terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Rio+20: Brasil quer encontro entre governos e sociedade

Entre a reunião do Comitê Preparatório da ONU para a Rio+20 e a Conferência oficial, o governo brasileiro quer promover, com o apoio das Nações Unidas, um encontro, apelidado de Dia Sanduíche, entre sociedade civil e representantes dos governos participantes da Rio+20. A intenção é debater propostas preliminares para a Conferência, com base em oito temas – entre eles, cidades, água e segurança energética

O calendário básico da Rio+20 - Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável já está definido: a terceira e última reunião do PrepCom - Comitê Preparatório da ONU para a Rio+20 - que reunirá uma grande quantidade de diplomatas e representantes de governos e da sociedade civil, de todo o mundo - acontecerá entre 13 e 15/06, no Rio de Janeiro. Cinco dias depois, em 20/06, também na capital fluminense, finalmente terá início a Conferência oficial das Nações Unidas, que vai até 22/06.

Sendo assim, o calendário oficial ficou com um "buraco", entre um evento e outro, que foi reservado pela ONU para a realização de "negociações informais e eventos diversos". Nesse contexto, o governo brasileiro propôs, às Nações Unidas, aproveitar esse período para a realização de um encontro entre sociedade civil e representantes dos governos participantes da Rio+20.

Apelidado de Dia Sanduíche - exatamente porque acontecerá entre a reunião do PrepCom e a Conferência oficial -, o evento pretende debater, em formato inovador, propostas preliminares para a Rio+20, com base em oito temas definidos, em dezembro do ano passado, pelo governo brasileiro e que ainda estão sujeitos a alterações. São eles:
- Segurança alimentar e erradicação da pobreza;
- Segurança energética;
- Economia do desenvolvimento sustentável/Produção e consumo sustentáveis;
- Inovação tecnológica para sustentabilidade;
- Cidades;
- Água;
- Oceanos e
- Trabalho decente e migrações.

"Costumo dizer que será um evento do processo semioficial da Rio+20, porque reunirá personagens da esfera oficial, ou seja, representantes da ONU e governos, e da esfera não-oficial, que é representada pela sociedade civil. O encontro proporcionará a formação de uma zona cinzenta, que pode trazer debates muito positivos para a Conferência. Será a chance de civis entrarem em questões que os governos não são capazes de entrar, ou não querem mencionar", disse Aron Belinky, coordenador de Processos Internacionais do Instituto Vitae Civilis, durante evento do Radar Rio+20, exclusivo para jornalistas, promovido para discutir os avanços da Conferência da ONU.

Os detalhes a respeito da organização do evento e da forma de participação da sociedade civil ainda estão sendo definidos pelo governo brasileiro e pelo secretariado da ONU para a Rio+20 e devem ser divulgados até o final do mês de fevereiro. "A definição de como se dará a participação da sociedade civil nesse encontro merece atenção. O evento não será tão positivo, caso o Brasil e a ONU considerem como sociedade civil, apenas, aqueles que estão credenciados para participar dos on-site side events, no Riocentro. O número de ONGs, empresas e movimentos sociais que realizarão off-site events no Aterro do Flamengo também é grande e não pode ser desconsiderado. Para o debate ser rico todos os autônomos devem ser ouvidos", pontuou Belinky. 

 

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