanas e de 2.000 ppm nas áreas rurais.

A substituição do diesel mais poluente, definida em 2002 pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), deveria ter entrado em vigor em 2009, mas só começou a sair do papel depois da intervenção da Justiça.

Nos documentos apresentados ao MPF, a ANP informou que o Plano de Abastecimento do Diesel S-50 está concluído. A Petrobras assumiu o compromisso de garantir a produção nacional do S-50 e complementar a oferta com diesel importado, se for necessário. O Ibama será responsável pelo licenciamento dos novos veículos, de acordo com as regras do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve), e por fiscalizar o cumprimento do acordo em todo o país.

Já a indústria automobilística, de acordo com o MPF, mantém a previsão de começar a vender veículos com motores adaptados ao novo diesel ainda este ano. As primeiras versões serão apresentadas ao mercado em outubro.

Para 2013, o acordo prevê a substituição do S-50 por uma versão de diesel com teor de enxofre ainda menor, o S-10, com limite de 10 ppm de enxofre. (Fonte: Luana Lourenço/ Agência Brasil)

Um tempo que nunca passa

Na proximidade do aniversário do acidente nuclear de Chernobyl, Greenpeace revela que a tragédia ainda é capaz de fazer vítimas.


Quase 25 anos se passaram desde que a explosão de um reator em Chernobyl tornou-se o maior desastre nuclear da história. Este ano, o aniversário do acidente, lembrado no fim de abril, poderia passar despercebido, não fosse um novo caos nuclear assolar o Japão. Para o Greenpeace, Chernobyl nunca foi esquecido. Uma equipe esteve lá e revelou: o drama continua.

Nas proximidades da cidade ucraniana, que na época da explosão ainda pertencia à antiga União Soviética, o leite consumido pelas crianças, algumas frutas silvestres e cogumelos apresentaram níveis de contaminação por césio-137 muito acima do recomendado para a saúde humana. Foi o que detectou o time de especialistas em radiação que esteve recentemente na cidade.

Na época do acidente, quando uma violenta explosão destruiu o revestimento de um reator e causou a liberação de níveis extremos de radiação no ar, 18 mil km2 de plantações de alimentos foram contaminados. Nos anos seguintes ao desastre, o governo ucraniano fez uma série de análises nos alimentos, mas há dois anos não volta na região, ou publica dado novo.

Este é o principal erro para Iryna Labunska, pesquisadora do Greenpeace Internacional que esteve envolvida no monitoramento. “É preciso que haja pesquisa mais aprofundada sobre a contaminação na agricultura ucraniana hoje”, afirma. “A radiação dos alimentos afeta pessoas que vivem até a quilômetros da cidade, mas que consomem a produção local”, complementa.

Em 1986, ano do acidente, a área afetada pelo desastre nuclear foi equivalente à cinco vezes o território da Holanda. Sete milhões de pessoas, destas, três milhões de crianças, moravam em áreas próximas à Chernobyl. Cerca de 350 mil tiveram que abandonar suas casas. Estima-se que o número de mortes por casos de doenças relacionadas à radiação seja em torno de 100 mil.

“Estamos assistindo no caso de Fukushima a uma situação muito parecida acontecer com o leite e vegetais consumidos pelos japoneses”, diz Labunska. Em vilarejos fora do raio de evacuação estipulado pelo governo, uma equipe do Greenpeace encontrou níveis de contaminação muito elevado nos alimentos e populações ainda não devidamente alertadas para o perigo.

“Só há uma maneira de evitarmos casos como estes”, alerta Labunska. “Acabar com a produção de energia nuclear no mundo”.

Galeria de fotos de Chernobyl
http://www.flickr.com/photos/greenpeacebrasil/sets/72157626168330741/?share=mail

10 motivos para dizer não à energia nuclear

1-É desnecessária: o Brasil tem sol, água e vento suficientes para gerar energia para crescer de maneira realmente renovável. Na foto: Nosso país é um dos lugares com maior potencial de se tornar 100% limpo com energia segura e renovável. Basta vontade política. Greenpeace/ Rodrigo Baleia

2-Mata: em caso de acidente em usinas a radiação contamina o ar, causa graves danos à saúde e torna regiões inteiras inabitáveis. Chernobyl (na ex-União Soviética), Three Miles Islands (EUA) e Fukushima (Japão) são alguns exemplos. Na foto: Equipe do Greenpeace voltou a Chernobyl 25 anos depois do acidente e revela que o local permanece contaminado. Jan Grarup / NOOR / Greenpeace

3-É suja: não há descarte seguro para o lixo radioativo, que se manterá perigoso por milhares de anos. Na foto: Crianças dormem em um abrigo para refugiados da radiação. O traço de contaminação pode impedir que milhares voltem para suas casas. Markel Redondo / Greenpeace

4-É perigosa: problemas ocorrem em toda a cadeia: da mineração, altamente poluente e que deixa rastros no solo e na água, como ocorre na cidade de Caetité (BA), passando pelo funcionamento das usinas, até a disposição do lixo. Na foto: Equipe do Greenpeace encontra radiação em alimentos de hortas caseiras em cidades próximas à Fukushima, mas fora da zona de evacuação. População não sabia da contaminação. Christian Aslund / Greenpeace

5-É cara: o custo de Angra 3, investido em eficiência energética, significaria uma economia de até 10 vezes o valor da obra. Se convertido em parques eólicos, o mesmo investimento geraria muito mais energia. Na foto: O Greenpeace no Brasil pede pelo fim do programa nuclear do país, a começar pela suspensão da obra da usina de Angra III. Greenpeace / Felipe Barra

6-Emprega menos: as indústrias renováveis geram muito mais empregos do que a nuclear. Nos próximos 40 anos, mais de 3 milhões de postos de trabalho podem ser criados com a energia limpa. Na foto: A maior parte dos empregos verdes são qualificados, com desenvolvimento e produção de equipamentos de ponta. Greenpeace / Markel Redondo

7-É estigmatizada: como resultado do acidente em Fukushima, diversos países estão revendo seus programas nucleares, entre eles Alemanha, Itália, Suíça, China e Índia. Na foto: Ativistas fazem vigília na África do Sul para pedir o fim da energia nuclear no mundo. Shayne Robinson / Greenpeace

8-Carece de transparência: só o Brasil, Irã, Paquistão e Coréia do Norte confiam ao mesmo órgão a tarefa de incentivar, por um lado, e fiscalizar, por outro, as atividades nucleares. Na foto: No aniversário de um mês do desastre de Fukushima, Greenpeace pede pelo aumento da zona de evacuação e demanda informações mais seguras à população. Na foto, especialistas dão entrevista à imprensa. Markel Redondo / Greenpeace

9-É mal administrada: no Brasil, a incompetência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) resultou no acidente com o césio-137 em Goiânia. Na foto: O acidente com o elemento césio-137, vazado de uma placa de raio-x depositada em um lixão, matou mais de 60 pessoas e causou danos à saúde de milhares. Greenpeace / Lunaé Parracho

10-Emite gases de efeito estufa: o ciclo total da indústria nuclear produz mais emissões do que fontes limpas e seguras de energia, como eólica, solar e biomassa. Na foto: Em protesto realizado em Brasília, Greenpeace pede mais incentivos para as energias limpas no país. Greenpeace / Rodrigo Baleia

Migração de baleia segue em linha reta por milhares de km

Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

Fonte: Folha.com

Nadar em linha quase perfeitamente reta distância semelhante à que separa São Paulo do Recife, atravessando furacões e correntes? As jubartes conseguem. Só não se sabe muito bem como.

As distâncias imensas que esses mamíferos marinhos costumam atravessar já eram conhecidas, mas uma nova pesquisa é a primeira a mostrar que a precisão da rota das baleias beira o miraculoso.

Na maioria dos casos estudados (16 jubartes acompanhadas por satélite entre 2003 e 2010), os bichos desviavam do trajeto menos de 1 grau (se o desvio fosse de 90 graus, elas passariam a se deslocar na perpendicular do seu caminho original).

GPS MODERNO

“Seja qual for o mecanismo usado pelas baleias, ele é extremamente preciso. Talvez tão preciso quanto os mais modernos sistemas de GPS usados pelo homem para navegar”, resume Alexandre Zerbini, biólogo brasileiro que trabalha no Noaa (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA).

