Cientistas britânicos encontraram comunidades de espécies
desconhecidas no fundo do mar próximo à Antártida, no ambiente escuro e
quente que cerca as fontes hidrotermais, segundo um estudo divulgado
nesta semana pela publicação científica PLoS Biology.
Uma estrela-do-mar com sete pontas, um polvo pálido e um novo tipo de
caranguejo yeti foram vistos pela primeira vez em 2010 e descritos
graças à ajuda de um veículo robótico que explorou a cordilheira
submarina East Ridge Scotia, no fundo do Oceano Atlântico Sul, entre a
Antártida e o extremo da América do Sul.
A descoberta feita por especialistas das Universidades de Oxford e
Southampton, além de integrantes do Serviço Antártico Britânico (BAS),
permitiu visualizar ainda novas espécies de perceves (um tipo de
crustáceo) e anêmonas.
Nessa região, as fontes hidrotermais (com temperaturas que chegam a
até 383 ºC) encontram ambiente único que não recebe a luz solar, mas
que é rico em certos componentes químicos.
De acordo com o professor Alex Rogers, do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford, “as
fontes hidrotermais são lar de animais que não são encontrados em
nenhuma outra parte do planeta e que obtêm sua energia não do sol, mas
de substâncias químicas como o sulfeto de hidrogênio”.
As imagens mostraram colônias enormes de uma nova espécie de
caranguejo yeti, agrupadas ao redor de condutos de ventilação. A câmera
também captou uma nova espécie predadora de estrela-do-mar com sete
braços, que se arrasta pelos campos de perceves, além de um polvo de
cor pálida não identificado, a quase 2,4 mil metros de profundidade.
“O que não encontramos é quase tão surpreendente como o que encontramos”, observou Rogers, que acrescentou que “muitos
animais como os vermes, mexilhões, caranguejos e camarões, descobertos
em fontes hidrotermais nos Oceanos Pacífico, Atlântico e Índico
simplesmente não foram encontrados ali”.
Os cientistas consideraram que as diferenças entre os grupos de
animais descobertos ao redor das fontes da Antártida e aqueles que
estavam em outros lugares indicam que o Oceano Antártico pode agir como
uma barreira para alguns deles.
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