domingo, 31 de julho de 2011

Lixo: todos produzem, todos cuidam

Eis mais um grande desafio! A Política Nacional de Resíduos Sólidos, já em vigor, estabelece a responsabilidade de todos por tudo que consumimos e descartamos. Isso quer dizer que as empresas terão de fabricar produtos que deixem menos resíduos e que sejam mais recicláveis. O consumidor está proibido de queimar lixo a céu aberto ou jogá-lo em ruas, praias e rios. E, no caso de alguns produtos, terá que devolvê-lo ao fabricante, para que este os recicle

Agora somos todos responsáveis pelo descarte de resíduos no país. Tanto quem produz, como quem consome. Por isso, é cada vez mais vital que estejamos bem informados, não só sobre detalhes da nova lei, como, também, sobre como descartar qualquer produto, de forma correta. E mais: com a consciência de que é preciso consumir cada vez menos.

- Computadores e outros eletrônicos encostados em casa podem ser doados a empresas e projetos que recuperam e doam esses equipamentos para escolas. Material sem recuperação segue para a reciclagem.

- Lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado, e por isso devem ser enviadas para reciclagem específica. As incandescentes, halógenas e de sódio de baixa pressão podem ser recicladas normalmente, mesmo quebradas.

NÃO RECICLÁVEIS
Você sabe que alguns materiais e produtos não podem ser reciclados de jeito nenhum? Neste caso, o único destino possível é o aterro sanitário ou o lixão.” Mas claro que tudo depende do local onde você mora. Há lugares no Brasil que pouco reciclam e outros nos quais a coleta está bem avançada. Portanto, informe-se com a prefeitura e as cooperativas sobre as possibilidades de sua região e separe o lixo de acordo com essa orientação”, explica Patrícia Blauth, da ONG Menos Lixo. Se tiver disposição, que tal ampliar essas possibilidades e iniciar uma campanha de conscientização em seu bairro ou na sua cidade? Abaixo, indicamos o que geralmente não dá para reciclar:
PAPÉIS
- papéis com muita cola, como adesivos tipo “post-it”, etiquetas, fitas crepe e “durex”. A consultora da Menos Lixo explica: “Um envelope com etiqueta e selo é aceito; embora a dica educativa a ser dada é pela simplificação: envelopes sem janela de celofane”;
- papel carbono, celofane e manteiga;
- guardanapos, papel toalha e papeis higiênicos usados;
- papéis metalizados, parafinados e plastificados;
- fotografias;
- recibos de cartão de crédito e débito. Por isso, é mais legal recusar a sua cópia.
PLÁSTICOS
- filmes plásticos que embalam objetos e alimentos, limpos ou usados;
- cabos de panela;
- isopor, mas algumas cooperativas aceitam o de embalagens de eletrodomésticos, apenas;
- teclados de computador;
- acrílicos;
- esponjas e espumas, como as usadas em travesseiros, colchões e almofadas;
- sacolas e sacos plásticos sujos, mas checar com prefeituras e cooperativos se os limpos podem ser reciclados.
VIDROS
- espelhos;
- cristais;
- vidros temperados;
- ampolas de medicamentos
- artigos feitos com fibra de vidro, que é usada na fabricação de cestos de lixo, baús de motos, barcos etc;
- lentes de óculos.
OUTROS
- cerâmicas, louças e porcelanas;
- tecidos naturais e sintéticos tipo TNT, Perfex e Tyvek;
- cotonetes, fraldas e absorventes, limpos ou usados;
- cortiças: painéis ou rolhas de bebidas;
- peças de couro como sapatos, cintos e bolsas, entre outros;
- peças de fibras vegetais como vime, palha, etc.
- blisters (cartelas de remédio) e remédios podem ser entregues em farmácias que promovem essa coleta;
- pilhas e baterias devem ser descartadas em pontos de coleta especializados
- seringas, algodões e gazes usados.

PLÁSTICO NO MAR
Um dos grandes problemas das sacolas plásticas no mundo é que cerca de 0,5 % delas acaba em rios, lagos e oceanos. Parece pouco, mas são quase 90 milhões de sacolinhas ao ano que chegam aos mares do mundo, muitas vezes em forma de fragmentos. Além de formar uma fina camada de lixo plástico na água, são ingeridos por animais marinhos, que acabam morrendo.
A jornalista Liana John – que você certamente já conhece do blog Biodiversa – viajou com cientistas para acompanhar suas pesquisas sobre o lixo plástico acumulado no Oceano Atlântico. A viagem foi relatada por ela, quase diariamente, em um mapa que destacamos em reportagem publicada aqui no site.
Compreenda a influência das correntes oceânicas e da temperatura sobre a trajetória desses resíduos com o infográfico animado A viagem do lixo, criado pela revista National Geographic Brasil com base na experiência de Liana, que também está relatada na reportagem Mar Plastificado.

Para saber mais, leia também: Por que reduzir as sacolas plásticas?, Excesso de sacolas plásticas causam grandes danos, Praga moderna e A saga da sacolinha rumo ao oceano.

- Na hora de ir às compras, leve sua própria sacola retornável, como as de pano ou de plástico durável. Ou use caixas de papelão; há supermercados que as oferecem de graça.

- Você tem sacolas retornáveis em excesso em casa? Deixe algumas no carro, na bolsa ou no trabalho. Assim, você não tem aquela "desculpa" de ter esquecido de levar sua ecobag.

- Sacolas biodegradáveis e oxibiodegradáveis são alternativas às de plástico comum. Prefira as primeiras, feitas à base de vegetais, como batata e mandioca, que podem ser descartadas com o lixo orgânico. As oxibiodegradáveis se fragmentam em pequenos pedaços, mas não há comprovação de que desapareçam totalmente do ambiente, e ainda podem contaminam o solo. (Para saber mais, leia também: O plástico ficou ecológico e O plástico oxibiodegradável é uma boa opção?)

- Leve sua própria caneca, squeeze ou garrafa térmica de casa para a escola, o trabalho... Assim, você ajuda a evitar que copos de plástico e garrafinhas PET se acumulem no local de trabalho.

MANUAL DE ETIQUETA SUSTENTÁVEL
Especial Manual
A saída está na inovação
Clima: todos podem fazer sua parte
Digital: caia na real
Inovação: a revanche dos nerds
Comida: o mar não está para peixe!
Energia: ideias que iluminam
Água: mantenha a casa limpa, e o planeta também
Mobilidade: descubra uma nova cidade

Livro orienta sobre escolhas sustentáveis

Escrita pelos especialistas Rafael Chiaravalloti e Claudio Pádua, a obra Escolhas Sustentáveis aborda vários temas relacionados à sustentabilidade – como desmatamento, aquecimento global e energias limpas – com a intenção de ajudar o leitor a tomar decisões mais conscientes no dia a dia

Quais são as melhores fontes de energia limpa? Como a carne que comemos pode interferir no desmatamento das florestas? Vale a pena levar em conta o conceito do Triple Bottom Line na hora de gerir um negócio? Essas e muitas outras questões relacionadas à sustentabilidade são abordadas no novo livro Escolhas Sustentáveis.

Escritas pelos biólogos Rafael Moraes Chiaravalloti e Cláudio Valladares Pádua, a obra pretende esclarecer - a partir de uma série de pesquisas e estudos de caso - assuntos ligados à sustentabilidade que estão cada vez mais presentes na mídia, mas que nem sempre são dominados pela população, e assim ajudar os cidadãos a tomarem decisões conscientes em seu dia a dia.

Entre os temas discutidos no livro estão:
- biodiversidade;
- desmatamento;
- aquecimento global;
- usos da terra;
- tratamento da água;
- tripé da sustentabilidade e
- energias limpas.

A obra Escolhas Sustentáveis, publicada pela Editora Urbana, pode ser encontrada em lojas especializadas de todo o Brasil.

Escolhas Sustentáveis
Autores: Rafael Chiaravalloti e Claudio Pádua
Editora Urbana
168 páginas
R$ 28

O fim do mercado de carbono?

Com a derrocada na venda de créditos de carbono aos países ricos, nações emergentes como o Brasil perdem algo valioso: um incentivo financeiro para poluir menos
Ganhar muito dinheiro com ar. É possível? Entre os anos de 2006 e 2008, muitas empresas do Brasil e de outros países emergentes estavam convictas de que sim. E tinham razões para isso. Elas estavam faturando alguns milhões de dólares com a venda de créditos de carbono do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), da ONU, uma das peças-chave do Protocolo de Kyoto - tratado assinado em 1997 que determinou pela primeira vez limites para as emissões de gases causadores do efeito estufa nos países ricos. Funcionava assim: uma companhia brasileira apresentava à ONU um projeto de MDL provando que havia reduzido as emissões de CO2 ao trocar, por exemplo, a matriz energética suja de uma fábrica por uma de fonte renovável.