Zerbini assina o novo estudo na revista científica “Biology Letters”, ao lado de colegas americanos e de Artur Andriolo, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

Algumas das baleias acompanhadas pela equipe também podem ser consideradas brasileiras, já que passam o inverno do hemisfério Sul na costa do Brasil, deslocando-se rumo à Antártida no verão. Outros animais foram acompanhados a partir da Nova Caledônia e das ilhas Cook, no Pacífico Sul. Nesse caso, os bichos também rumam para águas antárticas.

É justamente esse revezamento entre áreas de reprodução no inverno e “refeitórios” repletos de crustáceos e peixes no verão que motiva as longas jornadas.

Para segui-las, os cientistas usaram etiquetas eletrônicas que eram grudadas nos bichos com a ajuda de uma vara de fibra de vidro, operada a partir de um bote inflável. As viagens dos bichos no estudo podiam durar 28 dias.

Os dados de satélite deixam claro, primeiro, que os animais tiram de letra as correntes oceânicas. Elas até mudavam o ângulo de natação do bicho, mas não o caráter retilíneo da rota. “A baleia compensou o movimento da corrente para se manter no curso”, diz Zerbini.

Segunda constatação: o GPS natural das jubartes não parece ser o Sol. “O Sol muda de posição ao longo do dia, não necessariamente é avistado em dias nublados e seu ângulo ao nascer e no crepúsculo muda com a latitude”, explica o biólogo.

Ou seja, depois de parte da viagem, o Sol estaria num lugar bem diferente. Mesmo assim, o curso se manteve.

BÚSSOLA

E o magnetismo da Terra, pelo visto, também não é o guia das baleias. É que o trajeto dos bichos literalmente cruza as diferentes linhas magnéticas do planeta, no qual a intensidade do campo magnético da Terra oscila demais, tornando a orientação por ele inviável, diz Zerbini.

No entanto, pode ser que o Sol, o campo magnético da Terra e outras referências externas, como a Lua e as estrelas, combinem-se para criar o sistema de precisão.

Para confirmar isso, vai ser preciso acompanhar mais rotas migratórias das jubartes em diferentes oceanos, afirma o pesquisador brasileiro.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Blue Earth – primeiro celular ecológico -samsung


Samsung está lançando um celular revolucionário, é o Blue Earth, um aparelho touchscreen que recarrega a bateria através da luz solar. Além disso, parte de sua carcaça é feita de garrafas PET recicladas. Para recarregar a bateria basta deixar o celular exposto ao sol, pois na parte de trás do aparelho, tem um painel de captação de luz solar. O Blue Earth foi lançado no Mobile World Congress em Barcelona, em 16 fevereiro.
Ah, outra curiosidade, o celular tem uma calculadora ecológica que mostra o quanto se economiza em recursos naturais ao deixar o carro em casa.

Algumas Informações sobre Disposição de Pilhas e Baterias

Trata-se de um assunto muito delicado e pouco discutido. A produção brasileira está passando por uma intensa fase de transformação. Essas mudanças estão relacionadas com as tendências atuais de crescente urbanização, aceleração na comunicação e reestruturação das empresas cada vez mais preocupadas em maximizar a competitividade comercial. O mais notável desse processo tem sido as mudanças ocorridas em relação à descentralização das atividades industriais.

As indústrias mais antigas, que continuam contribuindo com a maior parcela da carga poluidora gerada e elevado risco de acidentes ambientais sendo, portanto, necessário altos investimentos de controle ambiental e custos de despoluição para controlar a emissão de poluentes, do lançamento de efluentes e do depósito irregular. As indústrias tradicionalmente responsáveis pela maior produção de resíduos perigosos são as metalúrgicas, as indústrias de equipamentos eletro-eletrônicos, as fundições, a indústria química e a indústria de couro e borracha. O lançamento dos resíduos industriais perigosos em lixões, nas margens das estradas ou em terrenos baldios o que compromete a qualidade ambiental e de vida da população.

O Brasil produz cerca de 800 milhões de pilhas comuns por ano, o que representa seis unidades por habitante. Energia que circula no Brasil:

* 10 milhões de baterias de celular.

* 12 mihões de baterias automotivas.

* 200 mil baterias industriais.


Dependendo do material pilhas e baterias podem ou não serem jogadas em lixo doméstico. Há 3 tipos de baterias: as que têm chumbo-ácido, níquel-cádmio e óxido de mércurio, são estas que devem ser recolhidas pelas lojas que as comercializam. As de chumbo-ácido são usadas em processos industriais (são grandes baterias) e nos automóveis (ventiladas). Há ainda modelos de câmeras filmadoras que utilizam bateria selada com esse componente, além de aparelhos elétricos, de telefonia, geradores e luzes de emergência. As que contém níquel-cádmio também são usadas em processos industriais e foram empregadas nos primeiros modelos de telefone celular. Hoje são ultrapassadas, mas telefones sem fio ainda as utilizar

As pilhas secas: zinco-manganês e alcalina-manganês, as mais consumidas para uso doméstico, seus fabricantes: Duracell, Eveready, Kodak, Microlite (Rayovac), Panasonic e Philips, têm operado nos limites estabelecidos pelo artigo 6º da Resolução 257. Podem ir ao lixo doméstico, além desses tipos de pilhas, estão as baterias de níquel-metal-hidreto, de lítio tipo botão e miniatura, lítio-íon e zinco-ar. "O próprio avanço da tecnologia, de conseguir baixar os índices de mércurio, desestimulou iniciativas consistentes de reciclagem de pilhas", como afirma José Arnaldo Gomes, da Dirtoria de Controle Ambiental da CETESB. No Brasil uma empresa chamada SUZAQUIM anuncia que detém um processo para reciclagem de baterias de Ni-Cd. Na Escola Politécnica desenvolve-se estudos há mais de 3 anos sobre reciclagem de pilhas e baterias.


No Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia. A cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia, com este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80.000 pessoas. Deve-se lembrar que uma só a pilha contamina o solo durante 50 anos. As pilhas incorporam metais pesados tóxicos.

Segue abaixo algumas perguntas feitas à Panasonic:

1. A Panasonic está respeitando a Resolução do CONAMA 257, sobre pilhas e baterias?

R.:A PANASONIC está atendendo ao disposto na Resolução CONAMA, art. 6º. Mais ainda, não está mais produzindo pilhas contendo cádmio e mercúrio e a quantidade de chumbo está bem abaixo dos índices previstos no referido artigo.


2. Por que a Panasonic possui pontos de coleta de pilhas se está de acordo com a resolução?

R.: A Panasonic possui pontos de coleta para as baterias que necessitam serem devolvidas, ou seja, baterias de telefone sem fio, de filmadoras, ou outro tipo qualquer (normalmente as baterias recarregáveis), que possuem esta recomendação na embalagem.


3. Os postos de coleta Panasonic recolhem apenas pilhas de sua marca?

R.: A Panasonic é obrigada a recolher apenas as baterias de sua marca.


4. De acordo com esta resolução as empresas após um ano a partir da vigência desta mesma resolução do CONAMA, deve constar de forma visível as advertências sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, assim como serem devolvidos aos revendedores para que repassem aos fabricantes em matérias publicitárias ou embalagens, mas isso não está sendo feito. O órgão SISNAMA está realmente fiscalizando o cumprimento desta resolução?

R.:Com relação à colocação na embalagem de advertências sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, esta advertência deve ser colocada naquele produto que possui esse risco, não é o caso das pilhas que não são coletadas por estarem de acordo com o previsto no artigo 6º da Resolução. Com relação à fiscalização, o IBAMA tomou para si esta incumbência e os fabricantes são obrigados a informar ao IBAMA sobre o andamento do cumprimento da Resolução.

Luana M. Abreu

A farra dos sacos plásticos

O Brasil é definitivamente o paraíso dos sacos plásticos. Todos os supermercados, farmácias e boa parte do comércio varejista embalam em saquinhos tudo o que passa pela caixa registradora. Não importa o tamanho do produto que se tenha à mão, aguarde a sua vez porque ele será embalado num saquinho plástico. O pior é que isso já foi incorporado na nossa rotina como algo normal, como se o destino de cada produto comprado fosse mesmo um saco plástico. Nossa dependência é tamanha, que quando ele não está disponível, costumamos reagir com reclamações indignadas.

Quem recusa a embalagem de plástico é considerado, no mínimo, exótico. Outro dia fui comprar lâminas de barbear numa farmácia e me deparei com uma situação curiosa. A caixinha com as lâminas cabia perfeitamente na minha pochete. Meu plano era levar para casa assim mesmo. Mas num gesto automático, a funcionária registrou a compra e enfiou rapidamente a mísera caixinha num saco onde caberiam seguramente outras dez. Pelas razões que explicarei abaixo, recusei gentilmente a embalagem.

