sábado, 25 de junho de 2011

Para onde vai seu computador velho?

O Brasil já é um dos maiores mercados de computadores do mundo - e logo vai ser um grande produtor de lixo eletrônico. Estamos prontos para cuidar de todo esse e-entulho?

Dizem que um carro zero-quilômetro perde valor assim que deixa a concessionária. Do computador, pode-se afirmar que, quando ele deixa a linha de montagem, provavelmente já está desatualizado. A diferença é que um carro tem valor de revenda, ainda que mais baixo. Já um PC antigo vale muito pouco. Tão pouco que muita gente nem tenta vendê-lo: joga direto no lixo. Esse fenômeno é comum nos países desenvolvidos, mas se engana quem acha que brasileiro não joga computador na lixeira. Em fevereiro, a Organização das Nações Unidas apontou o Brasil como o país emergente que mais gera lixo eletrônico per capita a partir de PCs. Os dados foram estimados, mas é fácil entender a equação. Em 2010, devem ser vendidos 13,5 milhões de computadores.

Numa conta otimista, considerando-se um uso médio de cinco a oito anos para essas máquinas, pode-se esperar uma enorme quantidade de lixo eletrônico em 2015. Mas nem é preciso olhar para o futuro para entender o problema. Quatro anos atrás, 19% dos domicílios urbanos tinham um computador de mesa. Em 2008, já eram 27%. O número de computadores vendidos a cada ano subiu de 8,2 milhões para 11,7 milhões nesse período, de acordo com a consultoria ITData. O Brasil é um dos maiores mercados de computadores do mundo. Logo vai ser também um dos líderes na produção de lixo eletrônico, um problema ambiental que já é grave atualmente e tende a piorar com a digitalização dos países emergentes.

No mundo, 40 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos são geradas todo ano, mas apenas cerca de 10% são reciclados de forma apropriada. No Brasil, não existem dados confiáveis sobre a reciclagem desse lixo, mas experiências mostram que a situação é parecida. A operadora Vivo oferece um serviço de reciclagem de celulares em 3 400 pontos de coleta em lojas próprias e revendas. Do total de aparelhos trocados, porém, somente 5% são coletados. "Parte do que não é coletado deve estar guardada ou foi repassada a alguém", afirma Juliana Limonta, consultora de responsabilidade socioambiental da Vivo. Um estudo está sendo feito pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre, uma associação de empresas) e pelo Ministério do Meio Ambiente, com entidades do setor eletroeletrônico, para descobrir o destino dos equipamentos velhos. "Alguns resíduos são jogados em lixo comum", diz André Vilhena, diretor executivo do Cempre. "Acabam em lixões ou são retirados por catadores." O grande problema desse cenário é que o manuseio errado dos equipamentos pode contaminar o solo e a água, conforme as peças se oxidam.

LEGISLAÇÃO
Leis para tratar o lixo eletrônico no Brasil começaram a ser criadas há apenas três anos. Em agosto, após quase 20 anos de discussão, foi sancionada a lei federal que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, definindo o descarte de diversos tipos de lixo, entre eles o eletrônico. A lei tem dois aspectos importantes. Um é a obrigação de criar sistemas de logística reversa, ou seja, um sistema que permita a volta dos equipamentos ao setor industrial para ser reaproveitados. O outro é a definição de que a responsabilidade pelo descarte correto é compartilhada entre fabricantes, distribuidores, importadores e consumidores. A lei ainda depende de regulamentação, mas algumas empresas se adiantaram. Desde 2006, a Dell oferece um sistema de coleta de eletrônicos e acessórios aos clientes brasileiros (não corporativos), agendada pela internet.

6 pecados ambientais da sacola plástica

Saiba porque as polêmicas sacolinhas plásticas distribuídas aos montes por supermercados e centros comerciais em todo o mundo são um perigo ambulante para o meio ambiente
1. UM PROBLEMÃO QUE LEVA ATÉ 400 ANOS PARA DESAPARECER
É isso mesmo, sacos e sacolas plásticas podem demorar até quatro séculos para se decompor, dependendo da exposição à luz ultravioleta e outros fatores. Trata-se de um período oitocentas vezes maior que o necessário para pôr um fim em materiais como papel ou papelão. Ao contrário do que acontece com o lixo orgânico, que leva entre 2 meses e um ano para "sumir" - sendo decomposto por minhocas, fungos e bactérias - a natureza simplesmente não sabe como se livrar dos plásticos.

Introduzidos na década de 1970, os sacos plásticos são relativamente novos no universo e por isso, segundo cientistas, ainda não há um micoorganismo capaz de decompor no curto prazo esse material, dono de cadeias moleculares quase inquebráveis. Resumo da ópera: apesar de práticas para o homem, as sacolinhas de polietileno feitas a partir de combustível fóssil são um péssimo negócio para a natureza.

2. SOBRECARREGAM ATERROS, REDUZINDO SUA VIDA ÚTIL
Por ano, são produzidos em todo o mundo pelo menos 500 bilhões de unidades de saco plástico, o que equivale a 1,4 bilhão a cada dia ou 1 milhão por minuto. Imagine agora todo esse grande volume de sacolas indo parar nos aterros e lixões a céu aberto. A cena é no mínimo pavorosa, não? No Brasil, os sacos plásticos já representam 10% de todo lixo nacional.

Quando descartados de forma inadequada, eles comprometem a capacidade do aterro, reduzindo sua vida útil e deixando o terreno impermeável e instável para o processo de biodegradação de materiais orgânicos. Pra não falar do tempo quase infinito que levam para desaparecer. Com o excesso de sacolas plásticas, os municípios são obrigados a ampliar seus aterros sanitários.

3. CONTRIBUEM PARA INUNDAÇÕES NOS GRANDES CENTROS URBANOS
Em épocas de chuva, as sacolas mostram as consequências do descarte incorreto, entupindo bueiros nos grandes centros urbanos. Distribuídas a torto e a direito por farmácias, padarias, lojas e principalmente mercados, elas fazem um verdadeiro estrago. Leves e finas, as sacolinhas são varridas pelo vento e pela chuva para os bueiros, prejudicando o escoamento de água, o que contribui para ocorrência de enchentes.

Claro que elas não são as únicas culpadas pelas enchentes e inundações das cidades, mas contribuem muito para agravar o quadro de impermeabilização urbana. Além disso, bueiros entupidos por plásticos tornam-se o ambiente ideal para a reprodução de insetos transmissores de doenças, como mosquitos da dengue.

4. FORMAM ILHAS DE LIXO PLÁSTICO NOS OCEANOS
Nem os oceanos escapam da "plastificação" em massa. Os resíduos plásticos dos aterros urbanos são carregados por enxurradas para o mar ou despejados diretamente nos rios pela população. E eles viajam milhares de quilômetros, sendo encontrados em ilhas e regiões marítimas remotas, bem longe da presença humana. Para se ter uma ideia, uma imensa área entre o litoral da Califórnia e o Havaí ganhou o nome de Lixão de Pacífico. Trata-se uma faixa formada por resíduos com extensão aproximada de 1,6 mil quilômetros que fica à deriva no mar.

Outro exemplo assustador da "plastificação" oceânica pode ser encontrado entre o Rio de Janeiro e a ilha de Ascensão, uma possessão britânica que fica no meio do Oceano Atlântico, no sentido de Angola, no Continente Africano. Uma expedição do projeto 5 Gyres, que avalia a poluição dos oceanos por resíduos plásticos em todo o mundo, encontrou fragmentos plásticos ao longo de todo o percurso de 3,5 mil km entre o Rio e a ilha, como se formassem uma linha fina e ininterrupta de lixo.

5. MATAM MILHARES DE ANIMAIS POR ASFIXIA E INGESTÃO
A poluição dos oceanos por resíduos plásticos têm consequências catastróficas para a vida nesse ecossistema. Muitos animais podem morrer por asfixia ou ingestão de fragmentos. Entre as principais vítimas estão tartarugas marinhas, peixes e aves como o albatroz.