Com isso, ganhava créditos, que vendia a uma empresa europeia ou japonesa que precisava cumprir metas de baixar suas emissões de gases estufa. Esse comércio entre emergentes e ricos teve seu auge em 2007, quando movimentou 7,4 bilhões de dólares. De lá para cá, porém, o MDL perdeu fôlego, e o que se vê hoje é o ocaso de um dos símbolos da luta contra o aquecimento global. Segundo um relatório do Banco Mundial divulgado no início de junho, a venda desses créditos gerou apenas 1,5 bilhão de dólares em 2010. Isso representou 1% do total de 142 bilhões de dólares do mercado global de carbono em 2010, que abrange outros tipos de negociação. Entre 2005 e 2007, essa fatia chegou a ser de quase 20%. O mercado de carbono começou a dar sinais de fadiga em 2008, quando a crise financeira mundial derrubou os preços dos créditos.

VEJA QUADRO - Ladeira abaixo: O Mercado de carbono já teve dias melhores

A crise tirou também o fôlego da indústria europeia, que, ao produzir menos, passou a precisar de menos ajuda dos emergentes para cumprir suas metas de redução de gases estufa. Até dezembro de 2009, porém, acreditava-se que os governantes dos países do mundo reunidos na conferência do clima da ONU, em Copenhague, na Dinamarca, definiriam um acordo global de redução de emissões para depois de 2012, data em que o Protocolo de Kyoto expira. Mas isso não aconteceu. Foi-se a expectativa e com ela os negócios com créditos de carbono do MDL. "Ninguém sabe o que vai ser do MDL a partir de 2013", afirma Flavio Pinheiro, diretor da Econergy, consultoria de projetos de carbono da empresa de energia francesa GDF Suez. "Não fosse essa insegurança, desenvolveríamos mais 50 projetos, além dos 71 de nossa carteira atual."

Sem nenhuma garantia de que os créditos de projetos registrados a partir de 2013 terão compradores, o que as empresas estão fazendo é correr para aprovar seus projetos de MDL na ONU até o final de 2012. Uma das companhias que estão brigando contra o relógio é a ArcelorMittal. O diretor de meio ambiente global da siderúrgica, o belga Karl Buttiens, esteve no Brasil em maio e deu ordens para a subsidiária apressar os quatro projetos em desenvolvimento. No cronograma inicial, a ArcelorMittal levaria, no mínimo, mais três anos para obter o registro. Dois desses projetos estão relacionados ao uso de carvão vegetal, em vez de carvão mineral, na produção de ferro-gusa na usina de Juiz de Fora, em Minas Gerais. A siderúrgica já tem o registro de um projeto de MDL, que recupera gases como o monóxido de carbono produzido na aciaria de Tubarão, no Espírito Santo, para gerar energia em suas termelétricas. A venda de parte desses créditos ao banco alemão KfW em 2009 rendeu à ArcelorMittal 5 milhões de dólares. Hoje, a empresa negocia com o banco a venda de um segundo lote de créditos do mesmo projeto.

"O MDL tem sido um estímulo para que os países emergentes invistam em tecnologias limpas", diz José Otávio Franco, gerente de meio ambiente da ArcelorMittal Aços Longos. Dito isso, a questão que se impõe é quanto seu enfraquecimento vai atrapalhar essa trajetória. "Vamos continuar apostando em processos produtivos mais sustentáveis, mesmo que não possamos contar com o empurrão da venda de créditos do MDL", diz Franco. É uma visão otimista, que casa com a de especialistas que acreditam na recuperação desse mercado. Para Carlos Delpupo, da consultoria Instituto Totum, o acidente na usina japonesa de Fukushima e o renascimento da aversão à energia nuclear podem levar a um uso maior de combustíveis fósseis na Europa. "Esse aumento do uso de energia suja terá de ser compensado em parte com créditos do MDL", diz Delpupo. É uma hipótese. O que já virou uma certeza para as empresas de países emergentes é que ganhar dinheiro com ar - ou melhor, com créditos de carbono - já foi bem mais fácil.

MMA financia iniciativa para recomposição florestal

MMA Ministério do Meio Ambiente

O projeto Roça sem Queimar completa 11 anos levando alternativas sustentáveis ao uso do fogo nas propriedades dos municípios paraenses da região da BR Transamazônica. Com apoio do Ministério do Meio Ambiente, o projeto agora entra em uma nova fase: criar alternativa para a recomposição florestal, aliando preservação ambiental com a produção de alimentos e geração de renda.

O Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA/MMA) investe R$ 427 mil no chamado Roça III nos municípios de Medicilândia e Brasil Novo, maiores produtores de cacau do Pará. O Roça será desenvolvido pelos sindicatos de trabalhadores rurais dos dois municípios, em parceria com a Embrapa, Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Universidade Federal do Estado do Pará e Emater.

Com base na dinâmica da floresta, o objetivo do Roça III é plantar na mesma área espécies agrícolas junto com castanheira, seringueira, açaizeiro, cacaueiro e laranjeira, aproveitando o potencial extrativista dessas espécies. “Dessa forma, a gente cria o ambiente propício para essas espécies, onde cada árvore tem seu papel, assim como na floresta”, explica um dos idealizadores do projeto Roça sem Queimar, o técnico agrícola Francisco Monteiro.

“Sem o uso do fogo a gente protege o solo, e a vegetação da área do roçado vira adubo, o que serve como controle biológico, evitando pragas”, completa Monteiro. Ele sempre testa na própria fazenda antes de divulgar suas novas tecnologias de produção sustentável.

O Roça III começou a ser colocado em prática no final de 2010, quando foram plantadas mais de 100 mil mudas de espécies florestais e agrícolas. Elas foram plantadas em um hectare de 60 fazendas selecionadas em Medicilândia e Brasil Novo. Com base em princípios agroecológicos, o Roça sem Queimar substituiu os usos de insumos químicos e do fogo na propriedade.

“Nós pudemos observar nas experiências anteriores que a amêndoa do cacau, por exemplo, tinha uma melhor qualidade e algumas pragas como monalônio não atacavam as árvores em que executamos das áreas onde não foi usado o fogo”, conta o técnico agrícola.

Além da redução do desmatamento, o projeto incentiva a recomposição do passivo ambiental e promove a regularização ambiental das propriedades da agricultura familiar. Além das mudas, as famílias participantes do projeto recebem visita de técnicos, uma vez por mês, para acompanhar o resultado do projeto.

O PDA financia iniciativas inovadoras que podem ser replicadas em outros lugares. No caso do Roça III, a ideia é disseminar a experiência nos municípios alvo da Operação Arco Verde, que busca alternativas sustentáveis para os 43 municípios onde foram registrados os maiores índices de desmatamento em 2008.

O resultado do projeto também será colocado em um manual de boas práticas. Serão duas mil cartilhas, que serão distribuídas para agricultores, entidades de ensino, pesquisa, extensão rural e de crédito. O projeto encerra no primeiro semestre de 2012.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caçadores de tubarão são presos dentro da Reserva Marinha de Galápagos

Um dos maiores casos de caça ilegal de tubarões na história do Parque Nacional de Galápagos está em curso na província equatoriana. Os guardas florestais do Parque e um navio da Marinha equatoriana apreenderam o navio de pesca industrial de espinhel de Manta, no Equador, e cerca de 30 pescadores. No momento da captura, o navio de pesca estava pescando há 20 milhas marítimas dentro da área designada da Reserva Marinha de Galápagos, a sudeste da Ilha Genovesa.

Após a inspeção, ficou claro que o navio estava usando espinhel para pescar tubarões comercialmente, o que é ilegal na Reserva Marinha de Galápagos. Além disso, descobriu-se que este navio estava envolvido em um massacre em massa de tubarões. O navio detido estava cheio de tubarões, 357 no total. A lista incluiu a morte confirmada de 286 tubarões-raposa, 22 tubarões-azuis, 40 tubarões de Galápagos, 6 tubarões-martelo, 2 tubarões-tigre e 1 tubarão-mako.
O Parque Nacional de Galápagos abriu um processo administrativo contra a embarcação, seu proprietário, e a tripulação. Simultaneamente, a nova promotoria ambiental para Galápagos iniciou um processo penal, a fim de obter penas máximas para as pessoas envolvidas neste crime ambiental grave.

A Sea Shepherd Galápagos irá acompanhar de perto este caso, quando for a julgamento. O impacto sobre o frágil ecossistema de Galápagos é devastador, e uma mensagem precisa ser enviada de que tais atividades altamente ilegais terão graves conseqüências.

A Sea Shepherd Galápagos está implementando o Sistema de Identificação Automática, que vai melhorar ainda mais a capacidade de monitoração de navios para o Parque, fazendo com que a pesca ilegal fique cada vez mais difícil dentro das águas protegidas da Reserva Marinha de Galápagos.