A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander Parkes inventou o primeiro plástico em 1862. O novo material sintético reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resina sintética originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo levam para desaparecer no meio natural.

No Complexo do Alemão, plásticos não biodegradáveis se juntam ao lixo nas ruas.

No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima é o plástico filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico filme, que já representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água - retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis - e dificultam a compactação dos detritos.

Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania. Quem não anda com sua própria sacola a tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a unidade.

A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários? Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de anti-ecológico, ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.

Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e mochilas. Em toda a Grã-Bretanha, a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe dezoito meses depois de descartados. Com um detalhe interessante: se por acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo, porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.

Mau exemplo: lixão em SP recebe 250 toneladas por dia.

Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente) e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em geral, e dos sacos plásticos em particular.

(...)

É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos. Há muitos interesses em jogo. Qual é o seu?

O jornalista André Trigueiro é redator e apresentador do Jornal das Dez, da Globonews, desde 1996. Na Rádio Viva Rio AM (1180 kwz ), Trigueiro apresenta o programa Conexão Verde, de segunda a sexta. Nele, aborda temas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O jornalista é pós-graduado em Meio Ambiente pela MEB COPPE/UFRJ (2001).

Antes de entrar em colapso, ecossistema dá uma série de sinais

O experimento parecia um tanto mórbido, mas tinha um objetivo nobre: pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, introduziram grandes predadores, o peixe achigã (Micropterus salmoides), para ver o que aconteceria em um lago. O monitoramento por três anos e sua comparação com outro lago vizinho renderam, pela primeira vez, um experimento em grande escala que comprova que mudanças radicais em um ecossistema podem ser detectadas previamente. Assim, os sinais descoberto possibilitam prevenir catástrofes ambientais.

“Por muito tempo, ecologistas pensavam que estas mudanças não poderiam ser previstas. Mas nós conseguimos mostrar que elas podem ser vistas. O alerta é claro. É um sinal forte”, disse ao iG Steve Carpenter, ecologista da Universidade de Wisconsin-Madison que liderou o estudo publicado na edição desta semana do periódico científico Science.

No início do experimento, o lago continha apenas 39 achigãs. Em 2008, foram introduzidos outros 12. Um ano depois, mais 30 peixes foram para o lago – quando houve uma grande reprodução de predadores, aumentando a população por conta própria.

Houve uma séria mudança na cadeia alimentar do lago, mudando por completo seu ecossistema. Como o número de predadores cresceu, peixes pequenos passaram a nadar mais tempo em grupos e próximos a beira do lago, para não serem devorados. O grande beneficiado foi o zooplâncton, invertebrados que vivem em águas abertas e que costumavam servir de alimento para os peixes pequenos. Eles passaram a se desenvolver livres de perigo e cresceram em tamanho.

O fitoplâncton, alimento preferido destes invertebrados, praticamente desapareceu. Em três anos, a teia alimentar daquele lago estava completamente deslocada para peixes que comiam peixes menores e invertebrados enormes.

Um sinal importante, dado mais de um ano antes da transição da cadeia alimentar, foi a variação das medições de clorofila, considerado um indicador confiável de aviso precoce da iminente mudança no lago.

“A teia alimentar do lago passou de pequenos peixes, zooplâncton e algas para uma situação com muitos peixes grandes, poucos peixes pequenos, zooplâncton enorme, e poucas algas. Esta mudança ocorreu no final de 2010, mas os avisos prévios foram detectados em 2009”, disse Carpenter.

Jonathan Cole, biogeoquímico do Instituto Cary e que também participou do estudo, explica que é provável que os sinais de mudança vistos no experimento se repitam também em outros sistemas, como o mar ou alterações por mudanças climáticas, por exemplo. “A teoria por trás deste estudo sugere que tanto a pesca exagerada quanto as mudanças climáticas podem acarretar em resultados similares, uma grande variação e muitos sinais de alerta antes de entrar em colapso”, explicou à reportagem.

O pesquisador se refere a teoria de que antes de uma grande queda, ou colapso, há uma intensa movimentação e variação em um sistema, seja na bolsa de valores, ondas cerebrais ou no meio ambiente.

De acordo com Carpenter, sinais prévios estão bem estabelecidos na teoria. “O que precisamos é de mais experimentos de campo para ver se eles funcionam na prática dentro de um confuso ecossistema real”, disse.

Os lagos Peter e Paul são dois pequenos lagos isolados no norte do Wisconsin, estado no norte dos Estados Unidos. O lago Peter, manipulado pelos pesquisadores, tem 2,5 m2. O outro lago serviu de controle do experimento. (Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)

sábado, 23 de abril de 2011

Começou mal

Justiça volta a liberar exploração de petróleo e gás em Abrolhos. As atividades foram suspensas no início de 2010 pelos altos impactos ao ambiente e à economia da região.


O ano de 2011 começou mal para o Parque Marinho de Abrolhos. Uma decisão judicial, tomada no apagar das luzes de 2010, voltou a liberar a exploração de petróleo e gás no arquipélago. As atividades, que estavam suspensas desde o início de 2010, foram permitidas por liminar do Tribunal Regional Federal na última semana de dezembro.

Na prática, a decisão abre caminho para a reabertura de poços de petróleo já condenados e novas concessões em uma das mais importantes regiões de proteção de recifes de corais do Atlântico Sul. As concessões da Agência Nacional de Petróleo para novos poços estão proibidas desde 2003, por ordem do Ministério Público Federal. Com a nova decisão judicial, cinco empresas que já operam 16 concessões na região podem voltar à ativa.

“Abrolhos ilustra perfeitamente o termo “Geografia do Conflito”, título dado ao nosso mais recente Atlas, que mostra a relação entre o mar, a biodiversidade e a exploração de petróleo no litoral brasileiro”, explica Leandra Gonçalves, coordenadora de Campanha do Greenpeace. “O arquipélago é uma região de biodiversidade única. Esta decisão da justiça, além de um desastroso impacto ambiental, pode trazer prejuízos para a economia local, o turismo e a pesca”, complementa Leandra.

Entre os riscos, um vazamento de petróleo é o mais alarmante e causaria danos irreversíveis. Mas entram nesta conta também o aumento do número de embarcações e as conseqüências do aumento populacional com a chegada de novos trabalhadores na região.

Menos falatório, mais ação

Fonte Greepeace

Desastres ambientais e desdém com a conservação do planeta marcaram o ano de 2010 – e continuam em 2011. Diante do cenário, é preciso que os governos se mobilizem a favor das pessoas e da natureza.

O ano de 2011 começou com o que já se diz ser a maior tragédia natural em número de mortes da história do Brasil. Mais de 500 vítimas fatais foram contabilizadas, até agora, pela Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, resultado dos fortes temporais, enchentes e deslizamentos que afetam a serra fluminense. As cidades atingidas não receberam o cuidado devido de seus governos para evitar o caos que se instalou.

Esse cenário, infelizmente, se repete. O ano de 2010 começou com uma tragédia. Em pleno réveillon, um deslizamento de terra matou 45 pessoas na Ilha Grande, no litoral do Rio de Janeiro. As fortes chuvas que atingiram o país no verão passado causaram enchentes e inúmeros outros desabamentos, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste, causando mais mortes e deixando desabrigados em várias cidades.

O verão brasileiro é uma estação chuvosa. Com o agravamento das mudanças climáticas, as tempestades podem se intensificar. “Não temos como afirmar que todos esses desastres estão relacionados com mudanças climáticas, mas podemos sim dizer que desastres ambientais como esses se tornarão mais frequentes e mais intensos no cenário de aquecimento global”, explica Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace. “Cabe à sociedade e aos governos tomarem todas as decisões possíveis neste momento para garantir que esse legado de destruição não será deixado para as gerações futuras e tampouco para as comunidades em condições mais vulneráveis neste momento.”

Os governos precisam investir em medidas que evitem novas tragédias a cada verão, com ocupação urbana ordenada e respeito à legislação ambiental, que já prevê a necessidade de manter encostas livres de moradias e com vegetação, além de matas ciliares, para reduzir os riscos de deslizamentos de terra e enchentes.