Estimativas do Programa de Meio Ambienta da ONU (UNEP) apontam que anualmente o plástico é responsável pela morte de pelo menos um milhão de animais marinhos. Pelo volume no estômago, o animal que ingere o plástico acha que não precisa se alimentar e acaba morrendo por inanição, isso se não for asfixiado antes. Pior, quando o corpo do animal se decompõe, o plástico ingerido é liberado novamente no meio ambiente.

6. LIBERAM SUBSTÂNCIAS TÓXICAS AO SE DECOMPOR
A decomposição de sacos plásticos na natureza, ainda que demorada, libera substâncias químicas que contaminam o meio ambiente. No mar, esse processo é acelerado devido à exposição do resíduo ao sol e à água. Segundo estudos da Universidade de Nihon, no Japão, quando o plástico se decompõe no mar, libera bisfenol-A (BPA) e oligômero (PS), substâncias químicas tóxicas que podem afetar a reprodução, o crescimento e o desenvolvimento de animais marinhos. Os males do saco plástico não terminam aí. A tinta usada para impressão colorida possui cádmio, um metal pesado altamente tóxico nocivo ao meio ambiente e à saúde dos animais.

Mais luz, menos consumo

Que tal uma lâmpada que gaste bem menos eletricidade e dure, em média, seis vezes mais que suas concorrentes tradicionais?

Há muita gente que ainda não se convenceu da vantagem, tudo porque as fluorescentes compactas custam cerca de seis vezes mais que as incandescentes. Se você faz parte desse grupo, está jogando dinheiro no lixo. É questão de matemática. Considere uma lâmpada acesa durante 6 mil horas (seis horas diárias em seis anos). Leve em conta seu preço e sua vida útil. Pense em um custo médio de energia de R$ 0,50 kwh. Caso tenha optado pelo sistema incandescente, você gastará, em média, R$ 192 entre reposição de lâmpadas e eletricidade.

Se tiver preferido a fluorescente, porém, sua despesa será de R$ 55*. Caso opte por led, uma espécie de minilâmpada supereconômica, gastará até 85% menos em eletricidade - mas, como ainda são caros, os leds exigem alto investimento na aquisição. Ao escolher suas novas lâmpadas, além de levar em conta números e sustentabilidade, planeje também a iluminação adequada a cada ambiente. A luz branca é ideal para locais de trabalho minucioso, como a lavanderia e o escritório, segundo a designer de interiores Mariza Cundari Pereira, de São Paulo.

Já a amarela estimula o convívio e é ótima em quartos e salas. Para misturar os dois tons, siga a dica da profissional: "Aposte em lâmpadas brancas na iluminação geral da cozinha e destine as amarelas a alguns pontos, como em cima da pia".

• Da Osram, a Duluxstar se diferencia pelo formato, especial para luminárias em que a lâmpada fica exposta. Oferece 15 w de potência (semelhante a uma incandescente de 60 w) e cor branca morna. C&C, R$ 6,30

Em tempos de economia de energia, a cinquentona Alumbra lança sua primeira linha de lâmpadas fluorescentes compactas. Com 25 w, o modelo amarelo 3U ilumina o mesmo que uma incandescente de 100 w. Bahia Chaveiro, R$ 14

• A Mini-Lynx espiral, da Sylvania, tem 20 w - o que corresponde a 80 w de uma incandescente. Sua cor branca lembra a luz do dia. Dura até 8 mil horas. Lustres Yamamura, R$ 10,90

• A fluorescente compacta 3U, da Taschibra, exibe tamanho reduzido em relação aos modelos de sua categoria. Tem luz amarela e potência de 15 w - equivalente a 70 w de uma incandescente. C&C, R$ 5,16

• A Twister exibe luz amarelada suave e potência de 20 w, correspondente a 90 w de uma incandescente. Fabricada pela Philips, pode economizar até 80% de energia. Center Castilho, R$ 18,45

• Além de iluminar, a Purify, da Golden, promete acabar com cheiros ruins em ambientes - isso porque emite íons negativos neutralizadores de partículas poluentes. De 15 w (equivale a uma incandescente de 60 w) e cor branca. Leroy Merlin, R$ 35,90

• A LED Parathom Classic A 40, da Osram, mostra cor branca forte. Com potência de 8 w, semelhante a 30 w de uma incandescente, é perfeita para a iluminação pontual. Home Light, R$ 139,99

• A Super LED A-60 RGB, da FLC, vem com controle remoto que regula a cor (tons principais: vermelho, amarelo, verde e branco) e a intensidade luminosa (cinco níveis). De 5 w, corresponde a uma incandescente de mesma potência. Induspar, R$ 105,57

• Use a LED Energy Smart, da GE, para destacar pontos no ambiente, já que ela fornece luz focal. Consome 10 w de energia e produz iluminação equivalente a uma incandescente de 45 w. Lemca, R$ 155

Fonte: Associação Brasileira de Iluminação (abilux).

Dependendo do fabricante, a equivalência entre as potências de fluorescente e incandescente muda. por isso, está correto 15 w corresponderem ora a 70 w, ora a 80 w.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Extinção da vida marinha pode ser sem precedentes, diz estudo

Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm risco de entrar em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento vem de especialistas que integram o IPSO (sigla em inglês de Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos), entidade formada por cientistas e especialistas no assunto.

Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.

A pesquisa reuniu diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca.

“As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos”, disse o diretor científico do IPSO, Alex Rogers, também professor da Universidade de Oxford.

PLÁSTICO

Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e a liberação de metano no leito do mar.

O estudo observou também que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes. Alguns deles permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano. Com isso, há um aumento do poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar.

Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de um lado para outro, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.

O levantamento descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição estão agindo de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais, tanto que 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrer um severo declínio.

CICLOS

A vida na Terra já enfrentou cinco “ciclos de extinção em massa” causados por eventos como o impacto de asteróides, e muitos cientistas acreditam que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo.

“Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto [do que no passado] e o que estamos enfrentando é, certamente, um evento de extinção global significativa”, afirma o professor Rogers.

O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água.

Os níveis de CO2 que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos, afirma a pesquisa.

Entre as medidas que o estudo aconselha sejam tomadas imediatamente está o fim da pesca predatória, especialmente em alto-mar, onde atualmente há pouca regulamentação. Outras medidas envolvem mapear e depois reduzir a quantidade de poluentes – como plásticos, fertilizantes agrícolas e detritos humanos – e reduzir de forma acentuada os gases do efeito estufa.

As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana, durante um encontro de representantes governamentais sobre reformas na maneira de gerenciar os oceanos.

Projeto Muda Rock


Plantar três milhões de mudas nativas em seis etapas, do Oiapoque ao Chuí, é o objetivo do Projeto Muda Rock, idealizado pela agência Amapá Sustentabilidade Criativa, que tem como parceiras a MTV Brasil e a Conteúdo Musical. Calcula-se que 75% das emissões de CO2 no Brasil são decorrentes de desmatamento e queimadas de florestas.

A MTV se integra ao projeto como forma de apoiar o movimento EcoRockalismo, cuja intenção é defender o meio ambiente por meio da música, com a ajuda de bandas e artistas do cenário brasileiro. A ideia de conscientizar os jovens para a questão ambiental surgiu a partir do resultado do Dossiê Universo Jovem 4, elaborado pela MTV.

O responsável pelo plantio das árvores do Projeto Muda Rock será o IBF, gestor de um dos maiores viveiros de mudas nativas do país. Serão 500 mil mudas plantadas em cada uma das seis fases, totalizando uma área de 35 mil hectares de diversas regiões do Brasil.

O lançamento oficial do projeto acontece amanhã, na Conteúdo Musical, em São Paulo, com a presença de várias bandas e artistas.



LANÇAMENTO DO PROJETO MUDA ROCK

MOVIMENTO “ECOROCKALISMO”

Local: Conteúdo Musical

Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 2285 (Sumaré, São Paulo)

Data: 13 de Julho – Terça-feira

Horário: A partir das 18h

quinta-feira, 16 de junho de 2011

USP aprimora método de captação da energia solar

O laboratório de Fotoquímica Inorgânica e Conversão de Energia, do Instituto de Química da USP -Universidade de São Paulo desenvolve uma pesquisa de captação e transformação da energia solar em elétrica que busca auxiliar os esforços de preservação ambiental.