A Sea Shepherd tem trabalhado em estreita colaboração com o Parque Nacional de Galápagos desde o ano de 2000, e com a Polícia Nacional equatoriana desde 2007.

domingo, 24 de julho de 2011

Compromisso ambiental



A melhor maneira de apreciar a natureza é se aproximar dela respeitosamente. Essa foi a lição praticada no projeto do Parque Ecológico Imigrantes, que ainda usa componentes desmontáveis para evitar resíduos no futuro
Nada mais afinado do que escolher dois arquitetos cuja atuação prioriza soluções de baixo impacto ambiental e a conservação dos recursos naturais para criar um parque dedicado à educação ambiental. Foi exatamente o que avaliou a equipe da Fundação Kunito Miyasaka, dedicada à promoção da integração Brasil-Japão, e que acalentava a ideia de erguer um espaço dedicado ao ecoturismo e ao estudo da mata Atlântica. O terreno já estava definido: 484 mil m2 repletos de vegetação cerrada, a apenas 34,5 km da capital paulista - às margens da caudalosa rodovia dos Imigrantes. "Era perfeito", avalia Newton Massafumi Yamato, que desenvolveu o projeto em parceria com Tânia Regina Parma, ambos do escritório Gesto Ambiental. "A área faz divisa com o Parque Estadual da Serra do Mar e fica num importante corredor faunístico", explica Newton a respeito das visitas ocasionais de macacos, roedores e até felinos. "Ademais, próximo da região metropolitana não existem outras zonas naturais que se possa visitar, vivenciar mesmo", diz ele.

Veja a galeria de fotos do projeto Parque Ecológico Imigrantes

Acesso facilitado e experimentação verdadeira então tornaram-se lemas do trabalho. Consequente, a dupla optou pela implantação nas três clareiras preexistentes, sem machucar a vegetação. Cada uma acomodaria células destinadas ao pequeno auditório, à biblioteca interativa e a salas para oficinas ou workshops. Para a circulação, pensaram em passarelas suspensas, cravadas pontualmente no solo, de modo a preservar a topografia e as árvores nativas. Uma primeira ideia - erguer essa estrutura com madeira - foi abandonada. Tânia e Newton preferiram o aço porque julgaram que o material de fonte renovável não venceria o vão de até 80 m entre os blocos. A lógica do mínimo impacto levou-os também a planejar uma estrutura modular para ser usada nas três construções elevadas. "Nossos objetos e casas devem ser passíveis de montar e desmontar, evitando a demolição e uma montanha de resíduos", justifica Newton Massafumi, numa conceituação que sugere uma versão simplificada da análise do ciclo de vida dos materiais e edifícios - paradigma atual na sustentabilidade (leia mais sobre isso na matéria Material sustentável: desafio pelo caminho).

CERTIFICAÇÃO PARA TRAZER CREDIBILIDADE
Para coroar, os arquitetos ainda sugeriram aos clientes que buscassem a certificação AQUA, já obtida na fase de programa e sob análise para a etapa de projeto. "Como a Fundação está em busca de parceiros para viabilizar a iniciativa, achamos que um selo traria credibilidade", diz Newton. Ele está animado. Em novembro de 2010 foi inaugurada a pedra fundamental e a expectativa é de que tudo se realize em breve, inclusive os planos futuros, que preveem a instalação de outros módulos na floresta.

ACESSIBILIDADE É QUESTÃO FUNDAMENTAL
• Como o plano é permitir a visitação de todos, eliminando barreiras para pessoas portadoras de restrição de mobilidade, os arquitetos adotaram medidas facilitadoras. A primeira delas ajuda os usuários a percorrer as centenas de metros que separam o acesso principal dos módulos fechados do parque: uma cabine instalada sob a passarela principal, dotada de um sistema pendular, transporta os passageiros. Os visitantes ainda poderão tomar elevadores e chegar às trilhas na floresta. Elas partirão de diferentes níveis no terreno (cada uma correspondendo a uma parada do maquinário) e seguirão mata adentro sem oferecer grande dificuldade, permitindo aos frequentadores do parque a vivência plena do ecossistema.

• Passarelas largas e seguras foram desenhadas com 3 m para servir à circulação das pessoas - essa medida permite facilmente o giro de uma cadeira de rodas, por exemplo - e convidar à convivência. Planas, elas trarão placas imensas de vidro instaladas no piso, incrementando o caminho e possibilitando momentos propícios à observação da copa da árvores. A equipe da Gesto Ambiental também estudou uma maneira de instalar no trajeto pequenas placas fotovoltaicas, capazes de gerar a energia necessária para prover a iluminação noturna e os balizadores.

Projeto de arquitetura: Gesto Ambiental (Newton Massafumi Yamato e Tânia Regina Parma)
Estrutura metálica: Ycon Engenharia
Instalações elétricas e hidráulicas: Sandretec Consultoria

Como são feitos os testes de laboratório em animais?

Animais servem de cobaias para testes de medicamentos, vacinas, cosméticos e até produtos de limpeza que podem ser feitos de diversas maneiras
Porquinhos-da-índia, camundongos, coelhos e macacos são os animais mais utilizados pelos cientistas, mas, em alguns casos, também se recorre a cães, porcos e até baratas. Os bichos que participam das experiências são criados em viveiros chamados biotérios e geralmente são sacrificados após o estudo. Os defensores dos direitos dos animais repudiam esses testes*, afirmando que são cruéis e inúteis, mas os cientistas argumentam que, sem eles, os avanços da medicina seriam fortemente prejudicados.



DE OLHOS VERMELHOS
Coelhos cobaias medem os efeitos químicos da aplicação de cosméticos
1. O produto é pingado nos olhos do animal. Os coelhos são mais fáceis de manusear e têm olhos grandes, o que permite a visualização das reações causadas pela substância
2. Como os produtos podem causar dor, irritação e ardor, os coelhos são imobilizados e usam suportes no pescoço. Isso evita que se mutilem arrancando os próprios olhos
3. Também é comum o uso de clipes de metal nas pálpebras para manter os olhos da cobaia sempre abertos, o que ajuda na observação dos efeitos da droga que está sendo avaliada
4. O estudo costuma ser feito sem anestesia e, como reação à substância testada, podem ocorrer inflamações, úlceras oculares e hemorragia. Em casos extremos, o animal pode ficar cego
5. No final, o coelho é sacrificado para análise dos efeitos das substâncias em seu organismo. Críticos do teste dizem que ele é inútil porque os olhos dos coelhos têm anatomia bem diferente da dos nossos


ROEDORES DOPADOS
Novos medicamentos são desenvolvidos com base em testes em animais
1. O novo remédio é testado em laboratório. No caso de uma droga contra o câncer, por exemplo, o pesquisador testa a sua eficácia numa cultura de células cancerígenas num frasco
2. Quando os resultados são promissores, passa-se à segunda fase: o estudo em animais. Camundongos, por terem um ciclo de vida curto e fácil reprodução, são utilizados nos experimentos
3. Antes de tudo, é preciso "infectar" o roedor com a doença. No caso de uma nova droga contra o câncer, isso significa fazer crescer um tumor, similar à cultura de células estudada em laboratório
4. A nova droga é aplicada para comprovar a sua eficácia e toxicidade. Um estudo analisa como ela é processada pelo oganismo - sacrificando o animal - e se tem efeitos na reprodução
5. Dependendo dos resultados, o desenvolvimento da droga é descartado. Se o teste for bem sucedido o produto segue para a última etapa, quando será testado por pacientes



DOSE LETAL
Substâncias são injetadas no animal para determinar quão tóxicas são para os humanos
1. Uma sonda gástrica é inserida na garganta do animal para forçá-lo a ingerir a substância a ser testada. Macacos, por terem o organismo parecido com o nosso, são as cobaias mais utilizadas no estudo
2. A substância testada quase sempre provoca dor, convulsão, diarreia, sangramentos e lesões internas nos animais. Ela também pode ser inalada ou administrada por meio de injeções
3. O objetivo é saber qual é a dose máxima que o organismo pode suportar. Por isso, mesmo que a substância seja segura, é comum buscar uma concentração que leve as cobaias à morte
4. O estudo é feito em um grupo de animais e dura alguns dias até que metade morra - daí o nome LD 50 (sigla em inglês para dose letal 50%). Os que sobrevivem também são sacrificados

*As substâncias testadas, geralmente, estão em produtos de consumo diário



PRÓS E CONTRAS DOS TESTES EM ANIMAIS
Pelo bem da ciência ou pelos direitos dos bichinhos de laboratório

Cientistas
Sem os testes, as prateleiras das farmácias estariam vazias. Não haveria como criar novos remédios sem experimentá-los antes em bichos de laboratório. Os cientistas ressaltam também que seguem rígidos protocolos e códigos de ética que garantem o bem-estar e impedem o sofrimento dos animais.

Defensores
A União Europeia aprovou, neste ano, novas regras que restringem o uso de animais em testes científicos. A medida é resultado de protestos de organizações que são contra tais experimentos. Os ativistas afirmam que os estudos são ineficazes e que drogas perigosas, como a talidomida** , foram parar no mercado mesmo depois de testadas.