Mas, em vez disso, o Código Florestal, a lei que protege nossas florestas, sofreu em 2010 fortes ataques de políticos ruralistas. O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) escreveu uma proposta de mudança repleta de absurdos, como anistia geral e irrestrita a desmatadores e redução da mata ciliar. O texto, por pressão dos ruralistas, esteve na iminência de ser votado pela Câmara no final do ano – o que não aconteceu por resistência de ONGs, inclusive o Greenpeace, que desejam debater melhor um tema tão delicado para os brasileiros. Não é o que os ruralistas querem e a bancada anuncia que pressionará para votar a proposta no início de 2011.

Irresponsabilidade ambiental

O ataque às florestas em 2010, por incrível que pareça, veio também de quem deveria dar o exemplo: o governo federal. Em abril, o leilão de Belo Monte, previsto para ser construído no Rio Xingu, no meio da floresta amazônica, mobilizou ONGs ambientalistas, grupos de direitos indígenas e a sociedade em geral.

A usina será implantada em uma das mais belas regiões da Amazônia, centro de alta biodiversidade no sul do Pará, destruindo 12 mil hectares de floresta intacta. Apesar da oposição de muitos ao projeto, os interesses econômicos se sobrepuseram. “Uma decisão política como essa é um indicador preocupante de que o governo não adota o princípio da precaução”, afirma Furtado. “Com essas liberações como essa, o governo reconhece que não está assumindo a responsabilidade do problema e, mais grave que isso, que está contribuindo para o problema continuar.”

Por pouco o governo não aprova também a construção do Porto Sul, no litoral baiano. A idéia era construir o porto em uma área de grande biodiversidade, o que causaria danos irreparáveis à mata atlântica da região, além de prejudicar os recifes de corais e a reprodução de baleias jubarte, para simplesmente viabilizar a distribuição de minério de uma empresa, a Bahia Mineração. Graças à mobilização local e de ONGs ambientais, entre elas o Greenpeace, o Ibama solicitou um novo estudo de impacto, o que garantiu o adiamento da construção do porto.

No apagar das luzes de 2010, outro baque para o ambiente. Na última semana do ano a exploração de petróleo no arquipélago de Abrolhos, no litoral baiano, foi liberada pela Justiça. A área, com 95 mil quilômetros quadrados, é considerada uma das maiores concentrações de biodiversidade do Brasil. “Se continuar assim, é um indicativo de que a agenda do governo não priorizará a prevenção e o combate de novos desastres em sua política ambiental”, diz Furtado.

2010 no mundo

Não foi apenas o Brasil que sofreu com desastres ambientais e desrespeito à conservação da natureza no ano passado. O desequilíbrio climático contribuiu para piorar as cheias que afetaram o Paquistão por vários meses, consideradas pelo porta-voz da ONU para assuntos humanitários, Maurizio Giuliano, piores que o tsunami de 2004 no Oceano Índico. As enchentes trouxeram destruição para cerca de um quarto do país, afetando mais de 20 milhões de pessoas e causando pelo menos 1.600 mortes.

Além de mortes causadas por temporais somados à falta de estrutura nas cidades para lidar com o problema, houve problemas ambientais provocados pelo homem em 2010 que poderiam ter sido evitados. O caso mais emblemático foi o derramamento de óleo no Golfo do México. No dia 20 de abril, uma ruptura na plataforma da petroleira BP matou 11 trabalhadores e provocou o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. Por 14 semanas os cientistas calculam que em torno de 172 milhões de galões de óleo foram despejados no Golfo do México.

A pesca foi suspensa por meses, golfinhos, pelicanos e milhares de outros animais foram mortos e quilômetros de praias foram invadidos pelo óleo. O prejuízo financeiro foi de aproximadamente US$ 11,2 bilhões. O ambiental é inestimável.

Em dezembro, a Nasa, agência espacial americana, anunciou que 2010 estava prestes a se tornar o ano mais quente dos últimos 130 anos. A previsão se confirmou na semana passada, quando a agência espacial americana juntamente com Administração Nacional Oceânica e Atmosférica publicou o resultado oficial.

Além de tempestades piores, o desequilíbrio climático também tende a aumentar a frequência e a intensidade de ondas de calor. A Rússia é um exemplo recente, ao enfrentar em julho a pior onda de calor dos últimos mil anos. Áreas conhecidas pelas baixas temperaturas, entre elas a Sibéria, sofreram com temperaturas que alcançaram diversas vezes os 40ºC na sombra.

O calor também trouxe problemas para os oceanos. Informações divulgadas pelo Global Coral Reef Monitoring, órgão responsável pelo monitoramento de corais no mundo, mostraram que as altas temperaturas expõem as barreiras de coral no mundo a um severo estresse, colocando em perigo não só o ecossistema mas também a pesca que alimenta milhões de pessoas. Segundo o instituto, as barreiras de coral próximas à linha do Equador são as mais afetadas. Muitas delas morrem por causa do calor e as que resistem acabam perdendo suas cores e se tornando brancas.

Apesar de todos os desastres e sinais evidentes de que é preciso se mexer para evitar situações ainda mais perigosas, os governos perderam mais uma boa chance. A 16ª Conferência do Clima (COP-16), realizada no fim de 2010 em Cancún, foi cercado de debates burocráticos e terminou sem grandes resultados expressivos.

Mais uma vez os governos adiaram a discussão mais importante – como reduzir a emissão global de gases do efeito estufa, que levam ao aquecimento global. Nem a criação do “fundo verde”, que até 2020 deverá liberar US$ 100 bilhões por ano com o objetivo de apoiar os países em desenvolvimento para se adaptarem às mudanças, foi um grande passo, pois ainda carece de regulamentações importantes para saírem do papel.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cientistas se dividem sobre “saúde” do golfo do México

Quinta-feira, 21 de Abril de 2011

Fonte: Folha.com

Os cientistas estão divididos um ano depois do vazamento de óleo e da explosão na plataforma de prospecção da petrolífera BP (British Petroleum) no golfo do México, que ocorreu em 20 de abril e provocou a morte de 11 pessoas.

Os céticos sobre o “estado de saúde” da região afirmam que os chamados “indicadores naturais” preocupam.

As ocorrências registradas recentemente apontam para danos em corais, mortes de golfinhos e tartarugas cuja causa é desconhecida e surgimento de caranguejos com colorações estranhas.

“É prematuro concluir que as coisas estão boas… Há surpresas vindo. Estamos encontrando bebês golfinhos mortos”, comenta a chefe da Noaa (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos EUA), Jane Lubchenco. Cerca de 300 carcaças desses animais foram encontradas desde o vazamento.

Apesar das anomalias, há o grupo de cientistas que acredita que o golfo está voltando à normalidade após o acidente que jogou aproximadamente 4 milhões de barris de óleo.

“Quando consideramos todo o golfo do México, penso que a restauração natural do local está perto do que era antes do vazamento”, defende Wes Tunnell, da Universidade Texas A&M, responsável por um relatório entregue ao árbitro federal que decide para onde a ajuda financeira do governo vai. O estado de saúde do golfo, segundo ele, era de 70 antes do acidente com o óleo. Ele hoje daria a nota 69.

O especialista veterano em vazamentos da Universidade Estadual da Lousiana, Ed Overton, também está entre os grupos que acreditam que o vazamento não provocou tantos prejuízos ao ambiente. Sobre uma viagem recente à região, ele comentou que não viu sinais do vazamento.

A pesquisadora da Universidade de Georgia Samanta Joye, entretanto, diz: “O óleo não se foi. A questão é que não podemos vê-lo.”

A BP já recebeu autorização para reiniciar as perfurações em águas profundas no golfo do México.

Sustentabilidade: E eu com isso?

Sobre o documentário Earthlings.



TERRÁQUEOS (Earthlings) é um filme-documentário sobre a absoluta dependência da humanidade em relação aos animais (para estimação, alimentação, vestuário, diversão e desenvolvimento científico), mas também ilustra nosso completo desrespeito para com os assim chamados "provedores não-humanos".

Este filme é narrado por Joaquin Phoenix (GLADIADOR) e possui trilha sonora composta pelo instrumentista, dj e compositor Moby. Com um profundo estudo dentro das pet-shops, criatórios de filhotes e abrigos de animais, bem como em fazendas industriais, no comércio de couro e peles, indústria de esporte e entreterimento, e finalmente na carreira médica e científica, TERRÁQUEOS usa câmeras escondidas e filmagens inéditas para narrar as práticas diárias de algumas das maiores indústrias do mundo, as quais dependem de animais para lucrar.

Impactante, informativo e provocando reflexões, TERRÁQUEOS é de longe o mais completo documentário jamais produzido sobre a conexão entre natureza, animais, e interesses econômicos. Há vários filmes importantes sobre os direitos dos animais, mas este supera os demais.

