sábado, 7 de maio de 2011

Métodos de Avaliação do Desempenho Ambiental de Edificações

Com a difusão dos empreendimentos verdes, a medição e avaliação do desempenho desses empreendimentos passaram a ser imperativas para os rumos da arquitetura sustentável, servindo como parâmetro para a maximização dos benefícios de novos e antigos edifícios.
nicialmente, as edificações são analisadas por meio de checklists (listas de verificação) e/ou softwares específicos para a obtenção de informações gerais da edificação, tais como: projeto, local, orientação e configuração, energia e atmosfera, materiais e recursos, fachadas dos edifícios, ventilação, água, iluminação, sistemas mecânicos, qualidade ambiental interna, dentre outras. Após o tratamento e sistematização dos dados, o edifício obtém uma classificação final.

Essas formas práticas de avaliar e reconhecer as construções sustentáveis tornam-se cada vez mais presentes em diferentes países: BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) no Reino Unido; LEEDTM (Leadership in Energy & Environmental Design do USGB) nos Estados Unidos da América; NABERS (National Australian Buildings Environmental Rating System), na Austrália; Green Globes no Canadá; HQE (Haute Qualité Environnementale dês bâtiments) na França; CASBEE (Comprehensive Assessment System for Environmental Efficiency) no Japão; o internacional GBC (Green buildings challenge), dentre outros.

Método LEED
Os estudos para desenvolvimento do LEED foram iniciados nos Estados Unidos em 1996 pela USGBC (U.S. Green Building Council). A criação do LEED, segundo a própria USGBC (2008), visa a facilitar a transferência de conceitos de construção ambientalmente responsável para os profissionais e para a indústria da construção. A versão piloto, LEED 1.0, foi lançada em janeiro de 1999, através da USGBC. Em Março de 2000, a versão 2.0 foi lançada (LEED Reference Guide) e, em 2002, surgiu a versão 2.1. Em junho de 2008, foi dado início ao desenvolvimento de uma nova versão do LEED, com previsão para lançamento em 2009.

No método LEED, o desempenho ambiental do edifício é avaliado de forma integral, ao longo de todo o seu ciclo de vida, de modo a considerar os princípios fundamentais do que constituiria um green building. De acordo com Silva et al (2003), existe um critério mínimo de nivelamento exigido para a avaliação do edifício, uma pré-seleção traduzida no cumprimento de uma série de pré-requisitos. Em seguida, após o atendimento de todos os requisitos pré-estabelecidos, descritos no quadro 1, o edifício torna-se elegível, então inicia-se a etapa de análise e classificação de desempenho do edifício, com a atribuição de créditos baseados em uma lista previamente selecionada de objetivos. A lista de objetivos pode ser resumida em 6 categorias que possuem pesos diferentes. Estes pesos são traduzidos em número de pontos a serem obtidos a cada exigência atendida.
Critérios de desempenho LEED
Critérios de desempenho LEED.


Por funcionar como uma ferramenta de auxílio à tomada de decisões, sua estrutura permite que apenas os requisitos para que se pretenda obter a certificação sejam avaliados. Além disso, não há um critério explícito de ponderação entre as categorias, mas a quantidade variável de itens, dentro das categorias, define implicitamente o peso das mesmas. Após a atribuição dos créditos, o edifício pode ser classificado em um dos níveis de certificação de edifícios verdes descritos no quadro 2:
Níveis de Classificação LEED
Níveis de Classificação LEED.


A certificação tem validade de 5 anos, ao final deste período, uma nova solicitação de avaliação deve ser enviada à USGBC, que providenciará uma avaliação centralizada na operação e gestão da edificação. A ampla disseminação do método LEED nos EUA e no Canadá é justificada, não apenas por se tratar de um documento consensual, com aprovação da indústria da construção, ou pelo apoio recebido oriundo das associações e fabricantes de materiais e produtos como afirma Silva et al (2003). O LEED é, acima de tudo, um método de estrutura simples, de fácil entendimento e adequação, que faz uso de checklists para verificação dos requisitos.

Essa simplicidade é o motivo das críticas feitas ao LEED, uma vez que ele não utiliza a ponderação explícita dos pontos em suas avaliações, refletindo dessa maneira apenas o desempenho geral do edifício. Apesar disso, o sistema baseia-se em recomendações e normas de organismos de credibilidade reconhecida, tais como: a American Society of Heating, Refrigerating and Air-conditioning Engineers – ASHRAE, a American Society for Testing and Materials – ASTM, a U.S. Environmental Protection Agency – EPA e o U.S. Department of Energy – DOE.

Desde o começo, em 2000, mais de 1.400 projetos com avaliação em diferentes etapas foram registrados. Até 2007, os edifícios de escritório, as escolas e os edifícios de universidade são os mais, freqüentemente, avaliados por LEED, presente em 41 países diferentes, inclusive no Canadá, no Brasil, no México e na Índia (USGBC, 2008).

HUMANAE. Revista Eletrônica da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA (ISSN 1517-7606). http://www.esuda.com.br/revista_humanae.php. VIEIRA, Luciana Alves; BARROS FILHO, Mauro Normando Macêdo. A emergência do conceito de Arquitetura Sustentável e os métodos

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