**A talidomida foi lançada, nos anos 50, como um sedativo. Mas, quando ingerida por mulheres grávidas, a droga causava má- formação e ausência de membros no feto

Fonte - Pessoas pelo Tratamento Ético aos Animais (Peta), bióloga Paula Jimenez, Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida (ABPST)

Dessalinização da Água do Mar

O consumo de água doce no mundo cresce a um ritmo superior ao do crescimento da população, restando, como uma das saídas, a produção de água doce, retirando-a do mar ou das águas salobras dos açudes e poços.
A dessalinização de águas salobras acontece quando passa a vapor e se torna doce e o vapor não produz água salgada depois que se condensa.

Nos oceanos esta é a principal solução para o atendimento das futuras demandas de água doce, já que são possuidores de 95,5% da água existente no Globo Terrestre.

Processos para dessalinização da água do mar:

* destilação convencional
* destilação artificial
* eletrodiálise
* osmose reversa

A dessalinização da água salgada ou salobra, do mar, dos açudes e dos poços, se apresenta como uma das soluções para a humanidade vencer mais esta crise que já se pronuncia.

Atualmente muitos países e cidades estão se abastecendo totalmente de água doce extraída da água salgada do mar que, embora ainda a custos elevados, se apresenta como a única alternativa, concorrendo com o transporte em navios tanques, barcaças e outros.

O consumo de água doce no mundo cresce a um ritmo superior ao do crescimento da população, restando, como uma das saídas, a produção de água doce, retirando-a do mar ou das águas salobras dos açudes e poços.

O uso das fontes alternativas de energia, como a eólica e a solar, apresentamx-se como uma solução para viabilizar a dessalinização no nosso semi-árido, visando o consumo humano e animal e a micro-irrigação, o que propiciaria melhores condições para a fixação do homem no meio rural.



O Nordeste é caracterizado por condições semi-áridas, com baixa precipitação pluviométrica e por um solo predominantemente cristalino, que favorece a salinização dos lençóis freáticos. Até agora as iniciativas se restringiram a soluções paliativas, como a construção de açudes e a utilização de carros pipa.

A dessalinização de água através de osmose inversa apresenta-se como uma ótima alternativa, uma vez que possui um menor custo quando comparado com outros sistemas de dessalinização. Além de retirar o sal da água, este sistema permite ainda eliminar vírus, bactérias e fungos, melhorando assim a qualidade de vida da população interiorana. O seu funcionamento está baseado no efeito da pressão sobre uma membrana polimérica, através da qual a água irá passar e os sais ficarão retidos. A integração com a energia eólica faz-se necessária devido ao baixo índice de eletrificação rural da região, tornando o sistema autônomo. Será utilizada uma turbina de 1.5 KW que irá fornecer eletricidade alternadamente para a bomba de captação de água do poço.



Histórico dos processos de dessalinização:

* Em 1928 foi instalado em Curaçao uma estação dessalinizadora pelo processo da destilação artificial, com uma produção diária de 50 m3 de água potável.
* Nos Estados Unidos da América as primeiras iniciativas para o aproveitamento da água do mar datam de 1952, quando o Congresso aprovou a Lei Pública número 448, cuja finalidade seria criar meios que permitissem reduzir o custo da dessalinização da água do mar. O Congresso designou a Secretaria do Interior para fazer cumprir a lei, daí resultando a criação do Departamento de Águas Salgadas.
* O Chile foi um dos países pioneiros na utilização da destilação solar, construindo o seu primeiro destilador em 1961.
* Em 1964 entrou em funcionamento o alambique solar de Syni, ilha grega do Mar Egeu, considerado o maior da época, destinado a abastecer de água potável a sua população de 30.000 habitantes.
* A Grã-Bretanha, já em 1965, produzia 74% de água doce que se dessalinizava no mundo, num total aproximado de 190.000 m3 por dia.
* No Brasil, as primeiras experiências com destilação solar foram realizadas em 1970, sob os auspícios do ITA-Instituto Tecnológico da Aeronáutica.
* Em 1971 as instalações de Curaçao foram ampliadas para produzir 20.000 m3 por dia.
* Em 1987 a Petrobrás iniciou o seu programa de dessalinização de água do mar para atender às suas plataformas marítimas, usando o processo da osmose reversa, tendo esse processo sido usado pioneiramente, aqui no Brasil, em terras baianas, para dessalinizar água salobra nos povoados de Olho D'Água das Moças, no município de Feira de Santana, e Malhador, no município de Ipiara.
* Atualmente existem 7.500 usinas em operação no Golfo Pérsico, Espanha, Malta, Austrália e Caribe convertendo 4,8 bilhões de metros cúbicos de água salgada em água doce, por ano. O custo, ainda alto, está em torno de US$ 2,00 o metro cúbico.
* As grandes usinas, semelhantes às refinarias de petróleo, encontram-se no Kuwait, Curaçao, Aruba, Guermesey e Gibraltar, abastecendo-os totalmente com água doce retirada do mar.

sábado, 16 de julho de 2011

Aquecimento global pode aumentar incidência de doenças

Uma pesquisa mostra que as mudanças climáticas tendem a ampliar a abrangência geográfica das doenças infecciosas como a leishmaniose

Relacionadas entre si, as mudanças climáticas globais e as mudanças do uso do solo podem alterar a abrangência geográfica de determinadas doenças infecciosas. Nesse contexto, um grupo de pesquisadores brasileiros está estudando as alterações do mapa epidemiológico de duas doenças infecciosas emergentes na Amazônia Ocidental. O objetivo é desenvolver um sistema de alerta precoce para as doenças, viabilizando a adaptação aos impactos negativos das mudanças ambientais sobre a saúde humana.

O Projeto Temático, financiado pelo Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), é coordenado por Manuel João Cesário, professor do programa de mestrado em Promoção de Saúde da Universidade de Franca (Unifran). Em estágio inicial, os estudos serão concluídos no fim de 2014.

De acordo com Cesário, o projeto monitora as mudanças ocorridas no mapa epidemiológico da bartonelose e da leishmaniose cutânea na região da tríplice fronteira, entre Brasil, Bolívia e Peru. As duas doenças são transmitidas pelo mesmo vetor: os mosquitos flebotomíneos do gênero Lutzomyia.

BARTONELOSE
A bartonelose, doença emergente originária dos Andes, é causada pela bactéria Bartonella bacilliformis e provoca fraqueza, anemia, febres e calafrios. A doença, também conhecida como "verruga peruana", pode se apresentar na forma conhecida como "bartonelose verrucosa", produzindo lesões que se assemelham a tumores de pele.

A leishmaniose, zoonose comum a humanos e cães, é causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania e pode adquirir a forma visceral ou cutânea. Esta última, também conhecida como "úlcera de Bauru", gera lesões na pele e pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

"O objetivo do estudo é desenvolver um sistema de alerta precoce para essas doenças diante das profundas mudanças socioambientais que essa região está enfrentando. Além dos impactos das mudanças climáticas globais e do desmatamento, há impactos causados por mudanças sociais profundas em virtude de grandes projetos de desenvolvimento e intensos fluxos migratórios na região", disse Cesário à Agência FAPESP.

LEISHMANIOSE
A leishmaniose cutânea, abundante em regiões mais próximas da costa brasileira, ainda não chegou à região estudada, mas está avançando para o oeste. A bartonelose, por outro lado, é prevalente no Peru e, em tese, não existe no Brasil, nem na Bolívia. Mas está avançando para o leste.

"Houve um crescimento importante da bartonelose entre 2004 e 2005 e especula-se que isso teve relação com o fenômeno El Niño, que muda o regime de chuvas e de temperatura na região durante alguns meses do ano. Essa mudança pode ter algum impacto na reprodução dos vetores e, com mais mosquitos, a transmissão é facilitada e a doença aumenta. Entretanto, ainda não temos certeza se a doença avançou porque os vetores mudaram de lugar ou se apareceram novos vetores", explicou.

No entanto, é improvável que as mudanças sejam causadas por um só fator, de acordo com Cesário. Um dos objetivos do projeto é investigar, nos próximos anos, quais são os fatores mais importantes para o avanço das doenças em novas áreas.

"A região que estudamos tem sofrido mudanças socioeconômicas consideráveis, com a construção das estradas BR 364 e BR 317 e a implantação de duas hidrelétricas, que levaram para Rondônia mais de 100 mil pessoas nos últimos três anos. Por conta dessas duas grandes obras, a população do município de Porto Velho, que era de 500 mil pessoas, subiu cerca de 20% nesse período", disse Cesário.

ESTRADAS NA AMAZÔNIA
A construção de estradas, por outro lado, afeta a cobertura do solo, segundo o professor. "Estudos mostram que 80% do desmatamento de florestas na Amazônia ocorre em áreas situadas a menos de 50 quilômetros de alguma estrada", apontou. Além da explosão demográfica ocasionada pelos projetos de infraestrutura, a região, segundo Cesário, também tem sofrido mudanças radicais na cobertura do solo, que influenciam diretamente as mudanças no clima da região, com reflexos na distribuição dos vetores das doenças.

"Por outro lado, as alterações no clima também influenciam as mudanças na cobertura do solo - porque a floresta fica mais suscetível ao fogo, por exemplo. É possível que tudo isso influencie diretamente na biologia desses vetores. Por isso, ao mesmo tempo em que investigamos as causas das mudanças, também investigamos suas consequências", afirmou o cientista.