TERRÁQUEOS tem que ser assistido. Altamente recomendado! Twittar isso!

Maus tratos Terráqueos "Earthlings" [LEGENDADO]

Documentario sobre maus tratos Terráqueos - Earthlings [Trailer Legendado]

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dia da terra

O Dia da Terra foi criado pelo senador estadunidense Gaylord Nelson, no dia 22 de Abril.

Tem por finalidade criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra.
História

O evento foi à culminação de uma série de tendências que começaram nos anos 50 em que os cientistas começaram notar como a industrialização impactava o ecossistema da Terra. Então, em 1962, o livro inovador de Rachel Carson “Silent Spring”, que documentou os efeitos dos inseticidas no ambiente, causou uma sensação internacional e conduziu-a eventualmente à proibição do DDT nos Estados Unidos.

Em 1970, a preocupação com o crescimento populacional, a fome em massa, a poluição do ar e da água o grupo se uniu em um movimento para apoiar um ambiente mais limpo e saudável.

Tudo isto e mais esta no filme “Earth Days”, que foi mostrado em PBS’American Experience em 19 de abril Dirigido por Robert Stone o filme mostra não somente como o movimento verde começou, mas os sucessos e falhas desde o dia seminal em 1970.


“O que nós estávamos tentando fazer é criar uma consciência pública totalmente nova que causasse a mudanças das regras do jogo” disse Denis Hayes, coordenador nacional do Dia da Terra.


Hayes é um dos ativistas ambientais chaves de uma dúzia, entrevistados no documentário Miller-McCune.E com mais três deles pediu para avaliar o estado do ambientalismo em 2010


• Paul Ehrlich foi o autor do livro best-seller “A bomba da população” em 1968 É atualmente o professor de estudos de população e presidente do “Centro de biologia da conservação na Universidade de Stanford”.


Stephanie Mills tornou-se famosa graças a um discurso de abertura 1969 do seu colégio, "O futuro é uma farsa cruel”.Ela é editora e escritora filiada ao “Planned Parenthood” e atualmente é uma defensora de bio-regionalismo, um movimento, dedicado a culturas sustentáveis e locais.


Denis Hayes era o organizador principal do dia de terra original. Desde então Incentiva a Energia Solar e continua a presidir o conselho da rede internacional do “Dia de terra”

A primeira manifestação teve lugar em 22 de abril de 1970. Foi iniciada pelo senador Gaylord Nelson, ativista ambiental, para a criação de uma agenda ambiental. Para esta manifestação participaram duas mil universidades, dez mil escolas primárias e secundárias e centenas de comunidades. A pressão social teve seus sucessos e o governos dos Estados Unidos criaram a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency) e uma série de leis destinadas à proteção do meio ambiente.

* Em 1972 celebrou-se a primeira conferência internacional sobre o meio ambiente: a Conferência de Estocolmo, cujo objetivo foi sensibilizar os líderes mundiais sobre a magnitude dos problemas ambientais e que se instituíssem as políticas necessárias para erradicá-los.

* O Dia da Terra é uma festa que pertence ao povo e não está regulada por somente uma entidade ou organismo, tampouco está relacionado com reivindicações políticas, nacionais, religiosas ou ideológicas.

* O Dia da Terra refere-se à tomada de consciência dos recursos na naturais da Terra e seu manejo, à educação ambiental e à participação como cidadãos ambientalmente conscientes e responsáveis.

* No Dia da Terra todos estamos convidados a participar em atividades que promovam a saúde do nosso planeta, tanto a nível global como regional e local.

* "A Terra é nossa casa e a casa de todos os seres vivos. A Terra mesma está viva. Somos partes de um universo em evolução. Somos membros de uma comunidade de vida independente com uma magnífica diversidade de formas de vida e culturas. Sentimo-nos humildes ante a beleza da Terra e compartilhamos uma reverência pela vida e as fontes do nosso ser..."

Surgiu como um movimento universitário, o Dia da Terra converteu-se em um importante acontecimento educativo e informativo. Os grupos ecologistas utilizam-no como ocasião para avaliar os problemas do meio ambiente do planeta: a contaminação do ar, água e solos, a destruição de ecossistemas, centenas de milhares de plantas e espécies animais dizimadas, e o esgotamento de recursos não renováveis. Utiliza-se este dia também para insistir em soluções que permitam eliminar os efeitos negativos das atividades humanas. Estas soluções incluem a reciclagem de materiais manufaturados, preservação de recursos naturais como o petróleo e a energia, a proibição de utilizar produtos químicos danosos, o fim da destruição de habitats fundamentais como as florestas tropicais e a proteção de espécies ameaçadas. Por esta razão é o Dia da Terra.

Este dia não é reconhecido pela ONU.

Mensagem ao bicho homem

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Oceanologia

Oceanologia
Viver à beira-mar foi, por muito tempo, um dos principais motivos que levavam os estudantes a optar pela carreira de oceanólogo, admite o coordenador do curso de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Luiz Carlos Krug. "Hoje, os mitos que existiam, como a vinculação do curso com uma 'vida mansa', deixaram de ser freqüentes", diz.
Embora os cursos sejam mesmo oferecidos no litoral, os futuros oceanólogos vão ter bastante trabalho na faculdade: além de estudar as correntes e os organismos marinhos, terão de saber muito de química e geologia para poder entender adequadamente os processos que ocorrem no ambiente.
Mercado
O oceanólogo atua na produção, exploração e administração de recursos naturais renováveis (aquacultura e pesca) e não-renováveis (petróleo, gás, etc) e no gerenciamento ambiental nas zonas costeiras, marinhas e de transição (como estuários e mangues), desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e prestando serviços para os setores público (órgãos governamentais federais, estaduais e municipais), privado (empresas) e terceiro setor (organizações não-governamentais).
Conforme o professor Luiz Carlos Krug, não há um piso salarial definido, mas um profissional em início de carreira, independentemente do setor em que esteja atuando, recebe em torno de R$ 2 mil.
É pra você?
Além de curtir a vida à beira-mar, faça chuva ou faça sol, o futuro oceanólogo deve ser craque em biologia, física, química, geologia e matemática, matérias que ele vai encontrar pela frente durante os anos do curso.
O que vem por aí
A área ambiental vem crescendo dentro das empresas e é uma grande oportunidade para o oceanólogo. Como o curso foi recém-regulamentado, as companhias começam a perceber a importância do profissional dentro desta área, avalia Krug. Outra alternativa promissora, segundo o professor, é o cultivo de organismos aquáticos, em razão da redução dos estoques pesqueiros da costa brasileira.
Diferencial
"Embora a demanda por profissionais da área ambiental esteja crescendo, o perfil dos oceanólogos ainda é pouco conhecido pelo mercado, razão pela qual é importante que o estudante já planeje sua carreira durante o curso", aconselha Krug.
Realizar estágios em empresas privadas traz experiência e amplia as oportunidades de trabalho. "O estudante deve ampliar a sua formação além daqueles conteúdos obrigatórios do curso."

Oceanologia Reconhecimento: Reconhecido pelo Decreto N.76028 de 25/07/75 Publicado no D.O. de 28/07/75. Perfil do Candidato: - Visão crítica e criativa para a identificação e resolução de problemas relacionados com os ambientes aquáticos e costeiros.
- Interesse pela conservação e preservação ambiental.
- Aptidão para trabalhos em ambientes aquáticos e costeiros.
- Capacidade de trabalho em equipe. Estrutura Curricular: O amplo conteúdo curricular do curso de Oceanologia compreende disciplinas básicas (Matemática, Física, Química, Biologia e Geologia), de formação geral (Oceanografia Física, Oceanografia
Química, Oceanografia Biológica e Oceanografia Geológica) e profissionalizantes (Aquacultura,Poluição Marinha, Dinâmica e Avaliação Pesqueira, Técnicas de Pesca, Hidroacústica Aplicada,
Oceanografia Física Costeira Experimental, Recursos Minerais do Mar, Ecologia de Sistemas, Impactos Ambientais em Zonas Costeiras, Geoquímica Ambiental, Fundamentos de Toxicologia Aquática,
Manejo de Ecossistemas Costeiros, Erosão e Proteção Costeira, Geofísica e Pescado: Preservação e Controle).
Para integralizar o curso de Oceanologia, os estudantes deverão também passar por uma experiência embarcada (120 horas) e realizar um estágio profissionalizante e um trabalho de graduação.

