O Greenpeace divulgou recentemente fotos aéreas dos territórios que foram escolhidos para receber a hidrelétrica de Belo Monte.
As fotos evidenciam que a vegetação de diversos trechos já foi
removida, com máquinas trabalhando a todo o vapor. As imagens
impressionam, mas mesmo parecendo ser o registro de grandes áreas, as
fotos representam apenas um pequeno percentual de todo o espaço que será
atingido pelo empreendimento.
A construção ocupará parte do território dos municípios de Altamira,
Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, todos na
região amazônica do estado do Pará, alagando uma área de aproximadamente
516 km², dimensões que superam as de cidades como Belo Horizonte e
Porto Alegre.
O empreendimento é um dos maiores e mais polêmicos do governo
federal. O custo-benefício da obra é questionado por muitos
especialistas, em função da grande devastação ambiental que o
empreendimento promoverá, apesar de a companhia responsável colocar que
60% da área ocupada por Belo Monte é constituída por pastagens e
territórios destinados à agricultura.
De acordo com o Greenpeace, aproximadamente 40 mil pessoas correm o
risco de desalojamento, além de outras 120 mil que poderão ser atingidas
de forma direta e indireta pelo empreendimento.
A Norte Energia, empresa responsável pela obra, projeta que o custo
final pode chegar a R$ 30 bilhões, valor próximo dos R$ 33,3 bilhões
previstos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para o ano
de 2012 para a área da educação.
O Projeto Básico Ambiental (PBA) foi concebido nos moldes da licença
concedida pelo Ibama. A empresa afirma ainda que o projeto não trará
danos aos territórios indígenas e que serão investidos R$ 3,2 bilhões em
ações socioambientais na região, beneficiando a população local com
melhorias estruturais significativas.
Com o potencial hídrico do nosso país, que é um dos que conta com a
maior quantidade de rios caudalosos no mundo, é natural que uma obra
desse porte passe por questionamentos, sobretudo quando é colocado que a
média de energia gerada ficará abaixo da metade do potencial total do
empreendimento. As imagens de Belo Monte trazem à tona o projeto e permite novas reflexões sobre o tema por parte da sociedade civil.
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