A pesquisa liderada pela professora Neyde Yukie Murakami Iha criou dispositivos (células solares chamadas Dye Cells, marca registrada pela USP) que substituem com vantagens as já conhecidas placas negras de absorção e conversão da luz do Sol em eletricidade (as células fotovoltaicas tradicionais). Essa tecnologia separa os processos de absorção da luz e de transformação da energia solar em elétrica, que passa a ser realizada não pela placa semicondutora em si, mas por substâncias corantes sensibilizadoras depositadas sobre a mesma. Isso permite um maior aproveitamento da luz captada, com otimização acima de 90% de conversão para algumas regiões de irradiação solar.

A célula fotovoltaica convencional é comumente utilizada em satélites e veículos espaciais, mas seu uso ainda é pouco propagado devido ao seu alto custo. Embora seja uma das formas de energia alternativa mais viável, a maior parte da energia utilizada no mundo hoje é produzida por meio de processos reconhecidamente danosos ao meio-ambiente. A construção de barragens para hidrelétricas causa graves desequilíbrios no ecossistema em que são instaladas e exige um alto investimento. O uso de combustíveis fósseis, especialmente o petróleo e o carvão mineral, é extremamente poluente, além de ser uma fonte não-renovável de energia e de sua oferta estar sujeita à condição econômica e política dos países produtores.

As Dye Cells apresentam-se, então, como uma alternativa para a solução desses problemas, já que o material utilizado na sua produção não é tóxico, não agride o meio ambiente e, ao contrário das células tradicionais, o custo energético de sua produção é baixo. Sua fonte de energia é abundante e renovável e a matéria-prima base dessas células, o dióxido de titânio, é um produto barato.

Outra vantagem é que essas células têm boa eficiência mesmo sob pouca iluminação, como em dias nublados. Além disso, essas células podem ter a aparência de um vidro com a cor do corante utilizado, o que permite que a fração de luz não convertida em eletricidade seja transmitida. Dessa forma, as células podem ser usadas em substituição a painéis e janelas. Os benefícios trazidos por essa tecnologia alcançam ainda a área social, já que possibilita a geração de eletricidade em comunidades isoladas.

As Dye-cells tiveram sua validade técnica e comercial para a industrialização do invento comprovada por meio de Estudo da Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE), especialmente desenvolvido a pedido do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Finep – Financiadora de Estudos e Projetos. A tecnologia recebeu inclusive menção honrosa do XXVIII Prêmio Governador do Estado – Invento Brasileiro, em 2002. (Agência USP)

“The Cove – A Baía da Vergonha”



Vencedor do prêmio de melhor documentário do Oscar de 2010, o longa “The Cove – A Baía da Vergonha” será exibido até 16 de junho na Matilha Cultural (centro de São Paulo).
É a primeira vez que o documentário, que mostra a matança de golfinhos em Taiji, no Japão, será exibido no Brasil.
No longa, um grupo de ativistas ambientalistas vão até a enseada próxima de Taiji para registrar, com os equipamentos adequados e com a presença de um treinador de golfinhos, a caça e o abuso que esses seres sofrem.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Garrafas PET podem se transformar em casas pré-moldadas


Apesar da praticidade, as garrafas PET representam um grave problema ambiental, já que o resíduo pode levar séculos para se decompor na natureza. O efeito ainda se multiplica se não é dada a destinação correta, para reciclagem e reaproveitamento.

A criatividade pode ser uma excelente saída para resolver impasses ambientais como os causados por produtos como este. O uso dessas garrafas está se multiplicando sobretudo no artesanato, principalmente na época de Natal. Em vários lugares do país, podem ser vistas árvores de Natal inteiramente confeccionadas com as garrafas.

A catarinense Thaís Lohmann Provenzano, arquiteta e urbanista, realiza um trabalho de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina, em que as garrafas podem ser utilizadas na construção de casas em substituição aos tijolos. Os painéis são pré-fabricados e os blocos cerâmicos comumente utilizados foram substituídos pelas garrafas e preenchidos com argamassa e cimento. Elas são cortadas na base e encaixadas umas nas outras, sobre um molde, antes do preenchimento.

Segundo ela, as garrafas já estão começando a ter um valor no mercado, mas ainda representam problemas para o meio ambiente, por seu elevado tempo de decomposição. “Grande parte ainda é jogado em rios e aterros sanitários”, diz. Em sua tese, ela destaca números a revelarem que anualmente cerca de 500 milhões de garrafas se transformam em toneladas de lixo, capazes de entupir bueiros, bloquear galerias pluviais e cobrir aterros sanitários.

Os tijolos tradicionais podem agredir o meio ambiente, pois exigem a retirada de recursos naturais. Segundo a arquiteta, os tijolos de garrafa pet além de não exigirem esses recursos, dão um destino ambientalmente correto ao material. “Reduz a poluição e a retirada dos recursos naturais”, reforça.

Apesar das vantagens, o produto ainda não está sendo comercializado. O trabalho do mestrado está em fase de desenvolvimento e depende de testes. “A idéia é difundir para a comunidade a possibilidade de substituir os tijolos, para que procurem os painéis para a fabricação das casas”, explica Thaís.

As instalações hidráulicas e elétricas são facilitadas nesse modelo. Diferente das casas comuns de concreto, que precisam ter as paredes quebradas, as canalizações e dutos são embutidos antes da finalização.

Thaís é autora também de outro projeto relacionado à reciclagem. A Recicleta é um veículo adaptado, semelhante à uma bicicleta, com um suporte para transporte do material. Ela diz que essa não é uma idéia nova e que a própria comunidade, em geral criativa, já improvisa seus meios de transporte adaptados. Segundo ela, o veículo poderia ser fabricado para distribuição aos recicladores.

O veículo possui acoplado um amassador de latas que permite uma redução de até 80% do volume do material coletado. Com divisórias móveis, o material pode ser separado sem chegar a se misturar. Por enquanto, o projeto está parado, pois Thaís se dedica ao mestrado e à casa de tijolos de garrafas pet.

Produção de cimento aproveita cada vez mais pneus inservíveis

O presidente da Votorantin Cimentos, Walter Schalka, anunciou que a companhia vai investir R$ 1,7 bilhão na produção de cimento. A medida, além de acompanhar o crescimento do setor de Construção Civil no Brasil, deverá elevar a reutilização de pneus inservíveis como combustível alternativo nesse processo, com reaproveitamento total da borracha.

A reutilização de co-produtos como garrafas pet, embalagens, pneus e entulhos está se tornando cada vez mais comum nas empresas ligadas à Construção Civil. A eliminação ambientalmente correta destes resíduos se fortaleceu com o empenho do setor em incorporá-los em seus processos produtivos. A Votorantim, por exemplo, utiliza pneus usados como combustível alternativo nos fornos de cimento desde 2005, período em que foi investido cerca de R$ 1 milhão nesta tecnologia. }

O co-processamento, como é chamada a queima de pneus, substitui a utilização do coque de petróleo e do carvão, diminuindo a dependência da indústria em relação aos combustíveis fósseis e preservando recursos naturais não-renováveis. Os resíduos da queima de pneus, antes destinados aos aterros sanitários, agora são completamente absorvidos pelo cimento, reduzindo impactos ambientais.

Respeito à APP

Uma construção irregular de um condomínio em Angra dos Reis foi demolida nesta sexta-feira 25 pelos proprietários, por determinação do Instituto Estadual de Florestas (IEF/RJ). A construção, um estande de vendas com 40 metros quadrados, foi erguida sobre o costão rochoso – área de preservação permanente -, o que contraria a legislação ambiental. A região está incluída na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios.

O flagrante da obra irregular foi feito no dia 23, em uma das operações integradas que estão acontecendo na região, envolvendo órgãos ambientais estaduais e federais e com apoio da Polícia Federal.

