O vazamento de petróleo em uma monoboia da Transpetro, da Petrobras, em Tramandaí (RS) pode ser um dos maiores registrados no Estado nos últimos 10 anos, conforme o superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), João Pessoa Riograndense Moreira Junior. O derramamento levou a Brigada Militar a evacuar a orla devido ao risco para os banhistas.
O Núcleo Sea Shepherd RS já está em deslocamento para Tramandaí, com o objetivo de ajudar os órgãos competentes a limpar e minimizar os impactos causados no ambiente marinho local. Estão sendo enviados biólogos e voluntários treinados em salvamento de animais e derrame de petróleo.
Um inquérito foi instaurado nesta sexta-feira para apurar as causas do vazamento de petróleo no mar de Tramandaí. O acidente ambiental aconteceu às 11h40min de quinta-feira, quando o navio grego Elka Aristotle acoplou na monoboia 602 da Transpetro, a seis quilômetros da costa, e, no momento de transferir o óleo para o duto, houve o derramamento no mar.
O delegado Peterson da Silva Benitez, da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Tramandaí, diz que pode haver responsabilização. “Crime ambiental, em si, já é notório”, afirmou.
ISSB auxilia MPF na investigação do desastre em Tramandaí (RS)
Além disso, o MPF entrou em contato com a Organização Não-Governamental (ONG) Sea Shepherd, que mantém voluntários nas praias, a fim de que sejam apurados os possíveis danos em relação à fauna silvestre afetada pelo óleo.
A mancha de óleo chegou à beira da praia nessa quinta-feira, atingindo principalmente o município de Tramandaí, já se estende por uma faixa de cinco quilômetros. A Transpetro informou, através de nota emitida hoje, ter criado uma comissão interna para investigar as causas do acidente. O volume estimado pela empresa de óleo derramado é de 1,2 m³.
Exames da água
A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) espera para este sábado o resultado dos exames laboratoriais feitos na água do mar de Tramandaí, no Litoral Norte, após o vazamento de óleo no oceano, ocorrido nessa quinta-feira. Por medida de segurança, a Fepam instalou placas nas areias de Tramandaí e Imbé alertando que as águas estão impróprias para o banho.
“Como o vazamento foi bastante significativo, não temos condições de afirmar que não tenha uma quantidade razoável de petróleo dissolvido na água. Como é uma substância altamente tóxica, mantemos a recomendação de evitar o banho de mar nos próximos dias”, indicou o presidente da fundação, Carlos Fernando Niedersberg. “Como sou químico e conheço o risco que o petróleo oferece, mesmo que os resultados indiquem uma tranqüilidade eu recomendaria que, por precaução, os veranistas evitem tomar banho ali”, alertou.
Multa por vazamento no litoral pode chegar a R$ 50 milhões
Técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aguardam laudo para avaliar os danos causados pelo vazamento de óleo na área sul de Tramandaí, no Litoral Norte. Conforme o órgão, a multa para este tipo de crime ambiental pode variar entre R$ 500 e R$ 50 milhões. Na manhã desta sexta-feira, o Ibama sobrevoou a área de 3,5 quilômetros entre a plataforma de Tramandaí e a barra do Rio Tramandaí, em Imbé, a fim de monitorar a realização do plano de emergência.
Condições climáticas podem agravar desastre
A MetSul Meteorologia alerta que, nas próximas horas, a direção e a intensidade do vento, assim como as correntes marítimas, devem ampliar o impacto do vazamento de óleo. Segundo a empresa, as correntes do mar nesta sexta-feira são de Sudeste a Leste, o que leva o petróleo a balneários mais ao Norte de Tramandaí.
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