SISTEMA DE ALERTA
Como as variáveis são muito complexas, o projeto exige uma equipe essencialmente multidisciplinar. O grupo reúne especialistas com experiência em áreas tão diferentes como epidemiologia, estatística e modelagem e mapeamento espaço-temporal de doenças.

"Não se trata apenas de aplicar métodos epidemiológicos, mas também de trabalhar com métodos de sistemas de informações geográficas - para conseguir fazer os mapeamentos - e métodos estatísticos, para conseguir levantar as áreas de risco e, consequentemente, fazer um mapeamento de risco das doenças. Se conseguirmos chegar a esse ponto, teremos métodos de modelagem para prever a abrangência das doenças no futuro, permitindo também traçar cenários e planejar a adaptação", explicou Cesário.

Segundo ele, se o grupo conseguir desenvolver um sistema de alerta, baseado em métodos com grande abrangência de ferramentas e de capacidade diferenciada de tratar dados, os resultados do projeto poderão servir como referência metodológica para outros estudos e os métodos poderão ser adaptados para aplicação em outras regiões e outras doenças.

"Uma necessidade preliminar do projeto é ter acesso a dados climáticos da região, como temperatura, precipitação, umidade do solo e do ar e regime de ventos entre 2000 e 2012. Também estamos fazendo um levantamento dos dados de satélite relacionados a mudanças no uso do solo no mesmo período", disse Cesário.

Desafio National Geographic 2011: inscrições até 29/07

Promovido pela revista National Geographic Brasil e pela Editora Abril, o concurso Viagem do Conhecimento - Desafio National Geographic 2011 premia os melhores estudantes de geografia, no Brasil. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até 29 de julho, pela internet
Estão abertas as inscrições para o concurso Viagem do Conhecimento - Desafio National Geographic 2011, que tem a intenção de testar o conhecimento de estudantes brasileiros - que estejam cursando entre o 8º ano do Ensino Fundamental e a 1ª série do Ensino Médio -, sobre geografia e áreas afins.

A iniciativa, que é promovida, todos os anos, pela revista National Geographic Brasil e pela Editora Abril, visa contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da disciplina no país e, ainda, estimular os jovens estudantes a conhecer melhor - e, consequentemente, respeitar mais - a diversidade de lugares, povos e culturas do mundo.

Os estudantes de escolas públicas e privadas, de todo o país, podem participar do Desafio: basta serem inscritos pela internet, até o dia 29 de julho, por um diretor, coordenador ou professor de geografia da instituição onde estudam. A ficha de inscrição está disponível no site do Viagem do Conhecimento.

O Desafio, que neste ano está sendo patrocinado pela Petrobras, terá quatro etapas:
- Fase Local, em que será aplicada a primeira prova, nas próprias escolas em que estudam os jovens participantes;
- Fase Regional, quando acontecerá a segunda prova, nos colégios eleitos como sedes estaduais do Desafio;
- Fase Nacional, quando serão divulgados os 20 finalistas da iniciativa, que viajarão juntos, acompanhados de responsáveis, para um destino brasileiro que ainda será definido pelo Comitê Gestor da iniciativa e
- Fase Final, em que os estudantes realizarão as duas últimas provas do Desafio, após cumprirem um roteiro repleto de eventos e passeios culturais.

A cerimônia de encerramento do Viagem do Conhecimento - Desafio National Geographic 2011 acontecerá em novembro deste ano e contará com a entrega de medalhas e certificados para todos os finalistas.

A emergência do conceito de Arquitetura Sustentável

Após sofrer algumas mudanças e a inserção/absorção de diversos parâmetros em seu conceito, a Arquitetura Sustentável é consolidada e ganha lugar de destaque em discussões de todo o mundo.
Com a difusão do conceito de Desenvolvimento Sustentável e à medida que crescia a consciência sobre o esgotamento dos recursos naturais, muitos estudos foram realizados com o intuito de mapear os grandes vilões da temerosa insustentabilidade ambiental, um dos grandes responsáveis pela geração de impactos ambientais negativos. De acordo com Lemos (2005), no panorama de impactos ambientais, a indústria da construção civil aparece como responsável pela extração de aproximadamente 20% dos recursos naturais e como um gerador potencial de poluições atmosférica e residual.

Miguel Aloysio Sattler (2003) classifica os impactos determinados pela indústria da construção civil em dois tipos: impactos durante a fase de produção da construção (extração, processamento e distribuição de produtos), considerados de maior interferência no ambiente; e impactos durante a fase de utilização da construção (aplicações no local, desenvolvimento da vida no local e disposição dos produtos correspondentes). Na tentativa de equacionar tais impactos, surge em 2003, o conceito de Construção Sustentável, definido como: “conjunto de estratégias de utilização do solo, projeto arquitetônico e construção em si que reduzem o impacto ambiental e visam a um menor consumo de energia, à proteção dos ecossistemas e mais saúde para os ocupantes” (ADAM, 2001, p.24).

Inevitavelmente, em associação com o conceito de construção sustentável, surge o conceito de arquitetura sustentável, pois, como afirma Corbella (2003, p.8): “o arquiteto, sem desprezar o belo e a plasticidade das formas, [teve que] forçosamente reencontrar o meio ambiente, cujo equilíbrio é de fundamental importância para a sobrevivência da espécie humana na Terra”.

Após sofrer algumas mudanças e a inserção/absorção de diversos parâmetros em seu conceito, a Arquitetura Sustentável é consolidada e ganha lugar de destaque em discussões de todo o mundo. As muitas frentes de discussão sobre o assunto enveredam por aspectos econômicos, sociais e ambientais. Uma conceituação atual, abrangente e muito bem recebida pelos estudiosos da Arquitetura Sustentável é dada por Mülfarth (2003, p.31): “uma forma de promover a busca pela igualdade social, valorização dos aspectos culturais, maior eficiência econômica e menor impacto ambiental nas soluções adotadas... garantindo a competitividade do homem e das cidades”.

Outro conceito de arquitetura sustentável é fornecido por Corbella (2003 p.17) que a define como sendo a concepção e o desenvolvimento de edificações que objetivem “o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrado com as características de vida e do clima locais, além da redução do uso de recursos naturais”. Já de acordo com Steele (1997, p.11), a arquitetura sustentável “consiste na produção de uma edificação que se adapte ao clima, à iluminação, ventilação e topografia, tirando proveito das condições naturais do lugar reduzindo o desperdício energético”. Para a Ecoplano (2006), por sua vez, a arquitetura sustentável é aquela que considera o uso, a economia e a racionalização/eficiência de recursos, o ciclo de vida do empreendimento e o bem estar do usuário, reduzindo significativamente, ou até eliminando, possíveis impactos negativos causados ao meio ambiente e a seus usuários.

Apesar da aparente homogeneidade de conceitos, a nova tendência mundial de arquitetura não pode ser vista como homogênea, pois em seu processo de amadurecimento e disseminação, surgiram algumas discordâncias teóricas que induziram a formação de duas posturas: a ecocentrista, que valoriza essencialmente o mundo natural e iniciativas individuais de transformação na relação homem/natureza; e a tecnocentrista, que defende uma arquitetura baseada na máquina, esta supostamente capaz de solucionar os possíveis problemas ambientais (FOLADORI, 2001).

Dessas posturas, importantes movimentos surgiram, sendo a Green Architecture, ou Arquitetura Verde, o mais difundido e utilizado, pois, fugindo de radicalismos, visa a conciliar a tradição histórica e as possibilidades modernas, em especial através da aplicação de tecnologias “limpas” e recursos renováveis (WINES, 2000). Paulatinamente e de forma isolada, uma parcela dos projetos arquitetônicos, tanto novos quanto retrofits (reformas), passa então a ser desenvolvida sob a ótica da sustentabilidade, estabelecendo padrões de sustentabilidade humana e ambiental, introduzindo novas tecnologias de menor impacto e reutilização de matérias-primas envolvidas (SECOVI, 2001).

Surgem então, na primeira década do século XXI, as edificações denominadas Green Buildings, ou Edifícios Verdes, empreendimentos nos quais os impactos ambientais gerados no projeto, na construção e na operação do edifício são minimizados sem interferir no atendimento das necessidades dos usuários (SILVA, 2000). Nesses empreendimentos, a preocupação com a sustentabilidade está presente desde a fase projetual até a utilização da edificação pelos usuários. Isso é de suma importância de acordo com Menegat (2004), pois segundo ele, não se pode restringir a busca de sustentabilidade das edificações apenas àquilo que concerne ao impacto ambiental e imediato da edificação no meio ambiente, mas também devem ser considerados todos os aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos envolvidos a curto, médio e longo prazo. Segundo Silva (2000), o conceito dos Green Buildings está em concordância com as instruções de Menegat e contempla as várias esferas da sustentabilidade, ou seja, as dimensões social, econômica e ambiental, que constituem o tripé do desenvolvimento sustentável.