Boa intenção

O presidente Lula promulgou o Decreto de 21 de julho de 2008, publicado no Diário Oficial da União n° 139, de 22 de julho de 2008, no qual cria, na estrutura organizacional do Ministério do Meio Ambiente, a Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), órgão de natureza deliberativa e consultiva.

Baía de Todos os Santos

Considerada uma das maiores baías do Brasil e do mundo com aproximadamente 927km2 e extensão costeira de 184 km, a Baía de Todos os Santos possui 56 ilhas de diversos tamanhos, e encanta a todos tanto pela sua beleza quanto pela riqueza histórica e cultural, em um cenário povoado de igrejas, fortalezas e belas praias.

A região recebe águas doces de inúmeros rios e riachos e acolhe 13 municípios em seu entorno: Vera Cruz, Jaguaripe, Nazaré, Salinas da Margarida, Maragojipe, São Felix, Cachoeira, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Saubara, Madre de Deus, Candeias e Itaparica, hoje intitulado como a Capital da Baía de Todos os Santos.

Para mostrar e debater o que vem sendo feito por esse patrimônio, acontece nessa quinta-feira, das 9h às 13h, evento com o tema “a Baía de Todos os Santos é a Bahia de Todos Nós”, dentro da programação das “Quintas Ambientais”, promovidas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) da Bahia e onde serão realizados os debates.

Cinzas de carvão são utilizadas para criação de produtos ecológicos no Rio Grande do Sul

Uma das aplicações das cinzas de carvão é a fabricação de tijolos ecológicos. A alternativa barateia o custo da construção civil.
O Rio Grande do Sul concentra 90% de todas as reservas carboníferas brasileiras, o equivalente a cerca de 28 bilhões de toneladas.

O geólogo e responsável pelo departamento de meio ambiente da Fundação de Ciência e Tecnologia, Cientec, Oleg Zwonok, ressalta que o carvão é considerado uma boa alternativa para uso energético. “O tijolo ecológico não precisa de rejunte, uma economia a mais, sem contar a redução do tempo de construção”, destacou.

O potencial de produção a partir das cinzas de carvão é de 4 mil toneladas por ano. A utilização na fabricação de tijolos, além de ser uma alternativa econômica, resolve um dos problemas associados à queima do carvão, a estocagem das cinzas.

Alguns estudos estão sendo desenvolvidos para ampliar a utilização das cinzas, que ainda são pouco empregadas como materiais de construção e pavimentação. O presidente da Cientec, Luiz Augusto Pereira, destaca a pesquisa desenvolvida pela Fundação, a tecnologia de queima de carvão em leito fluidizado que vem sendo desenvolvida e há alguns anos.

sábado, 11 de junho de 2011

Espécies descobertas em 10 anos em Madagascar estão ameaçadas, diz WWF

Mal conhecidas dos cientistas, novas espécies descobertas em uma década de pesquisa em Madagascar já estão sob risco de extinção, alertou a organização ambiental WWF em um novo relatório. Segundo a ONG, entre 1999 e 2010 foram descobertas 615 espécies de animais – quase uma a cada semana.

O balanço inclui 385 plantas, 69 anfíbios, 61 répteis, 42 invertebrados, 41 mamíferos e 17 peixes. Entre as novas espécies está uma lagartixa que chamou a atenção dos cientistas pela sua capacidade de mudar de cor. O animal tem uma coloração cinzenta e levemente marrom semelhante à da copa das árvores – o que lhe protege da visão de predadores – mas fica azul na época do acasalamento.

Desde 1999, a ilha no sudeste africano colaborou com 11 novas espécies de camaleões – entre as quais o Furcifer timoni, de um verde vibrante e pontos vermelhos e azuis na cabeça. O camaleão vive nas florestas tropicais isoladas de Montagne d’Ambre, a 850 metros acima do nível do mar.

Outros animais incluem cobras, rãs e um lêmure que é considerado o menor primata do mundo. Tem apenas 10 cm de comprimento e pesa 30 gramas. “Este relatório sublinha o caráter único e insubstituível dos ecossistemas existentes em Madagascar”, disse o conselheiro de conservação o WWF britânico, Mark Wright.

Entretanto, lamentou o cientista, as novas espécies mal passaram a figurar nos livros de ciência e já estão ameaçadas. Entre as ameaças a ONG destaca o desmatamento e a perda de ecossistemas. Mais de um milhão de hectares de mata foram derrubados e a extração ilegal de madeira voltou a subir.

Após um golpe de estado em 2009, o país sofreu com a dificuldade de patrulhar inúmeros parques naturais, que ficaram a mercê de contrabandistas de madeira. “Estamos trabalhando para estabelecer uma rede de áreas protegidas na ilha e para promover alternativas de renda sustentáveis, o que ajudaria as pessoas em Madagascar a viver em harmonia com a riqueza natural ao seu redor.”

Fungo mortal já dizimou 200 espécies de sapos e rãs no Panamá

Um fungo mortal ameaça a biodiversidade nas selvas ao leste do Panamá, afirmam cientistas das ONG Conservação Internacional. Segundo os pesquisadores, um fungo chamado chytrid (que contém a bactéria Batrachochytrium dendrobatidis, ou BD) já dizimou aproximadamente 200 espécies de sapos e rãs.

A bactéria provocaria uma doença chamada quitridiomicose em alguns anfíbios. Essa infecção na pele interfere nas funções vitais como hidratação, controle da temperatura corporal, respiração, até matar por parada cardíaca.

Os cientistas ainda não sabem a origem da bactéria, que foi descrita em 1998 e posteriormente se espalhou pelo resto do mundo. Mas há teorias de que o fungo tenha chegado ao Panamá por uma espécie de rã originária do México. Ela pode ter sido trazida pelo homem, entretanto, existem investigações a respeito.

Técnicos do zoológico de Houston, além de pesquisadores do Panamá tentam proteger as espécies sobreviventes com reprodução em cativeiro. Exemplares que ainda não foram contaminados pelo fungo mortal foram retirados de uma região chamada Cerro Sapo.

Uma espada paira sobre nossas florestas

Um estudo do IPEA divulgado na manhã de hoje desmascara o que os ruralistas tentam esconder a todo custo
O texto do Código Florestal aprovado na Câmara irá mesmo causar mais desmatamentos e anistiar quem descumpriu a lei, comprometendo nossos recursos naturais e favorecendo principalmente os grandes proprietários de terra.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O estudo teve como objetivo avaliar os possíveis impactos do PL 1.876/99-C sobre as áreas de Reserva Legal (RL) no Brasil.

“Há tempos denunciamos que os ruralistas fizeram um texto para anistiar o crime ambiental e estimular o desmatamento. O estudo divulgado pelo IPEA confirma e põe números ao que vínhamos dizendo”, afirma Marcio Astrini, coordenador da campanha da Amazônia.

Veja abaixo alguns números apresentados pelo Estudo e suas consequências caso o texto aprovado entre em vigor:

Aumento do Desmatamento em 47 milhões de hectares.

O estudo considerou a hipótese de que a mudança da lei poderá influenciar desmatamentos futuros nas áreas isentas de reserva legal, levando a uma perda total da vegetação dessas áreas que deixarão de ser averbadas e ter assim proteção legal. A perda total de área de reserva legal, relativa aos imóveis de até quatro módulos fiscais, poderá chegar a 47 milhões de hectares. A maior parte dessa área ocorrerá na Amazônia com 24,6 milhões de há (53%).

Anistia = 29,6 milhões de hectares

135,7 milhões de hectares, correspondente à área dos imóveis de até quatro módulos fiscais, deixarão de compor a base de cálculo para recuperação de RL. O passivo total estimado isento de ser recuperado é de 29,6 milhões de hectares, sendo que a maior parte deste passivo ocorreu na Amazônia e é de 18 milhões de ha (61%).

Premiando quem desmatou

¨... anistiar os passivos e obrigar, sem nenhum benefício compensatório, a manutenção das RLs daqueles que cumpriram a lei vigente, sinalizaria que há a possibilidade de se beneficiar, no futuro, do descumprimento da legislação fundiária ou ambiental.

