quinta-feira, 3 de maio de 2012

Estádios Sustentáveis

Uma Copa do Mundo prevê gastos exorbitantes com propaganda, patrocínios, estruturação, entre outros. E agora o mais novo investimento será com a sustentabilidade dos estádios de futebol - a FIFA pede para que as novas construções tenham preocupação ecológica.
Com os avanços tecnológicos da engenharia civil e da arquitetura os estádios estão cada vez mais inteligentes, confortáveis e luxuosos. Mas além de se preocupar com isso os projetistas e engenheiros terão que se esforçar para obter o selo LEED de sustentabilidade, um sistema de certificação norte americana dado apenas às construções que cumprem alguns critérios sustentáveis. Esse selo ainda não criou especificações para construções como estádios mas prevê que as estruturas devem apresentar soluções para a economia de recursos naturais, como água e luz, que é o que a FIFA quer que os estádios da Copa do Mundo apresentem.
Selo Leed de Sustentabilidade
Esses estádios “verdes” são um dos Green Goals da FIFA, lista de objetivos ecológicos que a Federação pretende alcançar e que surgiu durante os preparativos para a Copa da Alemanha. Os estádios que conseguirem essa distinção custam7% mais caro, mas em compensação economizam 30% em energia, 50% no consumo de água e emitem 35% menos gás carbônico.
E quais são as medidas sustentáveis dos estádios?
Luz – São utlizados painéis de captação de luz solar, os chamados painéis LED, que, por meio da luz emitida pelo sol, geram energia elétrica. Outra alternativa é a energia eólica. Essas medidas de economia de energia são importantes pois a manutenção de um estádio demanda muita energia.


Água – Sistemas coletores de chuva guardam a água recolhida em grandes locais de armazenamento para que ela possa ser reutilizada nos banheiros, chuveiros, lavagens e até mesmo na irrigação de plantas.




Estrutura - O local aonde o estádio vai ser construído deve ser pensado de forma a economizar em materiais de construção. Terrenos em declive, por exemplo, necessitam de muito mais material do que terrenos planos. A localização também é importante – quanto mais central, melhor, já que um local de fácil acesso significa mais pessoas indo a pé e de bicicleta do que de carro, o que diminui a poluição do ar e ainda ajuda o trânsito. Outra medida é o plantio de árvores e outras plantas em volta do estádio, para compensar a emissão de gás carbono.

Os que já mudaram...
Alguns estádios ao redor do mundo já apresentam mudanças.  O World Games Stadium em Taiwan, por exemplo, instalou placas solares que suprem toda a demanda do estádio por energia elétrica. Quando não está funcionando consegue fornecer energia a quase 80% das casas do bairro. Na Alemanha o Allianz Arena investiu em telhados de um plástico transparente chamado EFTE, que é 10% mais eficiente do que o vidro na passagem de luz solar. Aberturas nas paredes do estádio foi a solução utilizada pelo ANZ Stadium, na Austrália, para melhorar a ventilação natural e minimizar os gastos com ar-condicionado. O Ethiad Stadium, na Australia, e o National Park (estádio de beisebol) nos EUA já utilizam sistemas de reuso e tratamento da água da chuva.
Na África do Sul, o estádio da Cidade do Cabo é um exemplo do reaproveitamento de lixo – 95% do aço, plástico, madeira e concreto utilizados foram reaproveitados do estádio que ocupava o local anteriormente,
...e os que ainda vão mudar
A Copa do Mundo de 2014 no Brasil será um mundial marcado pela sustentabilidade. Pelo menos cinco dos 12 projetos de estádios que serão construídos apresentam medidas sustentáveis.
O projeto do novo Mané Garrincha, em Brasília, criado pelos arquitetos Ícaro de Castro Mello e Eduardo Castro Mello, possui alguns aspectos sustentáveis. De acordo com Eduardo, as arquibancadas e estruturas foram planejadas para uma boa circulação eólica e é prevista a captação de água da chuva para reutilização. Painéis fotovoltaicos (captação da luz solar) também devem ser utilizados para a iluminação do edifício. Esse projeto ainda não foi aprovado. Outro exemplo é o Beira-Rio, em Porto Alegre, que prevê coleta e reutilização da água da chuva, ciclovias, ancoradouros de barcos e pisos permeáveis.

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