Justiça do Rio Grande do Sul mandou o atacante Ronaldinho Gaúcho, do
Flamengo, reparar supostos danos ambientais resultantes da construção
de uma casa em Porto Alegre.
De acordo com o Ministério Público, um trapiche de 142 metros e uma
plataforma para pesca foram erguidos dentro de um lago sem as devidas
licenças ambientais.
Também afirma que um córrego foi canalizado indevidamente e que pode
ter havido corte ilegal de vegetação. A área, diz a ação, é de
preservação permanente.
O irmão e empresário Roberto Assis também consta como réu na ação.
As supostas irregularidades na construção foram cometidas a partir de
2009. Segundo a Promotoria, os responsáveis foram avisados dos
problemas ambientais e mesmo assim levaram adiante a obra. A propriedade
fica na área que era de um clube de tênis da cidade.
Na liminar em que determina a remoção do trapiche, o juiz Mauro Caum
Gonçalves afirma que tudo foi construído “por mero capricho dos réus”.
Gonçalves determinou a demolição da plataforma e da canalização do
córrego em até 30 dias.
Ele estipulou uma multa de R$ 10 mil por dia na decisão, caso as
medidas não sejam tomadas, e justificou afirmando que é “amplamente
divulgado na mídia o alto valor” recebido por Ronaldinho nos clubes em
que atuou. A liminar foi expedida no último dia 10, mas só foi divulgada
nesta segunda-feira (23).
Procurado pela Folha, o advogado da família Assis disse desconhecer o
processo. Ronaldinho está na Bolívia, onde o Flamengo vai enfrentar o
Real Potosí pela Pré-Libertadores na quarta-feira.
Dentro de campo, o jogador passa por um momento turbulento. Primeiro
está para receber mais de R$ 3 milhões do clube carioca e ainda entrou
em conflito com o técnico Vanderlei Luxemburgo.
Não é a primeira vez que um empreendimento do jogador é alvo de
questionamentos por problemas ambientais em Porto Alegre. Em 2008, o
Instituto Ronaldinho Gaúcho, que atendia crianças carentes, teve que
compensar o município devido ao corte irregular de vegetação.
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