(...)

"A alteração do PL 1.876/99 apresenta outra implicação relevante: a anistia de recomposição das áreas de reserva legal pune o proprietário rural que está cumprindo a legislação atual, uma vez que haverá uma tendência de desvalorização do seu imóvel"

PL dos Ruralistas – De braços dados com o aquecimento global.

A pesquisa estimou que a quantidade de carbono que pode deixar de ser retida, caso os passivos de reserva legal hoje existentes nos imóveis de até quatro módulos fiscais sejam anistiados, é de 3.1 bi de tC. O bioma Amazônico seria onde a maior parte do carbono deixaria de ser incorporado à vegetação.

O documento ainda aponta que: ¨Os resultados obtidos neste estudo indicam que a alteração proposta no PL 1876/99 para as áreas de RL impactarão significativamente sobre a área com vegetação natural existente nos biomas brasileiros e sobre os compromissos assumidos pelo Brasil para redução de emissões de carbono.¨

O texto dos ruralistas não interessa á agricultura familiar

O estudo ainda questiona a serventia do texto aprovado á agricultura familiar. Segundo o texto, a lógica de permitir mais desmatamentos para a implementação da agropecuária convencional e de baixo valor por área não seria a melhor solução econômica para pequenos imóveis. Ao contrário, aponta que o uso econômico da floresta seria muito mais rentável á este tipo de agricultor:

"Ao prever a possibilidade de uso econômico das reservas legais, o Código Florestal

reconhece a potencialidade dessas áreas para o desenvolvimento econômico sustentável. Em primeiro lugar, são atividades ambientalmente adequadas, uma vez que necessitam que a vegetação seja preservada, o que permite seu uso permanente. Em segundo, sistemas sustentáveis de exploração da floresta são intensivos em mão-de-obra, consistindo, portanto, num potencial gerador de empregos e de desenvolvimento da agricultura familiar. Em terceiro, fornecem mais segurança econômica ao produtor, em virtude da diversificação e da menor incidência de pragas, comuns na monocultura. Em quarto, podem ser altamente rentáveis, podendo apresentar rendimentos por área mais elevados do que a agropecuária convencional para o pequeno produtor.

Os estabelecimentos agropecuários, sobretudo a pequena propriedade familiar, deveriam ser estimulados a conservar e recuperar suas reservas legais de forma a auferir rendimentos mediante o uso sustentável da floresta. Esse incentivo poderia vir por meio de políticas de estímulo ao uso sustentável da reserva legal."

UNB

Nesta segunda feira, pesquisadores do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB apresentaram projeções sobre o aumento do desmatamento para o ano 2020 também levando em consideração o texto dos ruralistas aprovado na Câmara. Resultado: do jeito que está, o texto poderá provocar um desmatamento 47% maior que o previsto para 2020. Já se a legislação atual fosse mantida e o Estado aumentasse a fiscalização, o desmatamento seria 25% menor que o projetado para os próximos 10 anos.

Desde o início dos debates sobre o Código Florestal, a bancada da motosserra sempre lutou para manter cientistas e estudiosos fora deste debate. Agora sabemos o porquê: eles colocam no papel a verdade sobre as reais intenções dos ruralistas , completa Marcio Astrini.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Chuva Ácida

Ao contrário do que se imagina, mesmo nos locais mais limpos, como o Ártico, a água da chuva é levemente ácida (pH 5,6). O pH mede o teor de íons positivos de hidrogênio de uma solução.
A queima de carvão, de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água, resultando em chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações.

O gás carbônico (CO2) expelido pela nossa respiração é consumido, em parte, pelos vegetais, plâncton e fitoplâncton e o restante permanece na atmosfera. A concentração de CO2 no ar atmosférico tem se tornado cada vez maior, devido ao grande aumento da queima de combustíveis contendo carbono na sua constituição. Tanto o gás carbônico como outros óxidos ácidos, por exemplo, SO2 e NOx, são encontrados na atmosfera e as suas quantidades crescentes são um fator de preocupação para os seres humanos, pois causam, entre outras coisas, as chuvas ácidas.

Ao contrário do que se imagina, mesmo nos locais mais limpos, como o Ártico, a água da chuva é levemente ácida (pH 5,6). O pH mede o teor de íons positivos de hidrogênio de uma solução. A tabela do pH vai do zero ao quatorze: quanto maior for a concentração daqueles íons, menor será o pH, logo, mais ácida a chuva. Em várias cidades do oeste da Europa e do leste dos EUA, a chuva chegou a ter pH entre 2 e 3, ou seja, entre o do vinagre e o do suco de limão.

O termo chuva ácida foi usado pela primeira vez por Robert Angus Smith, químico e climatologista inglês. Ele usou a expressão para descrever a precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester no início da Revolução Industrial. Com o desenvolvimento e avanço industrial, os problemas inerentes às chuvas ácidas têm se tornado cada vez mais sérios. Um dos problemas das chuvas ácidas é o fato destas poderem ser transportadas através de grandes distâncias, podendo vir a cair em locais onde não há queima de combustíveis.

A poluição que sai das chaminés é levada pelo vento, sendo que uma parte dela pode permanecer no ar durante semanas, antes de se depositar no solo. Nesse período, pode ter viajado muitos quilômetros. Quanto mais a poluição permanece na atmosfera, mais a sua composição química se altera, transformando-se num complicado coquetel de poluentes que prejudica o meio ambiente.



Prejuízos e Efeitos

Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas europeus já estão seriamente alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda estão destruídas pela acidez da chuva. Na costa do Atlântico Norte, a água do mar está entre 10% e 30% mais ácida que nos últimos vinte anos. Nas mais importantes áreas industriais do Hemisfério Norte, o vento predominante vem do oeste. Isso significa que as áreas situadas no caminho do vento, que sopra dessas regiões industriais, recebem uma grande dose de poluição.

Cerca de 3 milhões de toneladas de poluentes ácidos são levados a cada ano dos Estados Unidos para o Canadá. De todo o dióxido de enxofre precipitado no leste canadense, metade dele provém das regiões industriais situadas no nordeste dos EUA. Na Europa, a poluição ácida é soprada sobre a Escandinávia, vindo dos países vizinhos, especialmente da Grã-Bretanha e do Leste-Europeu.

Nos EUA, onde as usinas termoelétricas são responsáveis por quase 65% do dióxido de enxofre lançado na atmosfera, o solo dos Montes Apalaches também está alterado: tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas vizinhas, de menor altitude, e cem vezes maior que a das regiões onde não há esse tipo de poluição. Na América do Sul, chuvas com pH médio 4,7 têm sido registradas tanto em regiões urbanas e industrializadas como em regiões remotas.

Monumentos históricos também estão sendo corroídos: a Acrópole, em Atenas; o Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, na Índia; as catedrais de Notre Dame, em Paris e de Colônia, na Alemanha. Em Cubatão, São Paulo, as chuvas ácidas contribuem para a destruição da Mata Atlântica e desabamentos de encostas. A usina termoelétrica de Candiota, em Bagé, no Rio Grande do Sul, provoca a formação de chuvas ácidas no Uruguai. Outro efeito das chuvas ácidas é a formação de cavernas.

A chuva ácida obviamente também afeta a saúde humana, liberando metais tóxicos que estavam no solo, que podem alcançar rios e serem utilizados pelo homem causando sérios problemas de saúde.

Ainda, com relação ao meio ambiente, os lagos podem ser os mais prejudicados com o efeito da chuva ácida, pois podem ficar totalmente acidificados, perdendo toda a sua vida.

Os dois países com maior interesse em acabar com a chuva ácida são a Grã-Bretanha e a Alemanha. A Alemanha mudou sua política repentinamente para garantir pouca poluição; já a Grã-Bretanha, que tem menos problemas, ainda quer um pouco mais de provas antes de atuar. Um outro país, os Estados Unidos, acreditam que sejam necessários mais pesquisas e debates antes de uma ação prática.

