Lixo: todos produzem, todos cuidam
Eis mais um grande desafio! A Política Nacional de Resíduos Sólidos,
já em vigor, estabelece a responsabilidade de todos por tudo que
consumimos e descartamos. Isso quer dizer que as empresas terão de
fabricar produtos que deixem menos resíduos e que sejam mais
recicláveis. O consumidor está proibido de queimar lixo a céu aberto ou
jogá-lo em ruas, praias e rios. E, no caso de alguns produtos, terá que
devolvê-lo ao fabricante, para que este os recicle
Agora somos todos responsáveis pelo descarte de resíduos no país. Tanto
quem produz, como quem consome. Por isso, é cada vez mais vital que
estejamos bem informados, não só sobre detalhes da nova lei, como,
também, sobre como descartar qualquer produto, de forma correta. E mais:
com a consciência de que é preciso consumir cada vez menos.
-
Computadores e outros eletrônicos encostados em casa podem ser doados a
empresas e projetos que recuperam e doam esses equipamentos para
escolas. Material sem recuperação segue para a reciclagem.
-
Lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal
pesado, e por isso devem ser enviadas para reciclagem específica. As
incandescentes, halógenas e de sódio de baixa pressão podem ser
recicladas normalmente, mesmo quebradas.
NÃO RECICLÁVEIS
Você sabe que alguns materiais e produtos não podem ser
reciclados de jeito nenhum? Neste caso, o único destino possível é o
aterro sanitário ou o lixão.” Mas claro que tudo depende do local onde
você mora. Há lugares no Brasil que pouco reciclam e outros nos quais a
coleta está bem avançada. Portanto, informe-se com a prefeitura e as
cooperativas sobre as possibilidades de sua região e separe o lixo de
acordo com essa orientação”, explica Patrícia Blauth, da ONG Menos Lixo.
Se tiver disposição, que tal ampliar essas possibilidades e iniciar uma
campanha de conscientização em seu bairro ou na sua cidade? Abaixo,
indicamos o que geralmente não dá para reciclar:
PAPÉIS -
papéis com muita cola, como adesivos tipo “post-it”, etiquetas, fitas
crepe e “durex”. A consultora da Menos Lixo explica: “Um envelope com
etiqueta e selo é aceito; embora a dica educativa a ser dada é pela
simplificação: envelopes sem janela de celofane”;
- papel carbono,
celofane e manteiga;
- guardanapos, papel toalha e papeis higiênicos
usados;
- papéis metalizados, parafinados e plastificados;
-
fotografias;
- recibos de cartão de crédito e débito. Por isso, é
mais legal recusar a sua cópia.
PLÁSTICOS
-
filmes plásticos que embalam objetos e alimentos, limpos ou usados;
-
cabos de panela;
- isopor, mas algumas cooperativas aceitam o de
embalagens de eletrodomésticos, apenas;
- teclados de computador;
-
acrílicos;
- esponjas e espumas, como as usadas em travesseiros,
colchões e almofadas;
- sacolas e sacos plásticos sujos, mas checar
com prefeituras e cooperativos se os limpos podem ser reciclados.
VIDROS
- espelhos;
- cristais;
- vidros temperados;
-
ampolas de medicamentos
- artigos feitos com fibra de vidro, que é
usada na fabricação de cestos de lixo, baús de motos, barcos etc;
-
lentes de óculos.
OUTROS
- cerâmicas, louças e
porcelanas;
- tecidos naturais e sintéticos tipo TNT, Perfex e
Tyvek;
- cotonetes, fraldas e absorventes, limpos ou usados;
-
cortiças: painéis ou rolhas de bebidas;
- peças de couro como
sapatos, cintos e bolsas, entre outros;
- peças de fibras vegetais
como vime, palha, etc.
- blisters (cartelas de remédio) e remédios
podem ser entregues em farmácias que promovem essa coleta;
- pilhas e
baterias devem ser descartadas em pontos de coleta especializados
-
seringas, algodões e gazes usados.
PLÁSTICO NO MAR
Um
dos grandes problemas das sacolas plásticas no mundo é que cerca de 0,5
% delas acaba em rios, lagos e oceanos. Parece pouco, mas são quase
90 milhões de sacolinhas ao ano que chegam aos mares do mundo,
muitas vezes em forma de fragmentos. Além de formar uma fina camada de
lixo plástico na água, são ingeridos por animais marinhos, que acabam
morrendo.
A jornalista Liana John – que você certamente já
conhece do blog Biodiversa
– viajou com cientistas para acompanhar suas pesquisas sobre o lixo
plástico acumulado no Oceano Atlântico. A viagem foi relatada por ela,
quase diariamente, em um mapa que destacamos , Compreenda a influência das correntes oceânicas e da temperatura sobre a
trajetória desses resíduos com o infográfico animado A
viagem do lixo, criado pela revista National Geographic
Brasil com base na experiência de Liana, que também está relatada na
reportagem Mar
Plastificado.
Para saber mais, leia também: Por
que reduzir as sacolas plásticas?, Excesso
de sacolas plásticas causam grandes danos, Praga
moderna e A
saga da sacolinha rumo ao oceano.
- Na hora de ir
às compras, leve sua própria sacola retornável, como as
de pano ou de plástico durável. Ou use caixas de papelão;
há supermercados que as oferecem de graça.
- Você tem sacolas
retornáveis em excesso em casa? Deixe algumas no carro, na bolsa ou no
trabalho. Assim, você não tem aquela "desculpa" de ter esquecido de
levar sua ecobag.
- Sacolas biodegradáveis e oxibiodegradáveis
são alternativas às de plástico comum. Prefira as primeiras, feitas à
base de vegetais, como batata e mandioca, que podem ser descartadas com o
lixo orgânico. As oxibiodegradáveis se fragmentam em pequenos pedaços,
mas não há comprovação de que desapareçam totalmente do ambiente, e
ainda podem contaminam o solo. (Para saber mais, leia também: O plástico
ficou ecológico e O
plástico oxibiodegradável é uma boa opção?)
- Leve sua
própria caneca, squeeze ou garrafa térmica de casa para a escola, o
trabalho... Assim, você ajuda a evitar que copos de plástico e
garrafinhas PET se acumulem no local de trabalho.
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