A reciclagem evitaria que fossem parar
no lixo algo em torno de 228 kg de ouro, 1,7 mil kg de prata e 81 mil kg
de cobre na Argentina, apenas em 2011. A estimativa foi divulgada no
relatório Mineração e Lixo Eletrônico, produzido pela Organização Não
Governamental Greenpeace, e se refere somente aos metais preciosos
presentes em um tipo de lixo eletrônico: os celulares.
O documento aponta que cerca de 10
milhões de aparelhos celulares foram descartados no país em 2011. Cada
argentino produz, em média, três quilos de lixo eletrônico anualmente,
sendo que destes, metade termina em lixões e apenas 10% destina-se ao
manejo adequado de resíduos – número mais alto que outros países
vizinhos, como o Chile, que recicla de 1,5% a 3%.
Se a geração de lixo eletrônico é
problemática na Argentina, em terras brasileiras a situação não é
diferente. Em 2010, o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente) apontou o país como líder na geração de lixo eletrônico per
capita entre os países emergentes: meio quilo por ano, à época.
Mineração Urbana
O ouro é utilizado para fabricação de
componentes eletrônicos devido às suas propriedades de condução e
estabilidade. No entanto, o material é encontrado em quantidades mínimas
dentro de celulares ou computadores, cerca de 0,025% do total. A
prática de retirar metais preciosos de aparelhos eletrônicos ainda é
incipiente nos países latino-americanos, inclusive no Brasil, mas é
bastante difundida em nações desenvolvidas.
A mineração urbana, como é conhecida,
tem sido constantemente estimulada, pois evita a contaminação ambiental
de dois modos (segundo o relatório):
1) Permite recuperar metais ou materiais
que são cada vez mais escassos (como o ouro e a prata) e cuja obtenção,
por meio da mineração, gera um alto impacto ambiental e social;
2) Ao mesmo tempo, freia o impacto que
estes resíduos geram no ambiente ao degradar-se em lixões ou aterros,
contaminando os lençóis freáticos, o solo e o ar.
Cerca de 90% de todos os materiais
presentes em equipamentos eletrônicos podem ser reciclados ou
reutilizados, sendo que 3% são substâncias altamente tóxicas, como o
mercúrio, o cádmio e o amianto – daí a importância de levar esses
materiais a postos de coleta em vez de simplesmente jogá-los no lixo.
Além dos metais citados no relatório, a
reciclagem do lixo eletrônico permite a obtenção de materiais como a
platina, alumínio, aço e o plástico e os oriundos das terras raras –
situados na China, que detém 97% das reservas conhecidas, sendo assim
mais um importante fator para estimular a reciclagem.
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