A expressão Green Building passa a ser adotada de forma a englobar todas as iniciativas dedicadas à criação de construções que utilizassem os recursos de maneira eficiente, promovessem conforto, tivessem vida útil ampliada e fossem adaptáveis às mudanças de necessidades dos usuários. De acordo com Menegat (2004), os benefícios das construções sustentáveis podem ser classificados em estratégicos (evitam riscos e danos ambientais, além de aumentarem o valor do imóvel), operacionais (garantem a economia de custos e consumos durante a fase de construção) e econômicos (tornam os empreendimentos mais atraentes, o que garante um maior valor agregado, além de reduzirem os custos de operação e manutenção).

Lixão - Resíduos

É um local onde há uma inadequada disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública.
É um local onde há uma inadequada disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. É o mesmo que descarga de resíduos a céu aberto sem levar em consideração:

* a área em que está sendo feita a descarga;
* o escoamento de líquidos formados, que percolados, podem contaminar as águas superficiais e subterrâneas;
* a liberação de gases, principalmente o gás metano que é combustível;
* o espalhamento de lixo, como papéis e plásticos, pela redondeza, por ação do vento;
* a possibilidade de criação de animais como porcos, galinhas, etc. nas proximidades ou no local.

Os resíduos assim lançados acarretam problemas à saúde pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), geração de maus odores e, principalmente, a poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas através do chorume (líquido de cor preta, mau cheiroso e de elevado potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no lixo), comprometendo os recursos hídricos.

Acrescenta-se a esta situação, o total descontrole quanto aos tipos de resíduos recebidos nesses locais, verificando-se, até mesmo, a disposição de dejetos originados dos serviços de saúde e das indústrias.

Comumente, os lixões são associados a fatos altamente indesejáveis, como a criação de porcos e a existência de catadores (que, muitas vezes, residem no próprio local).

Embora apresente garantias razoáveis do ponto de vista sanitário, a solução Aterro Sanitário tem algumas desvantagens irrefutáveis:

* Desperdício de matérias-primas, pois que se perdem definitivamente os materiais com que se produziram os objetos;
* Ocupação sucessiva de locais para deposição, à medida que os mais antigos se vão esgotando. Numa perspectiva de médio e longo prazo este é um problema grave, pois normalmente apenas um número reduzido de locais reúne todas as condições necessárias para ser escolhido.

domingo, 10 de julho de 2011

China: o predador oriental

Prosperidade permite aos chineses financiar a matança de rinocerontes, animais cujos chifres são usados como ingrediente pela medicina tradicional do país. E eles não estão sozinhos: as crendices ainda são responsáveis pela morte de lagartos, veados, sapos, ursos e tigres-de-bengala
Mais de 1 bilhão de chineses e outros asiáticos acreditam que ingerir o chifre de rinoceronte em forma de pó diluído é uma receita infalível contra uma infinidade de males, entre eles pressão alta, febre, artrite, inflamações em geral, câncer e até aids. Na realidade, o chifre desse animal é feito da mesma substância que forma as unhas e os cabelos dos seres humanos, a queratina, e o efeito terapêutico de seu consumo é idêntico ao obtido quando alguém rói as próprias unhas, ou seja, nenhum.

Há décadas, a caça ao rinoceronte para recolher seus chifres mantém a espécie na lista dos animais ameaçados de extinção. Nos últimos anos, porém, a situação se tornou crítica. A prosperidade econômica da China e de alguns de seus vizinhos fez multiplicar a demanda por chifres. O quilo do produto tornou-se tão caro quanto o de ouro - vale 60 000 dólares. Antes, só poucos chineses abonados podiam bancar tratamentos com o ingrediente. Meio milhão de chineses já estão na categoria de milionários e o grupo aumenta ao ritmo médio de 10% ao ano. Ou seja, há dinheiro de sobra para bancar a crendice perversa. O mesmo ocorre no Vietnã, que também se beneficia de ventos econômicos favoráveis. O resultado é que a matança de rinocerontes na África do Sul, onde se encontram 90% dos exemplares da espécie, explodiu.

A média de rinocerontes abatidos por caçadores na década passada era de doze por ano. Em 2010, foram mortos 333 animais. No primeiro trimestre deste ano, foram 138. A população de rinocerontes-negros na África soma apenas 4 800 exemplares. A de rinocerontes-brancos, 20 000. Se a caça continuar no ritmo atual, o animal entrará definitivamente na lista vermelha da extinção.

Nos anos 70, o comércio de chifres de rinoceronte foi proibido por meio de um tratado internacional assinado até hoje por 175 países, inclusive pela China. Os únicos resultados práticos do documento foram que o abate passou a ser feito por caçadores clandestinos e o comércio de chifres, no mercado negro. Com o aumento da demanda e dos preços, a caça não apenas se intensificou como se modernizou. Os caçadores, a serviço de grandes quadrilhas internacionais contrabandistas de animais, usam helicópteros, binóculos de visão noturna e armas de grosso calibre para localizar e abater suas presas.

A extinção de qualquer espécie é uma perda inestimável. Mas é particularmente perturbador que o declínio de uma espécie magnífica, que habita a Terra há mais de 5 milhões de anos, seja causado por uma crença sem base racional alguma. Os chifres de rinoceronte já foram analisados por laboratórios europeus e americanos, sempre com resultado idêntico; não oferecem nenhuma qualidade terapêutica. Os poderes a eles atribuídos são apenas parte do conjunto de superstições que compõem a medicina tradicional chinesa, bastante popular no Extremo Oriente. O rinoceronte não é a única presa indefesa do curandeirismo. A medicina chinesa acredita que as características de um animal são transmitidas a quem come sua carne.

É um tipo de entendimento mágico que já foi bastante comum no passado. Canibais, em muitos casos estudados, igualmente agiam com a convicção de que iriam absorver o vigor do inimigo devorado. Isso é interessante quando confinado a estudos antropológicos, mas desastroso quando se multiplica por mais de 1 bilhão de pessoas. Nas farmácias chinesas é possível encontrar itens como lagarto desidratado, pênis de veado e intestinos de sapo.

O valor medicinal associado ao animal aumenta na proporção direta de seu tamanho, beleza e dificuldade de obtê-lo. Essas características fazem do tigre um alvo preferencial. Os chineses atribuem alto poder afrodisíaco a seus testículos, que transformam em iguarias e servem à mesa. Ursos são mantidos em cativeiro por causa de sua bile, o líquido produzido pelo fígado, que imaginam ter o poder de curar uma dúzia de doenças, de febre a males cardíacos. Os animais passam a vida em pequenas jaulas e a extração é feita com punções extremamente dolorosas, que os fazem urrar e morder as patas em desespero.

Os tigres-de-bengala são um dos símbolos nacionais da Índia e é naquele país que os caçadores agem para atender à demanda. Dos 40 mil exemplares da espécie que viviam nas florestas indianas há um século, estima-se que restem apenas 1 000. Um tigre morto e dividido em partes pode render 50 mil dólares nas farmácias chinesas.

A matança dos animais seria, em teoria, menos terrível se isso representasse algum tipo de benefício aos doentes. Mas nem isso ocorre. Diz o médico infectologista Artur Timerman, de São Paulo: "A medicina chinesa só oferece riscos. O doente demora a procurar atendimento médico adequado e pode ser vítima de contaminações".

Dois problemas e uma mesma solução Erguer habitações populares de maneira responsável pode resolver não somente a falta de moradia como também o impacto ambiental causado pelas obras


Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que o déficit habitacional no Brasil chega a quase 8 milhões de unidades. Mas essa pode ser uma boa notícia. Com o empenho dos governos em reduzir significativamente tal número, cresce a chance de o país se tornar um exemplo em construções de interesse social com baixo impacto no meio ambiente.

Soluções tecnológicas que permitam agrupar os dois temas já são conhecidas há décadas. "Existem pesquisas reunindo moradias populares, eficiência energética e redução no consumo de água durante a construção e na fase de ocupação do imóvel", diz Maria Augusta Justi Pisani, professora de pós-graduação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Ela também cita trabalhos relacionados ao uso de peças pré-moldadas, capazes de baratear e agilizar a obra. O problema reside no fato de esses estudos encontrarem pouca ressonância em estados e municípios. Em 2009, por exemplo, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e a Caixa Econômica Federal (CEF) criaram um concurso para destacar propostas de interesse social focadas em sustentabilidade. Venceram projetos em Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. Até o momento, nenhum saiu do papel.

Cabe agora aliar diretrizes públicas ao cuidado com o meio ambiente e a soluções de mercado. "Muitas experiências comprovam a eficácia de metodologias já disponíveis, mas precisamos achar uma maneira de reproduzi-las em escala grande o suficiente para reduzir o custo", diz Maria Augusta. "Elas ainda são caras e o mercado resiste em adotá-las por não saber como obter lucro", aponta. Por esse motivo, há décadas segue-se um padrão equivocado. "Infelizmente, desde os anos 70, as moradias populares são modelos de construções mal planejadas e mal-acabadas, que privilegiam a quantidade. Dezenas de conjuntos habitacionais foram levantados da mesma forma, sem considerar aspectos bioclimáticos, de conforto ambiental e de eficiência energética", resume o engenheiro Marcelo Takaoka, do Centro Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), sediado na capital paulista.