Aquecimento Global

Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que ocorre desde meados do século XX e que deverá continuar no século XXI. Segundo o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (2007), a temperatura na superfície terrestre aumentou 0,74 ± 0,18 °C durante o século XX.[1]

A maior parte do aumento de temperatura observado desde meados do século XX foi causada por concentrações crescentes de gases do efeito estufa, como resultado de atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis e a desflorestação.[2][3] O escurecimento global, uma consequência do aumento das concentrações de aerossois atmosféricos que bloqueiam parte da radiação solar antes que esta atinja a superfície da Terra, mascarou parcialmente os efeitos do aquecimento induzido pelos gases de efeito de estufa.

Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100.[3] A variação dos valores reflete o uso de diferentes cenários de futura emissão de gases estufa e resultados de modelos com diferenças na sensibilidade climática. Apesar de a maioria dos estudos ter seu foco no período até o ano 2100, espera-se que o aquecimento e o aumento no nível do mar continuem por mais de um milênio, mesmo que as concentrações de gases estufa se estabilizem.[3]

Um aumento nas temperaturas globais pode, em contrapartida, causar outras alterações, incluindo aumento no nível do mar, mudanças em padrões de precipitação resultando em enchentes e secas.[4] Espera-se que o aquecimento seja mais intenso no Ártico, e estaria associado ao recuo das geleiras, permafrost e gelo marinho. Outros efeitos prováveis incluem alterações na frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola. O aquecimento e as suas consequências variarão de região para região, apesar da natureza destas variações regionais ser incerta.[5] Outra ocorrência global concomitante[6][7] com o aquecimento global que já se verifica e que se prevê continuar no futuro, é a acidificação oceânica, que é também resultado do aumento contemporâneo da concentração de dióxido de carbono atmosférico.

O consenso científico é que o aquecimento global antropogênico está a acontecer.[8][9][10] Porém, o debate público e político sobre o aquecimento global continua. O Protocolo de Quioto visa a estabilização da concentração de gases de efeito estufa para evitar uma "interferência antropogénica perigosa.[11] Em Novembro de 2009 eram 187 os estados que assinaram e ratificaram o protocolo.
Terminologia

O termo "aquecimento global" é um exemplo específico de mudança climática à escala global. O termo "mudança climática" também pode se referir ao esfriamento global. No uso comum, o termo se refere ao aquecimento ocorrido nas décadas recentes e subentende-se uma influência humana.[13] A Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC) usa o termo "mudança climática" para mudanças causadas pelo Homem, e "variabilidade climática" para outras mudanças.[14] O termo "alteração climática antropogênica" é por vezes usado quando se fala em mudanças causadas pelo Homem.
[editar] Evidências do aquecimento global
Comparação de 10 curvas procurando estimar a variação de temperatura na Terra nos últimos 2000 anos. O IPCC faz notar que os valores anteriores a 1860 são muito incertos porque os dados referentes ao Hemisfério Sul são insuficientes.

Entre as evidências do aquecimento do global incluem-se o aumento observado das temperaturas globais do ar e dos oceanos, o derretimento generalizado dos glaciares e a subida do nível médio do mar.[15][16][17][18][19]

A principal evidência do aquecimento global vem das medidas de temperatura de estações meteorológicas em todo o globo desde 1860. Os dados com a correção dos efeitos de "ilhas urbanas" mostra que o aumento médio da temperatura foi de 0.6 ± 0.2 °C durante o século XX. Os maiores aumentos foram em dois períodos: 1910 a 1945 e 1976 a 2000.[20] De 1945 a 1976, houve um arrefecimento que fez com que temporariamente a comunidade científica suspeitasse que estava a ocorrer um arrefecimento global.[21]

O aquecimento verificado não foi globalmente uniforme. Durante as últimas décadas, foi em geral superior entre as latitudes de 40°N e 70°N, embora em algumas áreas, como a do Oceano Atlântico Norte, tenha havido um arrefecimento.[22] É muito provável que os continentes tenham aquecido mais do que os oceanos.[20] Há, no entanto que referir que alguns estudos parecem indicar que a variação em irradiação solar pode ter contribuído em cerca de 45–50% para o aquecimento global ocorrido entre 1900 e 2000.

Evidências secundárias são obtidas através da observação das variações da cobertura de neve das montanhas e de áreas geladas, do aumento do nível global das mares, do aumento das precipitações, da cobertura de nuvens, do El Niño e outros eventos extremos de mau tempo durante o século XX.

Por exemplo, dados de satélite mostram uma diminuição de 10% na área que é coberta por neve desde os anos 1960. A área da cobertura de gelo no hemisfério norte na primavera e verão também diminuiu em cerca de 10% a 15% desde 1950 e houve retração dos glaciais e da cobertura de neve das montanhas em regiões não polares durante todo o século XX.[20] No entanto, a retração dos glaciais na Europa já ocorre desde a era Napoleônica e, no Hemisfério Sul, durante os últimos 35 anos, o derretimento apenas aconteceu em cerca de 2% da Antártida; nos restantes 98%, houve um esfriamento e a IPPC estima que a massa da neve deverá aumentar durante este século. Durante as décadas de 1930 e 1940, em que a temperatura de toda a região ártica era superior à de hoje, a retração dos glaciais na Groelândia era maior do que a atual. A diminuição da área dos glaciais ocorrida nos últimos 40 anos, deu-se essencialmente no Ártico, na Rússia e na América do Norte; na Eurásia (no conjunto Europa e Ásia), houve de fato um aumento da área dos glaciais, que se pensa ser devido a um aumento de precipitação.[23]

Estudos divulgados em abril de 2004 procuraram demonstrar que a maior intensidade das tempestades estava relacionada com o aumento da temperatura da superfície da faixa tropical do Atlântico. Esses fatores teriam sido responsáveis, em grande parte, pela violenta temporada de furacões registrada nos Estados Unidos, México e países do Caribe. No entanto, enquanto, por exemplo, no período de quarto-século de 1945-1969, em que ocorreu um ligeiro aquecimento global, houve 80 furacões principais no Atlântico, no período de 1970-1994, quando o globo se submetia a uma tendência de aquecimento, houve apenas 38 furacões principais. O que indica que a atividade dos furacões não segue necessariamente as tendências médias globais da temperatura.[24]
[editar] Determinação da temperatura global à superfície

A determinação da temperatura global à superfície é feita a partir de dados recolhidos em terra, sobretudo em estações de medição de temperatura em cidades, e nos oceanos, recolhidos por navios. É feita uma seleção das estações a considerar, que são as que se consideram mais confiáveis, e é feita uma correção no caso de estas se encontrarem perto de urbanizações. As tendências de todas as seções são então combinadas para se chegar a uma temperatura global.
Variação de temperatura na Terra de 1860 até 2004.

O globo é dividido em seções de 5º latitude/5º longitude e é calculada uma média pesada da temperatura mensal média das estações escolhidas em cada seção. As seções para as quais não existem dados são deixadas em branco, sem as estimar a partir das seções vizinhas, e não entram nos cálculos. A média obtida é então comparada com a referência para o período de 1961-1990, obtendo-se o valor da anomalia para cada mês. A partir desses valores é então calculada uma média pesada correspondente à anomalia anual média global para cada Hemisfério e, a partir destas, a anomalia global.[25]

Desde janeiro de 1979, os satélites da NOAA passaram a medir a temperatura da troposfera inferior (de 1000m a 8000m de altitude) através da monitorização das emissões de microondas por parte das moléculas de oxigénio na atmosfera. O seu comprimento de onda está diretamente relacionado com a temperatura (estima-se uma precisão de medida da ordem dos 0.01 °C). Estas medições indicam um aquecimento de menos de 0.1 °C, desde 1979, em vez dos 0.4 °C obtidos a partir dos dados à superfície.

É de notar que os dois conjuntos de dados não divergem na América do Norte, Europa Ocidental e Austrália, onde se pensa que os dados das estações são registrados e mantidos de um modo mais fiável. É apenas fora destas grandes áreas que os dados divergem: onde os dados de satélite mostram uma tendência de evolução quase neutra, os dados das estações à superfície mostram um aquecimento significativo (Dentro da mesma região tropical, enquanto os dados das estações na Malásia e Indonésia mostram um aquecimento, as de Darwin e da ilha de Willis, não.)

Existe controvérsia relativamente à explicação desta divergência. Enquanto alguns pensam que existem erros graves nos dados recolhidos à superfície, e no critério de selecção das estações a considerar, outros põem a hipótese de existir um processo atmosférico desconhecido que explique uma divergência em certas partes do globo entre as duas temperaturas.

