Estudo realizado com 15,7 mil veículos em todo o Brasil constatou que
o transporte de lixo é o que mais emite dióxido de carbono por
quilômetro rodado. De acordo com o levantamento feito por uma empresa de
gerenciamento de frotas, caminhões de coleta de lixo emitem cerca de
1,24 kg de CO2 por quilômetro rodado. Em segundo lugar, estão os usados
pelo setor químico, que emitem, em média, 1,11 kg do gás por km, e em
terceiro lugar, as máquinas agrícolas e pesadas, com 1,02. Os que emitem
menos são os veículos usados em emergências médicas, com 0,36 kg de CO2
por km, e os do setor de mineração, com 0,34 kg por km.
Rodrigo Somegyi, gerente de inovação e sustentabilidade da EcoFrotas,
que realizou o estudo, acredita que a alta emissão de CO2 dos caminhões
de lixo esteja mais relacionada com a característica da operação e do
uso de diesel do que com a gestão de manutenção dos veículos. “É uma
atividade onde muitas vezes o caminhão não passa da segunda marcha, o
que gera um consumo elevado. O caminhão anda e para para que o lixeiro
recolha o lixo em todos os pontos”, disse Somegyi ao iG.
O sistema de coleta de lixo é feito desta maneira em todo o mundo. “A
solução para a questão do lixo é produzir menos resíduo. Porém, o fato
de produzir menos lixo, não quer dizer que o caminhão vai parar de
coletar. É importante ressaltar que embora o lixo produza metano, outro
gás do efeito estufa, a coleta seletiva é uma forma de reduzir esta
produção”, disse Gina Rizpah Besen da Faculdade de Saúde Pública da USP.
No Brasil a média é de 1 a 1,2 kg de lixo produzido por pessoa a cada
dia.
Somengyi afirma que a manutenção dos veículos é uma boa maneira de
reduzir gastos e emissões. Ele explica que mantendo os pneus calibrados é
possível reduzir o consumo de combustível em 5%, diminuindo também as
emissões de CO2.
Ao dirigir 105 quilômetros com a pressão correta dos pneus é possível
evitar a emissão de 1 kg de CO2 na atmosfera. Ao percorrer um trajeto a
80 km/h gasta-se 25% menos combustível do que dirigir a mesma distância
a 112 km/h.
“Notamos que no segmento de transportes há uma lacuna no processo de
monitoramento para gases do efeito estufa. Há medição de gases poluentes
mas pouco gerenciamento para os gases do efeito estufa. Mesmo em países
desenvolvidos, que precisam elaborar metas de redução das emissões,
isto ainda é incipiente”, disse Somengyi.
Os dados do estudo foram conseguidos entre os caminhões das empresas
para quem a EcoFrotas presta consultoria. Foram quase 40 segmentos
estudados, nos quais foram analisados tipo de combustível, consumo por
quilômetro rodado para, então fazer o cálculo das emissões de CO2. (Fonte: Maria Fernanda Ziegler/ Portal iG)
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