sexta-feira, 13 de maio de 2011

Técnico Químico desenvolve e patenteia método para reciclar embalagens de óleos lubrificantes e aditivos

Os esforços empreendidos estão orientados para a criação de soluções que visem à diminuição ou eliminação dos impactos sobre o ambiente.


Dentre os problemas globais que mais suscitam estudos e soluções frente à crise ambiental, despontam os referentes ao destino dos resíduos gerados e o esgotamento sanitário. Os recursos reservados para esse fim são escassos e a Gestão Ambiental e Administração do Lixo implica em investimentos, responsabilidade, ética e persistência para a sua continuidade, o que efetivamente tem fomentado o interesse da iniciativa privada, pública e da comunidade como um todo. O conceito do desenvolvimento sustentável ganha importância. Os esforços empreendidos estão orientados para a criação de soluções que visem à diminuição ou eliminação dos impactos sobre o ambiente. O propósito principal é a prevenção da poluição e redução de riscos à saúde e à segurança das espécies.
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Sabe-se que nos setores petroquímico e petrolífero tem prevalecido uma preocupação crescente, relativa à observância e atendimento das políticas ambientais. A gestão nesse aspecto se concentra nas atividades relativas ao uso intensivo de matérias-primas e de energia, geração de resíduos sólidos e, no que tange aos produtos, emissão de gases e uso de combustíveis.

Os postos de abastecimento de combustível descartam para o meio ambiente frascos plásticos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), contaminados com óleos lubrificantes e aditivos, utilizados na manutenção dos veículos automotores. Como o tempo de biodegradação do PEAD é muito longo (acima de 100 anos), estes frascos reduzem o tempo de vida útil de lixões e aterros sanitários. O óleo residual contido nesses frascos provoca poluição do solo e da água, dificultando também o processo de reciclagem, pois exige uma etapa de separação do óleo da água, usados no tratamento convencional, a qual desencoraja a reciclagem, devido ao custo desse processo. A cada ano o Brasil gera 730 milhões de embalagens de óleo lubrificante, sendo 60% de óleos automotivos e 40% industriais, enquanto o Rio Grande do Sul gera anualmente 20 milhões de embalagens de PEAD soprado, em sua grande maioria de 50 gramas. Todo esse resíduo representa anualmente um desperdício de mil toneladas de PEAD, no valor de R$ 1,2 milhões. Para reverter esse cenário, a FBR Reciclagem de Plásticos LTDA, de Montenegro (RS), desenvolveu um processo de coleta e reciclagem para a reutilização do PEAD e do óleo que resta nas embalagens. Trata-se de um processo inovador, o qual não utiliza água, trazendo inúmeras vantagens frente aos processos convencionais relacionadas ao tratamento dos efluentes líquidos e a resina reciclada.

O processo foi patenteado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e está em fase de implantação.

Segundo o Gerente da FBR, Fábio Bonneau Ribeiro, todo esse resíduo plástico não está indo para os lixões e aterros como se imagina, está sendo reciclado de maneira convencional como os demais plásticos não contaminados, e dessa maneira os efluentes líquidos contaminados com óleo, em sua grande maioria não estão sendo tratados dentro das exigências da FEPAM. Se levarmos em conta que em cada frasco vazio restam 20 mililitros de óleo, a cada ano são descartados 400.000 litros de óleo ao meio ambiente, o que causa um enorme impacto ambiental, pois 1 litro de óleo é capaz de esgotar o oxigênio de 1 milhão de litros de água, formando na sua superfície uma fina camada que bloqueia a passagem de luz e ar, eliminando qualquer espécie viva no ambiente.

O Rio Grande do Sul saiu na frente dos demais estados brasileiros, com a Portaria SEMA/FEPAM/Nº 001/2003, a qual aprova os procedimentos para licenciamento das atividades de recebimento, armazenamento e destinação final das embalagens de óleos lubrificantes, nos termos do artigo 14 do decreto estadual Nº 38356, de 01/04/1998, que regulamenta a Lei Estadual Nº 9921, de 27/07/1993, mas até o momento não existiam empresas capacitadas e habilitadas para tratar tal resíduo.

No dia 09/08/2004 a FEPAM entregou a Licença de Instalação para o Consórcio coordenado pelo SINDICOM, para o maior projeto de reciclagem de embalagens de óleos lubrificantes do país, a meta é que seja tratado duas mil toneladas dentro de um ano e meio, no RS.

Maiores informações: fbrreciclagem@terra.com.br

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