Por sua vez, Bjarne Andresen,[26] professor do Niels Bohr Institute da Universidade de Copenhaga, defende que é irrelevante considerar uma única temperatura global para um sistema tão complicado como o clima da Terra. O que é relevante é o carácter heterogéneo do clima e só faz sentido falar de uma temperatura no caso de um sistema homogéneo. Para ele, falar de uma temperatura global do planeta é tão inútil como falar no «número de telefone médio» de uma lista telefónica.
[editar] Causas possíveis

Ver artigo principal: Causas do aquecimento global

O sistema climático terrestre muda em resposta a variações em fatores externos incluindo variações na sua órbita em torno do Sol,[27][28][29] erupções vulcânicas,[30] e concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa. As causas detalhadas do aquecimento recente continuam sendo uma área ativa de pesquisa, mas o consenso científico[31][32] identifica os níveis aumentados de gases estufa devido à atividade humana como a principal causa do aquecimento observado desde o início da era industrial. Essa atribuição é mais clara nos últimos 50 anos, para os quais estão disponíveis os dados mais detalhados. Contrastando com o consenso científico, outras hipóteses foram avançadas para explicar a maior parte do aumento observado na temperatura global. Uma dessas hipóteses é que o aquecimento é resultado principalmente da variação na atividade solar.[33][34][35][36][37][38][39][40]

Nenhum dos efeitos produzidos pelos fatores condicionantes é instantâneo. Devido à inércia térmica dos oceanos terrestres e à lenta resposta de outros efeitos indiretos, o clima atual da Terra não está em equilíbrio com o condicionamento que lhe é imposto. Estudos de compromisso climático indicam que ainda que os gases estufa se estabilizassem nos níveis do ano 2000, um aquecimento adicional de aproximadamente 0,5 °C ainda ocorreria.[41]
[editar] Objectivos climáticos até 2050

A União Europeia pretende até 2050, reduzir entre 60% e 80% as emissões de gases com efeito de estufa, aumentar em 30% a eficiência energética, aumentar para 60% a percentagem de energias renováveis, face ao consumo energético total da UE.[42]
[editar] História
[editar] Desde o período atual até o início da humanidade

As temperaturas globais tanto na terra como no mar aumentaram em 0,75 °C relativamente ao período entre 1860 e 1900, de acordo com o registro instrumental de temperaturas.[carece de fontes?] Esse aumento na temperatura medido não é significativamente afetado pela ilha de calor urbana. Desde 1979, as temperaturas em terra aumentaram quase duas vezes mais rápido que as temperaturas no oceano (0,25 °C por década contra 0,13 °C por década[43]). Temperaturas na troposfera mais baixa aumentaram entre 0,12 e 0,22 °C por década desde 1979, de acordo com medições de temperatura via satélite. Acredita-se que a temperatura tem sido relativamente estável durante os 1000 anos que antecederam 1850, com possíveis flutuações regionais como o período de calor medieval ou a pequena idade do gelo.

Tendências (1979-2005):

* global: 0,163 ± 0,046 °C/ década, CRU/UKMO (Brohan et al., 2006),[44]
* global: 0,174 ± 0,051 °C/ década, NCDC (Smith and Reynolds, 2005), e[45]
* global: 0,170 ± 0,047 °C/ década, GISS (Hansen et al., 2001).[46]
* Hemisfério Sul, 0,092 ± 0,038 °C/ década, CRU/UKMO (Brohan et al., 2006),[44]
* Hemisfério Sul, 0,096 ± 0,038 °C/ década, NCDC (Smith and Reynolds, 2005), e[45]
* Hemisfério Norte, sobre terra: 0,328 ± 0,087 °C/ década, CRU/UKMO (Brohan et al., 2006),[44]
* Hemisfério Norte, sobre terra: 0,344 ± 0,096 °C/ década, NCDC (Smith and Reynolds, 2005),[45]
* Hemisfério Norte, sobre terra: 0,294 ± 0,074 °C/ década, GISS (Hansen et al., 2001), e[46]
* Hemisfério Norte, sobre terra: 0,301 ± 0,075 °C/ década, Lugina et al. (2006).[47][48]

Baseado em estimativas do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA (Goddard Institute for Space Studies, no original), 2005 foi o ano mais quente desde que medições instrumentais confiáveis tornaram-se disponíveis no fim do século XIX, ultrapassando o recorde anterior marcado em 1998 por alguns centésimos de grau. Estimativas preparadas pela Organização Meteorológica Mundial e a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia concluíram que 2005 foi o segundo ano mais quente, depois de 1998.

Emissões antropogênicas de outros poluentes - em especial aerossóis de sulfato – podem gerar um efeito refrigerativo através do aumento do reflexo da luz incidente. Isso explica em parte o resfriamento observado no meio do século XX, apesar de que o resfriamento pode ser também em parte devido à variabilidade natural.

O paleoclimatologista William Ruddiman argumentou que a influência humana no clima global iniciou-se por volta de 8.000 anos atrás, com o início do desmatamento florestal para o plantio e 5.000 anos atrás com o início da irrigação de arroz asiática. A interpretação que Ruddiman deu ao registro histórico com respeito aos dados de metano tem sido disputado.
[editar] Modelos climáticos

O alarme com o aquecimento global deriva, sobretudo, dos resultados das simulações estatísticas feitas com base em modelos numéricos climáticos e não da observação direta da evolução de variáveis físicas reais. Quando a concentração de gases de efeito de estufa é aumentada nessas simulações, quase todas elas mostram um aumento na temperatura global, sobretudo nas mais altas latitudes do Hemisfério Norte. No entanto, os modelos atualmente usados não simulam todos os aspectos do clima e fazem várias previsões erradas para a época actual: nomeadamente, prevêem o dobro do aquecimento que tem sido efetivamente observado e, por exemplo, uma diminuição de pressão no Oceano Índico, uma área muito sensível para o sistema global, quando se observa o contrário. Estudos recentes indicam igualmente que a influência solar poderá ser significativamente maior da que é suposta nos modelos.[carece de fontes?]

Embora se fale de um consenso de uma maioria dos cientistas de que modelos melhores não mudariam a conclusão de que o aquecimento global é sobretudo causado pela ação humana, existe também um certo consenso de que é provável que importantes características climáticas estejam sendo incorretamente incorporadas nos modelos climáticos.[20] De facto, nesses modelos, os parâmetros associados ao efeito de estufa são «afinados» inicialmente de modo a que os modelos forneçam uma estimativa correcta do aumento de temperatura observado nos últimos 100 anos (0.6°-0.7 °C). Ou seja, as simulações partem do princípio que é realmente o efeito de estufa que está na origem desse aquecimento. Se houver outras causas naturais desconhecidas para o aquecimento, como as associadas à influência solar e à recuperação desde a Pequena Idade do Gelo, elas não podem ser incluídas na modelação. De facto, os modelos não permitem fazer previsões mas apenas fazer projecções, ou conjecturas, sobre o clima futuro com base em simulações correspondendo a vários cenários possíveis.

A maioria dos modelos climáticos globais, quando usados para projetar o clima no futuro, é forçada por cenários de gases do efeito estufa, geralmente o do Relatório Especial sobre Cenários de Emissçao do IPCC. Menos freqüentemente, os modelos podem ser usados adicionando-se uma simulação do ciclo do carbono; isso geralmente mostra uma resposta positiva, apesar dela ser incerta. Alguns estudos de observação também mostram uma resposta positiva.[49][50][51]

São essas limitações dos modelos usados para as previsões, que não têm em conta o desconhecimento actual sobre as causas naturais para as variações da temperatura ocorridas durante os últimos milénios, que fazem com que muitos climatólogos acreditem que a parte do aquecimento global causado pela ação humana é bem menor do que se pensa atualmente.[52]
[editar] Modelo de Hansen

Em setembro de 2006, James Hansen, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, juntamente com seus colaboradores, publicou na revista "PNAS", da Academia Nacional de Ciências dos EUA, uma matéria em que são apresentadas informações detalhadas de um modelo climático aperfeiçoado desde os anos 1980, alimentado por medições originadas de satélites, navios e estações meteorológicas no mundo inteiro.

O estudo afirma que nos últimos 30 anos o planeta esquentou 0,6 °C, perfazendo um aumento total de 0,8 °C no século XX. A temperatura média atual é a maior dos últimos 12 mil anos, faltando apenas mais 1 °C para que seja a mais alta do último milhão de anos.