Como solução, os especialistas recomendam incluir as casas populares verdes nas políticas de estado a fim de garantir ações coordenadas. Atualmente, há uma preocupação crescente com a normatização de itens como tijolos, blocos, telhas, tubulações, componentes elétricos e hidrossanitários, mas isso se deve mais a critérios de licitação do que propriamente à consciência ambiental. Além do mais, quesitos menos relacionados à unidade habitacional, como a atenção ao entorno, não são contemplados na maioria dos projetos. Como se vê, o caminho ainda é longo - mas nem por isso impossível de percorrer.

CONJUNTOS HABITACIONAIS VERDES
• Desde 2007, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), do Estado de São Paulo, vem implantando técnicas construtivas e tecnologias amigas do planeta. O projeto Serra do Mar deve atender a 7 580 famílias removidas de locais de proteção ambiental em Cubatão, SP. Ao todo, serão 5 mil novas unidades, 1 800 delas já entregues. Há versões destinadas a idosos e deficientes físicos.

Estabilização do aquecimento global está ligada à poluição do ar

O rápido crescimento industrial da China ajudou a diminuir a velocidade do aquecimento global na última década, afirma um novo estudo americano divulgado nesta segunda-feira (4). Mas os gases do efeito estufa estão ganhando esta briga e a tendência é o aquecimento continuar.

Enquanto a década de 2000 foi considerada umas das mais quentes da história, a velocidade do aquecimento global foi refreada até 2009 e 2010, quando aconteceu o pico de temperatura. O motivo para esta aparente estabilização , de acordo com a pesquisa, foi o acréscimo de enxofre na atmosfera causado pelo aumento da queima de carvão na atividade industrial chinesa.

“A atividade humana pode tanto aquecer quanto esfriar o planeta. As pessoas normalmente focam no efeito de aquecimento do dióxido de carbono (CO2), mas durante a expansão econômica chinesa, houve um grande aumento de emissões de enxofre, que têm o efeito contrário,” explicou Rober K. Kaufmann, da Universidade de Boston, líder do estudo publicado na edição desta semana do periódico Proceedings of the National Academy of Science.

O consumo de carvão na China dobrou entre 2003 e 2007, e isso causou um aumento de 26% no consumo global do produto, de acordo com Kaufmann. O total é o mesmo do aumento mundial de uso de carvão dos 22 anos anteriores, disse: “O que levou 22 anos agora está levando quatro anos, e já começou num nível mais alto”.

Agora, o governo chinês disse reconhecer o impacto deste consumo em seu ambiente e na saúde de seus cidadãos, e estão instalando equipamentos para retirar as partículas de enxofre, explicou o estudioso.

O enxofre sai da atmosfera com relativa rapidez, enquanto o dióxido de carbono continua no ar por um longo período. Por causa disso, o aquecimento causado pelo CO2 está voltando a aparecer, explicou Kaufmann.

A Nasa e o NOAA (sigla em inglês para Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, dos Estados Unidos) ambos listaram 2010 como o ano mais quente já registrado, enquanto o Hadley Center, do Escritório Meteorológico Britânico diz que foi o segundo mais quente, após 1998.

Alguns cientistas já sugeriram que liberar compostos de enxofre na atmosfera poderia melhorar a mudança climática, por aumentar o volume de nuvens e neblina, que refletiriam a luz do sol, mas uma investigação mais profunda avaliou que essa não era uma boa ideia.

A injeção de enxofre para reduzir o aquecimento global poderia eliminar por completa a camada de ozônio em 70 anos, de acordo com uma análise do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica em Boulder, no Colorado. “As mudanças climáticas são uma ameaça real, mas é preciso mais estudo antes que a sociedade apele para soluções de geoengenharia,” afirmou Simone Tilmes, responsável pela análise.

De maneira geral, as temperaturas globais têm aumentado há mais de um século, desde que a Revolução Industrial começou a jogar mais gases como dióxido de carbono no ar. Mas já houve momentos de estabilização, como no pós-II Guerra Mundial, quando a produção industrial impulsionou as emissões de enxofre em várias partes do mundo, explicou Kaufmann.

Cientistas e ambientalistas do mundo todo estão preocupados com as consequências que o aumento de temperatura pode ter em todo o mundo, como secas, mudanças nos padrões de chuva, aumento de doenças tropicais e elevação do nível do mar.

O Japão irá se render ou intensificará a Guerra das Baleias no Oceano Antártico?

Sea shepherd

A frota baleeira japonesa retornará para o Oceano Antártico? A lógica, a lei, e a praticidade sugerem que não. No entanto, quando se trata de caça às baleias, o governo japonês não age de maneira prática, legal e racional, e assim o futuro da caça às baleias no Oceano Antártico é imprevisível nesta fase.

Esta semana, houve uma sugestão de que o Japão, mais uma vez, jogará a razão ao vento, com o relatório do governo japonês procurando enviar um navio de patrulha japonesa da Guarda Costeira ao Oceano Antártico para defender a frota baleeira japonesa da Sea Shepherd Conservation Society. A agência de notícias japonesa Kyodo relatou que o Ministério da Pesca do Japão pediu à Guarda Costeira para enviar um barco para proteger a frota baleeira durante a próxima temporada de caça. Mas a Guarda Costeira japonesa está sendo mais prática do que o Ministério das Pescas tem relatado, pois eles são relutantes em participar, citando que não têm base legal para fazê-lo.

Se a frota baleeira japonesa retornar para o Santuário de Baleias do Oceano Antártico estarão aumentando a sua dívida com mais subsídios do governo japonês. E, além de flagrante violação das leis de conservação internacional, também estará violando a nova lei emitida pela Organização Marítima Internacional (IMO), que proíbe a utilização de combustível pesado abaixo do 60º paralelo sul.

O navio da Sea Shepherd de busca de longo alcance, o Bob Barker, está atualmente na Austrália, totalmente reformado e pronto para partir a qualquer momento para o Oceano Antártico. O carro-chefe, Steve Irwin, e o Brigitte Bardot estão a caminho do Atlântico Norte para defender as baleias-piloto nas Ilhas Faroé, na Dinamarca. Ambos os navios, no entanto, serão capazes de retornar ao Oceano Antártico, em outubro, bem antes do início da temporada de caça às baleias.

A Sea Shepherd também está analisando o uso de um quarto navio, rápido, e forte no gelo, que estará pronto para enfrentar os baleeiros japoneses, e nenhum navio da Guarda Costeira japonês deveria decidir escoltar a frota de caça furtiva.

A introdução de um navio da Guarda Costeira japonesa irá criar alguns dilemas políticos interessantes para o Japão e a Austrália, e para os signatários do Tratado da Antártida, já que navios militares são proibidos na Zona de Tratado da Antártida.

O fundador e presidente da Sea Shepherd, o Capitão Paul Watson, está esperançoso de que a frota baleeira japonesa não voltará para o Oceano Austral em dezembro, mas, se o fizer, a Sea Shepherd estará pronta para obstrui-los novamente. “Estamos cautelosamente otimistas”, disse o Capitão Watson, “mas estamos fazendo os preparativos para retornar à Antártida – por via das dúvidas”.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Qual será o impacto ecológico da usina Belo Monte (PA)?

Protesto Indígena contra a Usina de Belo Monte

Desmatamento, seca e alagamento. O projeto de Belo Monte, que prevê a barragem do rio Xingu, é um dos maiores empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As obras começaram em março, mas a intenção de construí-la é antiga: o projeto é da década de 1980 e, desde então, é marcado por protestos que tentam barrar sua construção

Enquanto o governo afirma que ela é essencial para garantir o fornecimento de energia para o país, ambientalistas denunciam enormes impactos socioambientais. Entre os argumentos estão o desmatamento da Amazônia e o desalojamento de mais de 20 mil pessoas. Quando estiver pronta - previsão para 2015 -, será a terceira maior hidrelétrica do mundo, só perdendo para a chinesa Três Gargantas e para a brasileiro-paraguaia Itaipu.