Hoje em dia o carvão, o petróleo e o gás natural são utilizados para suprir 75% dos gastos com energia. É possível cortar estes gastos pela metade e ter um alto nível de vida.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Buraco na camada de ozônio

A parte azul mais escura representa o buraco na camada de ozônio.

O ozônio (O3) encontra-se na estratosfera e corresponde a uma camada da atmosfera, esse gás está situado entre 10 e 50 quilômetros de altitude, denominado de camada de ozônio.

Essa camada é indispensável para o desenvolvimento e manutenção da vida na Terra, uma vez que realiza uma espécie de filtragem dos raios solares promovendo a retenção dos raios ultravioletas que são prejudiciais, impedindo que atinja a superfície terrestre.

Por volta de 1930, surgiu o gás CFC (clorofluorcarbono) com finalidade industrial, a empresa pioneira no uso dessa substância foi a General Motors. No decorrer do tempo o uso dispersou-se pelo mundo, especialmente nos países industrializados, então o CFC foi inserido em bens de consumo, como geladeiras, ar condicionado, sprays, entre outros.

Nas primeiras décadas da utilização do gás não foram detectados prejuízos ao ambiente, mas a ideia de que tal gás era inofensivo foi superada no fim da década de 70, momento esse que foi realizado diversos tipos de estudos que constatou uma modificação na camada de ozônio na Antártica. Tal constatação foi feita a partir de informações obtidas através de imagens de satélites, os cientistas, através dos dados adquiridos, identificaram uma redução de 60% na camada da região.

Doravante a essa descoberta, os cientistas estabeleceram uma relação direta entre a emissão do gás CFC e a diminuição da camada de ozônio. O gás CFC expelido para a atmosfera sobe para as camadas mais elevadas, onde são submetidas às ações dos raios ultravioletas, que ocorre da seguinte forma: o CFC se fragmenta, o cloro começa a interagir com o ozônio e a partir desse processo ocasiona a quebra desse tipo de molécula e consequentemente destrói a camada de ozônio.

A diminuição da quantidade de ozônio resulta no aumento da entrada de raios ultravioleta na superfície terrestre, alterando toda composição natural do clima e das paisagens, provocando algumas doenças nos seres humanos, como câncer de pele, catarata e queda da imunidade, além de comprometer a vida no planeta.

Diante das constatações acerca da diminuição da camada de ozônio e os riscos que isso acarreta, as grandes economias se reuniram em 1987, na cidade canadense de Montreal, e implantaram o Protocolo de Montreal, que tinha como principal objetivo estipular metas de redução do gás CFC em primeiro momento e, posteriormente, deixar de utilizá-lo definitivamente.

Esse acordo obteve grande êxito, uma vez que todos os países aderiram e executaram as metas.

domingo, 5 de junho de 2011

Dia do meio ambiente - Da indignação, nasce a esperança

Há razões de sobra para ficarmos tristes neste 5 de junho, dia do meio ambiente. Mas existem muito mais motivos para renovarmos o nosso ânimo.
Neste domingo, dia 5 de junho, celebra-se no Brasil o dia do meio ambiente. E há algo a comemorar? Olhando para o passado recente, a sensação é de que não, não existe nada para festejar.

Em fevereiro, três reatores de uma usina nuclear em Fukushima não resistiram como seus donos prometiam a um terremoto seguido de tsunami e derreteram, provocando o maior desastre do gênero desde a explosão dos reatores de Chernobyl na Ucrânia, em 1986. Aqui também tivemos, em janeiro, nossa dose de desastres ambientais.

A velha equação brasileira de ocupação irregular de morros e encostas – com a consequente derrubada da cobertura florestal dessas áreas, que servia como proteção contra as intempéries da natureza – encontrou-se com chuvas torrenciais na serra Fluminense. O resultado foi uma catástrofe.

Mais de 900 pessoas morreram sob deslizamentos de terra ou afogados por enxurradas, que arrastaram também as plantações da região que abastacem o Rio de Janeiro com hortaliças. Apesar dessa eloquente mensagem da natureza, a bancada ruralista na Câmara Federal aproveitou-se da omissão do governo no assunto e aprovou mudanças no nosso Código Florestal, anistiando desmatadores, consolidando ocupações irregulares e deixando à mercê da motosserra 22 milhões de hectares de matas nativas.

Parte delas já começou a tombar com mais intensidade mesmo antes da vitória dos ruralistas na Câmara. Segundo levantamento do Inpe, o índice de desmatamento na Amazônia foi, em abril desse ano, 570% maior do que no mesmo mês do ano passado. A violência que em geral acompanha o desmatamento também recrudesceu na região.

No mesmo dia em que os deputados votaram pelas mudanças no Código Florestal, um amante das árvores e líder extrativista na área de Marabá, no Pará, foi assasinado junto com sua mulher. De lá para cá, houve mais dois assassinatos. Segundo o governo, há 165 pequenos agricultores, assentados e extrativistas ameaçados de morte na região.

Somadas essas histórias, parece que o Brasil e o mundo estão numa espécie de máquina do tempo que trouxe de volta a ameaça nuclear e o desmatamento, o conflito agrário e a violência na Amazônia. Por tudo isso é que paira no ar a dúvida se neste 5 de junho existe algo a celebrar. Nós, do Greenpeace, achamos que sim.

Fé no futuro verde e limpo

O desastre de Fukushima, as tentativas de destruir o Código Florestal e a volta do desmatamento e da violência ao cenário amazônico não causaram apenas luto. Provocaram também indignação. E ela é motivo suficiente para renovar a esperança.

Fukushima reabriu o debate sobre os perigos da geração nuclear e, sob pressão popular, vários países decidiram cancelar seus programas nucleares. Dilma Roussef segue calada sobre o assunto. Mas seu governo deu indicações de que arquivou os planos de construir quatro novas usinas no Nordeste – embora insistindo em manter as obras de terceira usina em Angra dos Reis.

E o embate em torno do Código Florestal não só trouxe de volta ao centro das atenções do Brasil o debate sobre o futuro de nossas florestas, como fez com que os brasileiros que sabem da importância da biodiversidade para a manutenção dos nossos recursos naturais e para o futuro de nossa agricultura se manifestassem em favor de sua proteção.

Foram eles que engrossaram o coro pela suspensão imediata das obras de Angra 3 e mostraram que o país não concorda com a visão ruralista de transformar o Brasil numa nação sem florestas. Muitos aderiram aos canais digitais de mobilização do Greenpeace nos últimos meses para defender nossa qualidade de vida e o nosso ambiente.

No twitter, de janeiro para cá, conseguimos mais 73% de seguidores. Hoje, somos 273 mil pessoas usando nossos celulares para berrar contra as tentativas de destruir nossas florestas ou plantar usinas nucleares no país. No Facebook, dobramos a audiência para 33 mil pessoas. A nossa base de ciberativistas também cresceu, pulando para 395 mil.

São esses números e as reações contra as tentativas de fazer o país andar para trás que renovam nossas esperanças no dia do meio ambiente. A disputa em torno do futuro de nossas florestas não terminou. Ela ainda precisa passar pelo Senado. E a decisão do governo de cancelar a expansão do nosso parque nuclear é um eloquente indício de que Angra 3 também pode ser suspensa.

O que é preciso é não baixar a guarda e manter a pressão. Se o passado recente nos diz alguma coisa, é que o Greenpeace não está sozinho neste desafio de fazer o Brasil um país verde e limpo. Por isso, vamos seguir adiante nesse embate com nossas esperanças renovadas. Por isso, não use o dia 5 de junho para ficar triste, mas para redobrar o ânimo.

E aproveite para dar um presente ao planeta contribuindo com o Greenpeace . Não aceitamos contribuição de empresas ou governos. São as doações de brasileiros indignados com o que acontece e esperançosos como nós com o futuro que garantem a nossa capacidade de agir e mobilizar a reação popular em favor do meio ambiente.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O que é o sea shepherd ?


