O Japão anunciou que vai caçar baleias no Oceano Antártico e neste
final de ano vai enviar um navio da Agência de Pesca para escoltar seus
baleeiros contra a intervenção prometida por um grupo de conservação.
“A Agência de Pesca irá enviar um barco de patrulha e tomar as
medidas para reforçar a proteção aos navios baleeiros na pesquisa”,
disse o Ministro das Pescas Michihiko Kano em uma coletiva de imprensa
nesta terça-feira, 04.
Na sua reunião anual em julho, a Comissão Internacional da Baleia
aprovou uma resolução que convocava os seus países membros a “cooperar
para prevenir e reprimir ações que coloquem em risco a vida humana e a
propriedade no mar.”
Este ano, o Japão reduziu sua campanha de caça planejada para ocorrer
de dezembro a abril em dois meses, após os ativistas anti-caça da Sea
Shepherd Conservation Society repetidamente interferir nas operações dos
navios baleeiros.
A Sea Shepherd afirma que salvou 800 baleias por suas ações durante a
temporada de caça passada. Baleeiros japoneses mataram 171 baleias
minke e duas baleias fin durante a caça da Antártida, de acordo com
números da Comissão Internacional da Baleia.
Em um comunicado divulgado na sexta-feira passada, a Sea Shepherd prometeu intervir nas operações baleeiras novamente.
“Eles terão que nos matar para nos impedir de intervir mais uma vez. …
Nós vamos assumir quaisquer riscos para as nossas vidas necessários
para deter esta invasão gananciosa e arrogante sobre o que é um
santuário estabelecido para as baleias”, disse o líder da Sea Shepherd,
Paul Watson, em um comunicado no site da organização. A Sea Shepherd
terá mais de 100 pessoas no Oceano Antártico para bloquear a frota
baleeira japonesa, segundo o comunicado.
Kano disse que o Japão quer continuar a caça de pesquisa com o
objetivo de estabelecer que os estoques de baleias são suficientes para
retomar a caça comercial completamente no futuro, de acordo com relatos
da mídia japonesa.
A Sea Shepherd afirma que a caça de pesquisa é uma farsa, com a carne
da caça que está sendo vendida aos consumidores e servidas em
restaurantes.
O governo da Austrália condenou a decisão do Japão de retomar sua
caça de pesquisa e seus planos para o futuro da caça comercial.
“O governo australiano continua se opondo a toda caça comercial de
baleias, incluindo a chamada ‘caça científica’. Vamos continuar
trabalhando para alcançar um fim permanente a toda a caça comercial de
baleias”, disse o Ministro do Meio Ambiente, Tony Burke, em um
comunicado.
“A Austrália acredita que a atividade baleeira do Japão é contrária
ao direito internacional e deve terminar”, disse o procurador-geral
australiano, Robert McClelland.
“É por isso que a Austrália está levando este caso ao Tribunal
Internacional de Justiça para colocar um fim na atividade baleeira do
Oceano Austral permanentemente”.
O Japão também caça baleias no Pacífico Norte, matando 100 baleias
sei, 50 baleias Bryde, 119 baleias minke e três cachalotes na última
temporada, de acordo com a Comissão Internacional da Baleia.
A Islândia e a Noruega também realizam caça de baleias. A caça de
baleias aborígene é permitida no território dinamarquês da Groenlândia,
nos Estados Unidos, Rússia, e São Vicente e Granadinas.
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