segunda-feira, 13 de junho de 2011

Garrafas PET podem se transformar em casas pré-moldadas


Apesar da praticidade, as garrafas PET representam um grave problema ambiental, já que o resíduo pode levar séculos para se decompor na natureza. O efeito ainda se multiplica se não é dada a destinação correta, para reciclagem e reaproveitamento.

A criatividade pode ser uma excelente saída para resolver impasses ambientais como os causados por produtos como este. O uso dessas garrafas está se multiplicando sobretudo no artesanato, principalmente na época de Natal. Em vários lugares do país, podem ser vistas árvores de Natal inteiramente confeccionadas com as garrafas.

A catarinense Thaís Lohmann Provenzano, arquiteta e urbanista, realiza um trabalho de mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina, em que as garrafas podem ser utilizadas na construção de casas em substituição aos tijolos. Os painéis são pré-fabricados e os blocos cerâmicos comumente utilizados foram substituídos pelas garrafas e preenchidos com argamassa e cimento. Elas são cortadas na base e encaixadas umas nas outras, sobre um molde, antes do preenchimento.

Segundo ela, as garrafas já estão começando a ter um valor no mercado, mas ainda representam problemas para o meio ambiente, por seu elevado tempo de decomposição. “Grande parte ainda é jogado em rios e aterros sanitários”, diz. Em sua tese, ela destaca números a revelarem que anualmente cerca de 500 milhões de garrafas se transformam em toneladas de lixo, capazes de entupir bueiros, bloquear galerias pluviais e cobrir aterros sanitários.

Os tijolos tradicionais podem agredir o meio ambiente, pois exigem a retirada de recursos naturais. Segundo a arquiteta, os tijolos de garrafa pet além de não exigirem esses recursos, dão um destino ambientalmente correto ao material. “Reduz a poluição e a retirada dos recursos naturais”, reforça.

Apesar das vantagens, o produto ainda não está sendo comercializado. O trabalho do mestrado está em fase de desenvolvimento e depende de testes. “A idéia é difundir para a comunidade a possibilidade de substituir os tijolos, para que procurem os painéis para a fabricação das casas”, explica Thaís.

As instalações hidráulicas e elétricas são facilitadas nesse modelo. Diferente das casas comuns de concreto, que precisam ter as paredes quebradas, as canalizações e dutos são embutidos antes da finalização.

Thaís é autora também de outro projeto relacionado à reciclagem. A Recicleta é um veículo adaptado, semelhante à uma bicicleta, com um suporte para transporte do material. Ela diz que essa não é uma idéia nova e que a própria comunidade, em geral criativa, já improvisa seus meios de transporte adaptados. Segundo ela, o veículo poderia ser fabricado para distribuição aos recicladores.

O veículo possui acoplado um amassador de latas que permite uma redução de até 80% do volume do material coletado. Com divisórias móveis, o material pode ser separado sem chegar a se misturar. Por enquanto, o projeto está parado, pois Thaís se dedica ao mestrado e à casa de tijolos de garrafas pet.

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