O Instituto Sea Shepherd Brasil – Guardiões do Mar integra a Sea Shepherd Conservation Society, baseada nos Estados Unidos que também tem escritórios na Austrália, Canadá, Inglaterra, Holanda, França e África do Sul. A Sea Shepherd Conservation Society – SSCS foi fundada em 1977, nos Estados Unidos, pelos fundadores do Greenpeace, que, ao engajarem-se nesse novo projeto, criaram um movimento de caráter mais ágil, objetivo e ativista. Atualmente, a Sea Shepherd é considerada a ONG de proteção dos mares mais ativista do mundo e conta com a participação efetiva de milhares de voluntários em todo o planeta.

Em 1971 dois jovens movidos pela paixão e pela vontade de preservar o Planeta Terra embarcaram em um navio em direção ao Alasca com o objetivo de parar os testes nucleares que seriam conduzidos na ilha de Amtchika. Estas pessoas eram os canadenses Paul Watson e seu parceiro Robert Hunter. Neste mesmo ano estas duas personalidades acabariam encabeçando a criação da ONG mais conhecida do mundo, a Greenpeace. Seis anos mais tarde, os dois ambientalistas decidem deixar a Greenpeace. Paul Watson então funda outra ONG, mais ativista, objetiva, ágil e menos burocrática. Surge então, em 1977, a primeira ONG de proteção dos mares do mundo, a Sea Shepherd Conservation Society. Nestes mais de 30 anos de atuação, a Sea Shepherd e seus voluntários ficaram conhecidos como piratas dos mares, depois de afundar 10 navios baleeiros ilegais e abalroar e impedir a pesca de inúmeros barcos pesqueiros ilegais.

No Brasil, as atividades do Instituto Sea Shepherd Brasil – ISSB iniciaram em junho de 1999, através da implantação da sede nacional, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul como o único escritório no mundo com total autonomia da matriz nos EUA. Esta sede serve como referência das ações no Brasil e trabalha pela preservação da biodiversidade marinha brasileira, além de apoiar as ações internacionais da SSCS. O Instituto Sea Shepherd Brasil depende do voluntariado e, como outros escritórios no mundo, não possui nenhum funcionário fixo ou assalariado. Desde a sua fundação o ISSB vem promovendo, defendendo e apoiando a preservação dos ecossistemas marinhos brasileiros. Diversas ações em parceria com outras ONGs, empresas e órgãos governamentais já foram desenvolvidas com sucesso. Entre estas, podemos citar atividades de educação ambiental, sobrevôos para monitoramento e fiscalização do litoral contra a pesca predatória, coordenação de equipes durante atividades de recuperação afetadas pelo derramamento de petróleo, ações civis públicas em defesa dos ecossistemas marinhos entre outras.
Paul Watson a esquerda e Robert Hunter a Direita bloqueiam navio caçador de focas no Canadá em 1976, ainda em campanha pelo Greenpeace.


As ações da Sea Shepherd interessam a todos. Através de seus projetos, toda a comunidade, os órgãos governamentais, outras ONGs e a iniciativa privada são beneficiadas, as ações do Instituto Sea Shepherd preserva um bem comum que pertence a todos: o mar e a sua biodiversidade. O Instituto Sea Shepherd Brasil desenvolve atividades dirigidas para a conservação da biodiversidade marinha e ecossistemas da costa litorânea brasileira junto com organizações privadas, governamentais e não governamentais que buscam os mesmos objetivos. Como em outros lugares no mundo, os voluntários da Sea Shepherd são pessoas que querem fazer diferença e ajudar a proteger os ambientes e os animais marinhos. Estudantes, universitários, profissionais liberais e empresários de diferentes áreas de atuação se unem e oferecem seu conhecimento e esforço pessoal à nossa disposição para agir.

A Sea Shepherd precisa de você para continuar promovendo ações de forma ágil e eficaz. Portanto, se você também se revolta com a situação do nosso litoral e no mundo, torne-se um Guardião do Mar e faça a diferença.

Ações ambientais.

Muitos pesquisadores colocam que enquanto existir uma consciência de consumo amplamente difundida, a produção de lixo e poluentes será muito maior do que se pode reduzir o impacto.
No corrente mundo existem diversas ações realizadas para que o impacto dessas mudanças sejam de fato atenuadas ou mesmo neutralizadas dentro do que é possível. O que se deve ter em mente, segundo pesquisadores é que tais mudanças não são precisamente algo referente unicamente ao processo que se seguiu junto a revolução industrial e por conseguinte, mas também a todo um comportamento humano.

Em parte, tal situação se deve ao constante crescimento do consumo de energia que gerou grandes quantidades de carbono além de todas as outras formas de consumo. O acelerado processo industrial trouxe consigo uma produção massiva de poluentes e além disso tal energia produtora é bastante anterior a consciência “ecologicamente correta” por assim dizer.

Uma das grandes novidades de nossos tempos é, seguramente a preocupação com produtos que tenham uma origem ambientalmente correta, conceito esse que surgiu primeiramente com força na Alemanha, onde a preocupação com o meio ambiente atingiu níveis institucionais consideravelmente fortes.

Alguns mitos se criaram em relação a isso e geraram uma enorme discussão. O primeiro ponto de incongruência em relação a isso é o fato de ser ecologicamente correto é um processo que não é realizado em uma escala grande como são as linhas de produção chinesas, em modelo muito mais antigo e bem assentado e portanto está bastante distante a ser uma forma economicamente acessível. Outro fator que gera grandes discussões é que ser ecologicamente acessível está muito mais em ter uma consciência a esse fator que necessariamente em uma atitude relacionada a uma mega estrutura de eventos.

Muitos pesquisadores colocam que enquanto existir uma consciência de consumo amplamente difundida, a produção de lixo e poluentes será muito maior do que se pode reduzir o impacto.

Outro grande diferencial de nossos tempos é a mudança pela economia, se outrora era mais barato ser poluente como antigamente agora, ambas as formas estão equiparadas e isso não se trata de forma alguma em uma tomada de consciência coletiva mas sim por que também em breve não haverá mais humanidade para negociar, como em outros tempos disse Carl Sagan em “Pálido Ponto Azul”. Um desses mecanismos é o comércio de créditos de carbono, que visa negociar a emissão que uma determinada empresa pode poluir e outro é o o uso das MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo) que são projetos claramente definidos quanto a sua produção, metodologia, matéria prima e finalização de acordo com o que consta no Protocolo de Quioto, bem como o mercado de carbono.

Biopirataria

Os trópicos são o suporte da diversidade biológica do planeta por sua incomparável multiplicidade de ecossistemas. E a maioria dos países do Terceiro Mundo está situada precisamente nos trópicos.
Os trópicos são o suporte da diversidade biológica do planeta por sua incomparável multiplicidade de ecossistemas. E a maioria dos países do Terceiro Mundo está situada precisamente nos trópicos. Mas, a diversidade biológica enfrenta um processo de rápida destruição, devido, entre outras coisas, a megaprojetos financiados internacionalmente, como a construção de represas, diques e rodovias, a exploração de minas ou a criação de empreendimentos destinados à piscicultura. Também tem sua parte a ofensiva tecnológica e econômica para substituir a diversidade pela homogeneidade na silvicultura, agricultura, pesca e criação de animais.

A biodiversidade é um recurso das pessoas. Enquanto o mundo industrializado e as sociedades ricas voltam as costas para a biodiversidade, os pobres no Terceiro Mundo continuam dependendo dos recursos biológicos para sua alimentação e nutrição, para o cuidado com a saúde, para a energia, vestimenta e moradia. A biodiversidade não é, como a atmosfera ou os oceanos, um bem comum no sentido ecológico. Ela existe em países específicos e é usada por comunidades particulares. É global apenas em seu papel de matéria-prima para as corporações multinacionais.

A biopirataria é o desvio ilegal das riquezas naturais (flora, águas e fauna) e do conhecimento das populações tradicionais sobre a utilização dos mesmos. É um mal que abate e enfraquece cada vez mais o nosso país e que termina ignorando sua soberania territorial, incluindo-se a perda de um imprescindível patrimônio genético e biosférico, ainda longe de ser mensurável do ponto de vista econômico, mas que já é explorado pela ganância internacional.