PANDORA AMAZÔNICA
Os protestos contra a construção de Belo Monte contam com o apoio de James Cameron (Titanic e Avatar), que disse ter intenção de filmar um documentário sobre a usina

AOS TRANCOS E BARRANCOS - Os dois lados de Belo Monte: o projeto da usina e os impactos ambientais na região

O projeto da usina: em obras
Com cinco pontos de construção, a usina terá um reservatório principal, um canal de derivação, um vertedouro complementar e uma casa de força. Com as obras, serão criados cerca de 40 mil empregos diretos e indiretos

Impacto: sem floresta
Além da destruição da floresta associada à construção da usina, ecologistas temem que a ocupação desordenada das áreas do entorno de Belo Monte, incentivada pela chegada de migrantes e pela construção de vilas, intensifique ainda mais o desmatamento

O projeto da usina: reservatórios
A hidrelétrica terá dois lagos: os reservatórios do Xingu e dos Canais. Com a construção da barragem principal, a calha do rio será alargada. A partir do bloqueio, as águas serão desviadas para um canal
Impactos: efeito inverso
A barragem do rio Xingu causará a inundação constante dos igarapés de Altamira - e não sazonal, como de costume. Com o bloqueio do rio, um trecho de 100 km terá a vazão reduzida e pode até secar

O projeto da usina: canal de derivação
Com 130 m de largura, 20 km de extensão e 27 m de profundidade, o canal vai alterar o leito original do rio. Sua função é levar a água para a casa de força principal, onde ficam as turbinas da usina

Impactos: tchau, árvores
Segundo a ONG Conservação Internacional, nas escavações para a construção do canal serão removidos 100 milhões de m3 de material - que encheriam 40 mil piscinas olímpicas

O projeto da usina: Força total
Com 130 m de largura, 20 km de extensão e 27 m de profundidade, o canal vai alterar o leito original do rio. Sua função é levar a água para a casa de força principal, onde ficam as turbinas da usina O coração da usina irá gerar 11 mil MW - suficiente para abastecer duas cidades como São Paulo todos os dias. Uma casa de força complementar, no reservatório do Xingu, terá potência de 233 MW

Impactos: Baixa eficiência
A usina não poderá operar a todo vapor durante o ano. No período de estiagem (seis meses), ela deverá gerar, em média, 4.428 MW - contra os 11.233 MW do projeto original

• Em torno de 13 mil índios de 24 grupos étnicos que vivem às margens do Xingu terão a pesca e a navegação prejudicadas
• Enfileiradas, as piscinas atingiriam o comprimento de 2 mil km - distância equivalente a ir e voltar de São Paulo a Porto Alegre
• Em capacidade, a hidrelétrica só perderá para Itaipu, que tem 14 mil MW

Morte de pinguins na região Sul do país alerta ambientalistas


Pinguins sujos de óleo estão aparecendo, mortos ou debilitados, na costa marítima do Rio Grande do Sul.

Em menos de uma semana, pesquisadores e membros do Comando Ambiental da Brigada Militar contaram mais de 75 pinguins mortos e retiraram para recuperação 84 ainda vivos e sujos. Desses, nove já morreram.

“Outros morrem no mar e nem aparecem na praia”, diz Ignácio Moreno, professor de zoologia da UFRGS e membro do Ceclimar (Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos).

O professor afirma que o fenômeno é preocupante devido à constante migração das aves marinhas nesta época do ano. Segundo ele, as aves vêm da Patagônia, na Argentina, em busca de alimento e calor na costa do RS.

“Uma parte dos pinguins sempre morre nesse deslocamento, por ser mais frágil. Mas dessa vez o óleo vem atingindo até os animais mais fortes”, afirma.

A maioria dos pinguins sujos de óleo têm sido encontrada em praias do litoral sul do RS, como Cidreira, Pinhal e Quintão, de acordo com o sargento Vanderlei Filipiaki, do Comando Ambiental da Brigada Militar.

“É um local com muitas embarcações de grande porte, como petroleiras, que vêm aqui para descarregar”, diz.

Já os pinguins mortos estão concentrados na faixa que liga Tramandaí ao balneário de Dunas Altas. Além deles, um leão marinho apareceu morto na costa gaúcha.

Ele estava coberto de um óleo semelhante a petróleo, segundo o Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul. O órgão abriu uma investigação para apurar a causa das mortes dos animais e verificar se houve vazamento de óleo de algum navio.

Para o oceanógrafo e diretor do Cram (Centro de Recuperação de Animais Silvestres e Marinhos), da Universidade Federal do Rio Grande, Lauro Barcellos, as mortes dos pinguins são indícios de um crime ambiental

Segundo Barcellos, o óleo cola as penas do pinguim e o impede de manter o isolamento térmico do corpo –e ele acaba morrendo de frio.

Os animais estão sendo tratados na sede do Ceclimar, em Tramandaí, e no Cram, em Rio Grande. A retirada do óleo e o tratamento duram cerca de 60 dias.

SELO CERTIFIED HUMANE, DE BEM ESTAR ANIMAL,


Com mais de 65 empresas representando centenas de fazendas e 20 milhões de animais certificados (diversas espécies) 1,5 bilhão de ovos além de 13 restaurantes no seu programa de reconhecimento, o selo de certificação de bem estar animal CERTIFIED HUMANE, sob responsabilidade da HFAC- Humane Farm Animal Care foi reconhecido como categoria “ouro” em comparação realizada entre 5 referenciais similares, nos Estados Unidos.
A pesquisa foi realizada pelo Centro de Agroecologia e Sistemas de Alimentação Sustentável da Universidade da Califórnia, com 1.000 consumidores e 5 grupos focados.
Mais de 30 % das pessoas consultadas declarou sua preferência pelos produtos certificados portadores do selo Certified Humane.
Classificação de referenciais (normas para eco-produtos)
Certified Humane 30.5%
Locally Grown 22.0%
Living Wage 16.5%
US Grown 5.9%
Small Scale 5.2%
Fonte: Comunicado do Centro de Pesquisa, Universidade da California)
A ECOCERT BRASIL, através de acordo firmado com a HFAC oferece aos produtores brasileiros a possibilidade de certificação de seus animais e produtos de origem animal para uso do selo CERTIFIED HUMANE BRASIL.
Padrões para suínos, frangos de corte, poedeiras, perus, ovelhas, bovinos de leite e bovinos de corte e cabras de leite e carne estão disponíveis para os criadores e empresas interessadas.
Para maiores informações queira, por favor, clicar “ Bem Estar Animal” e/ou manter contato conosco : 48-32328033ecocert@ecocert.com.br.
O uso de transporte e manejo adequados para redução do estresse e sofrimento dos animais e a adoção de dieta satisfatória, apropriada e segura em suas diversas fases de vida são algumas das orientações da Instrução Normativa nº 56, publicada na sexta-feira (7), no Diário Oficial da União. Ela representa mais um marco legal do setor e traz recomendações gerais de boas práticas para o bem-estar animal.
A ECOCERT BRASIL coloca a disposição dos criadores e empresas brasileiras a possibilidade de certificação dos seus animais e produtos animais através do programa CERTIFIED HUMANE BRASIL, fruto de acordo com a HFAC-Humane Farm Animal Care, dos Estados Unidos.
Os padrões para a certificação têm como base as diretrizes da ROYAL SOCIETY FOR PREVENTION OF CRUELTY TO ANIMALS (RSPCA), da Inglaterra e atendem também os principais requisitos europeus para o setor.
Para acessar os textos completos dos padrões disponíveis clicar, por favor, no botão Bem Estar Animal e fazer o download.
RESTAURANTES NOS USA APOIAM O SELO CERTIFIED HUMANE DE BEM ESTAR ANIMAL
O selo Certified Humane garante aos consumidores norte americanos que carne bovina, suína ou de aves, ovos ou produtos lácteos são produzidos de acordo com as normas HFAC de bem estar animal. Os animais devem receber uma dieta nutritiva, sem hormônios ou antibióticos e devem dispor de refúgio, descanso e espaço suficiente para manifestação do comportamento natural. Desde a criação do programa HFAC em maio de 2003, mais de 65 empresas, que representam centenas de explorações agrícolas e milhares de animais, foram certificadas naquele país.

Além da certificação dos produtores, um programa de reconhecimento de restaurantes foi desenvolvido, para restaurantes e chefs que apoiam os objetivos da Humane Farm Animal Care, utilizam e oferecem de forma permanente, produtos que portam o selo Certified Humane.

Atualmente 16 restaurantes são reconhecidos na Califórnia, Nova Iorque, Carolina do Sul, Virgínia, Virgínia Oeste, Havaí.
O selo Certified Humane Brasil é atribuído pela ECOCERT BRASIL aos produtores brasileiros que atendem os requisitos da norma HFAC. Para isso um acordo foi firmado entre as duas entidades e inspetores brasileiros foram treinados nos Estados Unidos.
Padrões adaptados a realidade brasileira estão disponíveis para: bovinos de corte, bovinos de leite, galinhas poedeiras, frangos de corte, ovelhas, perus e suínos.
A ECOCERT BRASIL coloca igualmente a disposição dos restaurantes brasileiros um programa de reconhecimento, destinado aos estabelecimentos e chefs que apoiam o bem estar dos animais e colocam a disposição de seus clientes produtos que portam o selo Certified Humane Brasil.
Essa ação dos restaurantes e chefs é considerada como um apoio aos produtores e ao programa de certificação em bem estar animal. Por essa razão o reconhecimento dos restaurantes não tem custo a não ser as despesas de deslocamento, tempo de viagem e da eventual estadia do inspetor responsável pela verificação do atendimento dos requisitos do programa.
Para maiores informações queira por favor contatar a ECOCERT BRASIL:
tel:(55)48-32328033 e.mail: ecocert@ecocert.com.br