Segundo Hansen, caso o aquecimento aumente a temperatura média em mais 2 °C ou 3 °C, o cenário geográfico do planeta será radicalmente diferente do atual. A última vez em que a Terra esteve tão quente foi 3 milhões de anos atrás, na época do Plioceno, quando o nível do mar estava vinte e cinco metros acima do atual.

Verificou-se que o aquecimento foi maior na região do pólo norte, porque o gelo derretido nessa área expôs água, terra e rochas com cores mais escuras, diminuindo o albedo local e, conseqüentemente, a absorção de calor solar foi maior.

A temperatura da água está sofrendo alterações mais lentas, mas foi registrado aquecimento dos oceanos Índico e Pacífico, o que fará com que fenômenos como o El Niño sejam mais significativos nos próximos anos.

Tubarões, raias e peixes podem sumir em poucos anos, diz estudo

Terça-feira, 19 de Abril de 2011

Fonte: Folha.com

Japoneses respondem por 80% do consumo mundial do atum-azul pescado no Mediterrâneo e no Atlântico Leste

Um novo estudo afirma que 40 espécies marinhas que vivem no Mediterrâneo podem desaparecer dentro de poucos anos. Na lista dos que correm risco de extinção, devido à pesca irregular, poluição e perda de habitat, estão o tubarão e a raia e mais 12 tipos de peixes ósseos como atum-azul, robalo, pescada e garoupa.

O relatório é assinado pela organização suíça IUCN (International Union for Conservation of Nature), que reúne ambientalistas de mil grupos espalhados em 160 países.

“As populações do atum-azul no Mediterrâneo e no Atlântico Leste são uma preocupação em especial”, diz o coordenado Kent Carpenter, da IUCN.

Segundo ele, a capacidade de reprodução do atum-azul diminuiu ao longo das últimas quatro décadas de pesca intensiva por barcos japoneses.

O Japão responde por 80% do consumo de peixes das duas regiões. O atum-azul, além de ser muito apreciado no preparo de sushi, é comercializado por preços elevados. Um com 342 kg já foi negociado por US$ 396 mil no mercado de Tsukiji, o maior leilão de peixes do país.

A pesca no Mediterrâneo é regulada por tratados das Nações Unidas, a União Europeia e leis individuais assinadas com 21 nações.

Em novembro de 2010, a Comissão Internacional de Conservação de Atum do Atlântico votou pela redução anual de 4% da pesca –de 13.500 toneladas métricas para 12.900.

Os ambientalistas, contudo, afirmam que a medida não é suficiente e defendem a suspensão total da pesca.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O que é ambientalismo ?

consiste em diferentes correntes de pensamento de um movimento social, que tem na defesa do meio ambiente sua principal preocupação, demandando medidas de proteção ambiental, tais como medidas de anti-poluição.

O ambientalismo não visa somente os problemas ligados ao meio ambiente, mas também as atitudes a serem tomadas para uma possível diminução ou até mesmo solução desses problemas.

Considerando-o um movimento social, podem inserir-se neste contexto, todas as instituições, agências, organizações-não-governamentais, políticas (como os Partidos Verdes), ativistas independentes e outros, cuja atuação tenha por princípio a defesa do meio ambiente seja através de manifestações sociais, projetos para a conservação ecológica etc. O movimento por justiça ambiental considera que os problemas ambientais ligam-se aos sociais.

Um ambientalista é alguém que acredita que o meio ambiente, por ser a fonte de recursos da humanidade, deveria ter sua exploração de forma mais planejada a fim de não esgotar o planeta para as gerações futuras.

Não é obrigatório que um ambientalista o seja, mas também pode ser aquele que estuda ciência ambiental, formação interdisciplinar dada em forma de pós-graduação. Podem cursar ciência ambiental formados nas mais diversas áreas do conhecimento e não apenas na graduação de gestão ambiental, curso de graduação que aborda a ciência ambiental de forma mais empírica.

Segundo os ambientalistas o consumo desenfreado de matérias primas sem reposição, a poluição, o desmatamento, entre outros estão consumindo todos os recursos do planeta e dentro de algumas décadas tais recursos não estarão mais disponíveis.

Os ambientalistas partem da Teoria de Evolução de Charles Darwin, que afirma que os seres humanos são animais como quaisquer outros, frutos da evolução das espécies, ou seja: Todos os seres humanos vêm da natureza. E que precisamos conservá-la, para assim conservarmos a nós mesmos.

O que é Sustentabilidade?

O termo "sustentável" provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas".

O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as atividades humanas em relação ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais em nível internacional, [1] chamando a atenção internacional especialmente para questões relacionadas com a degradação ambiental e a poluição que não se limita às fronteiras políticas, mas afeta países, regiões e povos, localizados muito além do seu ponto de origem. A Declaração de Estocolmo, que se traduziu em um Plano de Ação,[2] define princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda não fosse usada, a declaração, no seu item 6, já abordava a necessidade imperativa de "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e futuras gerações" - um objetivo a ser alcançado juntamente com a paz e o desenvolvimento econômico e social.

A ECO-92 - oficialmente, Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento -, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável. A mais importante conquista da Conferência foi colocar esses dois termos, meio ambiente e desenvolvimento, juntos - concretizando a possibilidade apenas esboçada na Conferência de Estocolmo, em 1972, e consagrando o uso do conceito de desenvolvimento sustentável, defendido, em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland). O conceito de desenvolvimento sustentável - entendido como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades - foi concebido de modo a conciliar as reivindicações dos defensores do desenvolvimento econômico como as preocupações de setores interessados na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. [3] [4] Outra importante conquista da Conferência foi a Agenda 21, um amplo e abrangente programa de ação, visando a sustentabilidade global no século XXI. [5]

Em 2002, a Cimeira (ou Cúpula) da Terra sobre Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo reafirmou os compromissos da Agenda 21, propondo a maior integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) através de programas e políticas centrados nas questões sociais e, particularmente, nos sistemas de proteção social.

fonte:wikipedia

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Meu dinheiro em nuclear? Não, obrigado

BNDES mantém plano de investimento na construção da usina Angra 3, quando poderia financiar projetos de energia renovável
 
O Greenpeace enviou carta ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pedindo que a instituição suspenda o financiamento de R$ 6 bilhões para a construção da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro.

O dinheiro, que pertence a todos os brasileiros, está empenhado no término de uma obra que traz riscos à população. O governo alemão, fiador do projeto, já suspendeu o empréstimo de R$ 3 bilhões que faria  ao empreendimento – uma ação coerente com sua decisão de repensar a escolha por energia nuclear após o grave acidente ocorrido em Fukushima, no Japão – até que a segurança de Angra 3 seja atestada. Os alemães vão aguardar sentados.

O acordo firmado entre Brasil e Alemanha para os projetos nucleares em Angra data de 1975 e os quesitos de segurança e o tipo de tecnologia para as usinas, da década de 1980. O programa nuclear brasileiro parou no tempo. Se avançou em algum ponto foi apenas no descaso com a segurança.

A Eletronuclear admite que o lixo atômico produzido em duas décadas de operação nuclear em Angra dos Reis até hoje não tem um descarte seguro. A usina de Angra 2 funciona sem a autorização definitiva da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e com um plano de evacuação falho, em uma área sensível a eventos extremos, como deslizamentos de terra. A licenciamento ambiental de Angra 3 está cheio de furos e irregularidades.

“O BNDES, como gestor do dinheiro dos brasileiros, deveria fazer a opção inteligente por investir em fontes renováveis de energia, em vez de financiar um poço de insegurança como Angra 3”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace. “Beira o crime manter planos de investimento na energia nuclear em solo brasileiro enquanto todo o mundo repensa tal escolha.”

Há um mês, um terremoto de 9 pontos na escala Richter, seguido de um tsunami, matou quase 13 mil pessoas, deixou outras 14 mil desaparecidas até agora e provocou o pior acidente nuclear visto pelo Japão. Três explosões em usinas nucleares na cidade de Fukushima levaram ao vazamento de radiação. Solo, água e ar foram contaminados e cerca de 1 milhão de pessoas estão sob ameaça.

Hoje, o governo japonês aumentou a área de evacuação de 20 para 30 quilômetros de raio, após o Greenpeace apresentar resultados de uma análise da radioatividade encontrada na região próxima das usinas.

Confira a íntegra da carta enviada pelo Greenpeace ao BNDES.