Assim, a biodiversidade passa de um bem comum local para uma propriedade privada cercada e fechada. De fato, o cercado dos bens comuns é o objetivo dos direitos de propriedade intelectual e está sendo universalizado por meio dos tratados sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio, da Organização Mundial do Comércio (OMC), e de certas interpretações da Convenção sobre Biodiversidade.

Em várias regiões da Amazônia, pesquisadores estrangeiros desembarcam com vistos de turista, entram na floresta, muitas vezes, infiltrando-se em comunidades tradicionais ou em áreas indígenas. Estudam diferentes espécies vegetais ou animais com interesse para as indústrias de remédios ou de cosméticos, coletam exemplares e descobrem, com o auxílio dos povos habitantes da floresta, seus usos a aplicações. Após obterem informações valiosas, voltam para seus países e utilizam as espécies e os conhecimentos das populações nativas para isolarem os princípios ativos.

Ao ser descoberto o princípio ativo, registram uma patente, que lhes dá o direito de receber um valor a cada vez que aquele produto for comercializado. Vendem o produto para o mundo todo e até mesmo para o próprio país de origem, cujas comunidades tradicionais já tinham o conhecimento da sua utilização.

No Estado do Amapá existe uma Lei Estadual de Proteção e Acesso à Biodiversidade do Amapá, a Lei 0388/97. A lei disciplina o acesso aos recursos naturais do Estado, controlando toda e qualquer pesquisa sobre os recursos naturais no Amapá.

Os estados brasileiros que mais exportam plantas medicinais são: Paraná, Bahia, Maranhão, Amazonas, Pará e Mato Grosso. Dentre as espécies mais procuradas estão o cumaru, o guaraná, a ipecacuanha, o barbatimão, o ipê-roxo, a espinheira-santa, a faveira, a carqueja, o absinto selvagem, a babosa. Algumas dessas espécies encontram-se ameaçadas de extinção.

Primordial na privatização da biodiversidade são a desvalorização do conhecimento indígena, o deslocamento dos direitos locais e, simultaneamente, a criação de direitos monopolizadores para o uso da biodiversidade através da reivindicação de supostas inovações introduzidas pelas transnacionais. As corporações estão usando os direitos de propriedade intlectual para piratear o conhecimento indígena e a biodiversidade das comunidades do Terceiro Mundo. A biodiversidade é o capital natural das pessoas pobres e a personificação da diversidade cultural. Deve continuar sendo livre para que as sociedades sejam livres.

Fazendo-se valer da carência social e econômica dos mateiros, índios e matutos - gente que conhece como a palma da mão os mistérios e riquezas da natureza - buscam e orientam a exploração e o tráfico de mudas, sementes, insetos e toda a sorte de interesses em nossa farta biodiversidade.

Um, dos muitos fatores, que torna mais grave esta delicadíssima questão da biopirataria no Brasil é o crescente avanço da biotecnologia no primeiro mundo ante um país que continua fazendo acanhados e parcos investimentos nos setores de educação, ensino e pesquisa.

O estudo do tema da biopirataria no Brasil permite dois grandes enfoques que são complementares. Um diz respeito às ações clandestinas de retirada de recursos de nossa biodiversidade. Em geral associa-se esses atos à pilhagem promovida no contato direto com comunidades que detêm conhecimento original sobre propriedades de plantas ou animais.

O segundo enfoque traz à tona outra faceta da biopirataria, repleta de ambigüidades e zonas de sombras, relacionada à maneira pela qual o Brasil, por meio de seus poderes públicos, tem tratado a questão da regulação do acesso à biodiversidade. Esse enfoque ajuda a entender embates que se dão principalmente nos planos político e institucional, caracterizando subtrações e prejuízos ao patrimônio genético do país, muitas vezes sob abrigo oficial ou oficioso.

Quando a Rio 92 aprovou a Convenção sobre Diversidade Biológica, estabeleceu-se um marco no reconhecimento do caráter estratégico dos recursos de biodiversidade e da necessidade de regular o seu uso, para o bem da humanidade e benefício de cada nação detentora. O Brasil deveria, a partir daí, ter o maior interesse em elaborar a legislação nacional sobre o assunto, dada sua privilegiada biodiversidade. Além disso é historicamente biopirateado e uma lei adequada seria o primeiro passo para estancar a sangria.

Assim, a biopirataria não é hoje fruto apenas da falta de fiscalização e de legislação. Ela resulta também de uma postura equivocada do atual governo sobre a utilização e conservação do gigantesco patrimônio natural do país - como florestas, água e solo - impedindo que a sociedade brasileira faça dele alavanca eficaz para um desenvolvimento que proporcione geração de emprego, renda e melhoria da qualidade de vida para todos.



Alguns lembretes:

- a retirada ilegal de madeira e produtos da floresta para fins comerciais é um crime previsto na Lei de número 9.605/98, de crimes ambientais.

- os produtos amazônicos com reconhecido poder medicinal mais procurados pelos piratas da floresta são a casca da Jatobá, casca do Ipê-roxo, folha da pata-de-vaca, cipó da unha- de-gato, casca da canelão e da catuaba. De acordo com estudos realizados por pesquisadores brasileiros foram identificadas 105 espécies medicinais, que estão entre as mais visadas na Amazônia.

- no mercado mundial de medicamentos (US$ 320 bilhões anuais), 40% dos remédios são oriundos direta ou indiretamente de fontes naturais (30% de origem vegetal e 10% de animal). Estima-se que 25 mil espécies de plantas sejam usadas para a produção de medicamentos.

Este texto foi baseado nos seguintes autores: * Janete Capiberibe * Marcelo Baglione * Marina Silva * Vandana Shiva

O bárbaro fim de um defensor da floresta

O casal de extrativistas José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram mortos na última terça-feira (24) nos arredores de Marabá (PA). Os suspeitos do crime são madeireiros. A reserva de onde José e Maria, castanheiros, tiravam seu sustento, é praticamente a única floresta que resta na região onde os dois foram assassinados. Este video mostra como a Amazônia corre o risco de voltar a um tempo onde a impunidade, os crimes ambientais e o conflito agrário eram a lei.

Relógio de Pulso Movido com Água!

Relógio de Pulso Movido com Água!



Que tal um relógio de pulso que funciona com água? Isso mesmo, o Water Powered Wrist Watch usa água para funcionar ao invés de pilha ou corda.
O Water Powered Wrist Watch funciona usando um eletrólito entre o cobre e o magnésio montado no interior do mini tanque de água do relógio. Quando em contato com a água, o magnésio e o cobre liberaram íons em uma reação química que é convertida em energia elétrica para alimentar o relógio de pulso. Apenas um pouco d’água faz o relógio funcionar durante 5 dias.
O Water Powered Wrist Watch custa DKK$329 (R$100) na loja dinamarquesa Gadgets.dk.

Relógio-Lata movido a água!



Relógios atualmente são quase que acessórios dispensáveis, sendo utilizados muito mais por sua estética do que por sua funcionalidade. Não é a toa que as empresas buscam incrementar mais e mais os relógios de pulso, colocando bluetooth, gps e até fazendo celulares nesse formato.

Mas um bom relógio sempre pode quebrar um galho, ainda mais se for prático. É o caso do Water Powerd Can Clock:

Relógio Ecológico Funciona com Água!


Já mostramos, aqui no Digital Drops, dois relógios movidos a água: o Water Powered Clock e o H2O Water Clock, mas o novo relógio aquático e ecológico da Bedol é, sem dúvida, o que tem o design mais legal!
O Eco-Friendly Water-Powered Clock não usa nenhum tipo de bateria ou pilhas e funciona simplesmente com água e uma pitada de sal. O relógio funciona com eletrodos que extraem energia de partículas compostas que residem na água.

O Eco-Friendly Clock custa US$16 na Bedol e está disponível em 4 cores: transparente, azul, verde e amarelo.